A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)

CAPÍTULO SESSENTA E SETE

Luna.

Eu sou uma pessoa covarde demais, por mais que eu não mostre, eu sou. Não fiz esse tal teste ainda, estou com medo, qual é? Eu não posso está grávida, grávida de um traficante que é dono de um morro, um traficante que não quer filhos, mas quem iria querer filhos enquanto está nessa vida? Bom, o Leon, mas é o Leon, cara, Leon é Leon.

Esses dias passaram como um piscar de olhos, a Julia é muito legal. Acho que somos amigas já, ela não me roubou, não mostrou ser uma psicopata então acho que somos amigas. Todos os dias ela me lembra de comprar um teste, mas sempre digo "Depois eu faço". Não conheci seu irmão ainda, pelo o que ela diz, ele está sempre no trabalho. Chega tarde e sai cedo. Bom, meu pai veio aqui apenas duas vezes, seu Carlos é muito ocupado com seu querido trabalho, não julgo já que ele vive disso e adora ele. Julia está louca pra conhecer meu pai, a todo momento pergunta por ele. Desde que cheguei, ela não o viu, sempre que Julia está, Carlos não está, e vice-versa.

Estou na frente do espelho me olhando e observando minha barriga, parece estar apenas um pouquinho maior, mas com certeza é porquê estou comendo muita besteira, muita coisa mesmo.

Desço as escadas da casa e já escuto meu celular tocar, corro até a sala e o pego em cima do sofá. Julia me ligando novamente, ela quer porquê quer que eu compre esse teste.

- Oi, Julia. - digo revirando os olhos e me sentando no sofá.

- Vamo que vamo, porra!

- Oi? Não entendi. - me levando do sofá e vou para a cozinha.

- Estou colando aí já, já. - diz rindo.

- Tá rindo do que, Julia? Não tô entendendo nada, cara. - peguei uma pera na geladeira.

- Desculpa, é que estou chapada com o Rafael, mas enfim, umas três horas eu tô colando aí.

- Tudo bem então, né.

Ela desliga e eu fico parada sem entender nada, Julia é muito doida. Me sentei em um banco do balcão e mordi a pera. Meus pensamentos voam para o morro e só vem Igor em minha mente, todos os dias eu me lembro de seu rosto, seu corpo, seus beijos, o sorriso... é tão errado eu lembrar desse cretino depois que ele me traiu, mas é foda não pensar, não lembrar. Eu o amo ainda, mas tenho que esquecer de alguma forma.

Estou aqui faz mais ou menos 4 dias, e meu pai falou que não preciso trabalhar já que ele vai me bancar, não curte muito isso não, ser bancada não é minha praia.

Esse assunto de gravidez, me fez pensar muito, minha menstruação tá atrasada, não prestei muita atenção nisso porque meus dias estavam muito corrido com o trabalho e o resto das coisas. Talvez eu esteja grávida mesmo, isso me assusta muito. Grávida de um traficante que não quer nada comigo. Eu não contei ainda para o meu pai sobre o Igão, nem contei também que posso está grávida dele, meu pai vai pirar legal nisso.

Me lembrar de todas as vezes que transei com o Igão é muito excitante, fico feliz pelos momentos que para mim foi verdadeiro.

Me sentei na sala assistindo e comendo, fico muito sozinha aqui, agradeço a minha lerdeza por ter me esbarrado em Julia, porque ela é a única que conheço aqui e converso.

Já era 14h40, fiquei assistindo esperando ela aparecer, sinceramente, Julia foi uma boa companhia depois que sair do Rio de Janeiro, Nicole faz falta demais, liguei pra ela apenas uma vez depois que viajei, da última vez que liguei, ela não atendeu. Talvez esteja ocupada. Eu preciso ocupar minha mente com algo, ficar longe do Rio, dos meus poucos amigos, me deixou para baixo.

Ouço a campainha tocar, me levanto e vou até a porta, abro e vejo Julia parada, calça jeans, blusa azul marinho e um scarpin preto em seus pés, seu cabelo estava solto e seu óculos escuro estava no topo da sua cabeça.