CAPÍTULO SETENTA E UM

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Luna.

Deitada eu estou, deitada ficarei. Não estou com disposição alguma para fazer alguma coisa. Não estou com saco para andar por aí, não estou com saco para assistir, mexer em celular nem para comer. Mas faço tudo isso, bom, menos andar por aí. Fico todos os dias dentro dessa casa, o mais chato é não trabalhar, eu gosto de trabalhar, de ter o que é meu, de não precisar depender de ninguém, mas meu pai insiste em dizer que não preciso. O tempo está passando tão rápido para mim, parece que apenas um dia passa em um piscar de olhos. Eu ando muito pra baixo, choro muito todas as horas que estou sozinha, eu não consigo parar de pensar em Igor, minha vida toda eu não fiz isso por ninguém e agora faço por ele. Me sinto uma inútil de ir embora e não ter deixado ele ao menos se explicar, mas... Qual é! Eu vi ele transando com a ex namorada dele, agora esse papo de sonífero, seria estranho para qualquer um. Ele é o chefão do tráfico ou não? É um bandido mal ou não? Como deixou aquela garota fazer isso?

Eu não estou falando muito com meus amigos do Rio, Nicole anda muito ocupada, diz o Leon. Ele é o que mais fala comigo, me liga quase todos os dias apara pergunta se estou bem, se estou com alguém e se eu estiver, é pra terminar. Um amor de pessoa. Ele me disse que Nicole está muito desligada do mundo tecnológico, ela não fica muito em celular, em tv, notebook, etc. Disse que ela anda muito pelo o morro, que não para quieta e que a todo momento quer fazer algo. Fico muito feliz por ela está feliz, mas muito triste por não nós falarmos muito.

Já eu, fico muito deitada, ando pouco pela casa, fico muito tonta, muito enjoada, com muitos desejos, ontem mesmo, comi chocolate com limão siciliano espremido em cima, pode parecer doideira, mas é uma delícia.

— Luna? – meu pai me chama.

Me levanto da cama com cuidado e abro a porta do meu quarto, ele me olha e sorrir.

— Você tem que ir ao médico, querida. – repete pela décima vez.

— Eu sei, amanhã eu vou. – respondo me sentar.

— Amanhã? Você me disse isso ontem, e ante ontem, e ante, ante ontem...

— Eu sei, eu sei.

— Você tem que saber o sexo do seu bebê e ver se ele está bem.

— Acho que não quero saber o sexo do bebê, prefiro que seja surpresa mesmo.

— Você está falando isso porque não quer sair, mas você está com cinco meses de gestação, você acha que seu bebê não precisa de um pouco de atenção? Você precisa caminhar um pouco, respirar ar puro, precisa ir ao médico descobrir o sexo, precisa escolher o nome, precisa comprar coisas para ele, precisa viver, meu amor. – ele se senta ao meu lado.

Com os olhos lacrimejados, eu o encaro.

— E-eu só... não estou preparada, não estou preparada para saber o sexo do bebê, para escolher o nome, para comprar as coisas, para me sentir bem.

— Mas você precisa, sua vida não está dentro desse quarto escuro, não. – ele se levanta. – Cadê aquela sua amiga louca, Julia o nome dela, não é mesmo?

— Sim. – sorrir fraco.

— Chame ela para ir caminhar com você mais tarde, agora você vai ao médico, se arrume que vou lhe levar, tudo bem?

Assenti e ele saiu do quarto sorrindo. Me olho no espelho do banheiro e vejo o qual boba eu estou sento, preciso viver sim, mas pelo o meu filho ou filha que está vindo. Tiro o meu vestido e entro no chuveiro tomando um banho gelado, lavo todo o meu corpo e cabelo. Depois de uns minutos saiu e seco o cabelo no secador, visto um vestido soltinho preto e coloco uns acessórios, pego minha bolsa e saiu do quarto indo para o andar de baixo.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora