CAPÍTULO DEZ

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Igão.

Voltei pro baile e avisei pra Nicki que Lua tava lá em casa. Não deixei ela responder já que sei o que ela iria falar. Desci de novo e fui pegar minha moto, ouso alguém me chamar e olho pra trás. Vejo Carol vindo em minha direção.

Daí me paciência.

— Aonde vai? Cadê a louca daquela garota? Já tá indo comer ela? – ela cruzou os braços.

Montei na moto e falei:

— Oh, lava a boca pra falar da Lua. E não te devo satisfação não, vaza daqui que to sem paciência.

— Tá me trocando por aquela piranha?

— Única piranha que conheço é tu. – apontei para ela já nervoso. – Se tu não quer apanhar, vaza de perto de mim.

— Quando é pra foder, sabe vim atrás. – disse virando as costas.

Desci da moto rápido e puxei ela pelo braço, encostei na parede e apertei seu pescoço com o braço.

— Quando é pra foder, você sabe abrir as pernas e me dar sua boceta! Ta achando ruim, vaza da minha vida que acho outra oh... – estralei os dedos. – Se tu não entendeu, eu vou fazer entender. – tirei a arma da cintura e apontei para a sua cabeça. – Se tu continuar na brincadeira, eu te mato, tá ligada? – bati a arma na sua cabeça e a soltei.

Ela caiu no chão e montei na moto. Carol se levantou e veio para o meu lado com os olhos marejados.

— Me desculpa, Igão... porque tu tá com essa menina? O que vocês têm? – perguntou segurando meu braço.

Liguei a moto, tirei sua mão do meu braço e falei:

— Talvez uma coisa que a gente nunca vai ter! – arrastei a moto e não deixei ela falar.

Cheguei em casa e coloquei a moto na garagem, tranquei tudo e tirei a camisa jogando ela no sofá, subi as escadas correndo e quando tava entrando no quarto eu ouvi Lua cantarolar:

"Me chama de bebê, que hoje eu vou beber a água do seu corpo.
E a gente vai começar tudo de novo.
Nós vamo acordar juntin', eu e você juntin'.
Vem, vem, vem, que hoje nós vamo queimar no nosso fogo.
E todo tempo do mundo ainda é pouco.
Pra eu cantar o samba que eu fiz pra te ver sorrir."

Essa mina adora cantar, pensei.

— Igor? – ouvi a voz dela me chamar.

Aah, ela me chamando assim é muito bom de ouvir. Tava até com saudades dela, esses dias que ficamos sem se falar foi estranho.

— Igor? É você? – de novo ela chamou. – Aí, meu Deus. Quem quer que seja, eu estou armada em... se entrar, eu, eu atiro. Tô visando!

Eu comecei a rir e abrir a porta, fui atingido com um travesseiro na cara, olhei para o lado e Lua estava encostada na parede ao lado da porta com o travesseiro na mão.

— Cê é louca? – falei sério.

— Você é louco!

Comecei a rir dela. Sua cara era de assustada. Ela andou até a cama e deitou.

— Eu pensei que era alguém invadindo a casa.

— Quem é que vai invadir a casa do dono do morro? – perguntei.

— Não sei, talvez um traficante malvado.

— Eu sou o traficante malvado! – falei sorrindo.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now