CAPÍTULO NOVENTA E QUATRO

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Luna.

Dias se passaram e minha filha ficou com umas marquinhas no corpo, fiquei até preocupada e levei no médico, Igor ficou mais nervoso ainda. Eu não sair do morro por motivos óbvios: Luiza não me dar medo e nunca vai dar, ela machucou minha filha e vai pagar por isso, eu não a vi por aqui, mas todas as vezes que eu a ver, vou fazer ela pagar por cada centavo.

Igor... bom, Igor está muito diferente. Só foram dias, mas ele parece mais próximo de mim e de Alice. Bom, ele sempre foi próximo de Alice, mas agora ele está muito mais. Ele está mais na casa dele com a gente, disse que pediu pra "os caras" tomar conta por um tempo da boca. Tá me ajudando muito com Alice, fica comigo quando preparo a comida dela, quando dou banho, quando boto pra dormir, ele me ajuda em muita coisa. Parece que ele está tentando se redimir pelo o que a ficante dele fez. Eu perguntei a ele aonde estava Luiza e ele nada me disse, falou pra mim não me meter, pra mim ficar fora disso, ele as vezes chegava com sangue na roupa e com muita raiva, mais logo tudo passava depois de um banho e quando ele ouvia a risada de Alice.

Hoje minha filha faz 9 meses, tô muito besta, ela tá crescendo muito rápido, socorro. Igor tá todo idiota, da até pena dele, toda hora falando que ela tá crescendo muito rápido, dizendo que isso não pode acontecer agora, que quer curte ela pequenininha antes de dar muito trabalho.

Eu tava deitada na cama, tava com muita dor de cabeça. Igor tava lá em baixo com minha filha. Ele até pediu pra dona Rita fazer um bolo pra comemorar os 9 meses da nossa filha, tá todo bestinha, porém melhor assim do que bruto.

Ouço a porta abrir e ele aparece com Alice, ela estava em pé segurando a mão do pai e me olho sorrindo.

— Se liga só. – diz ele. – Mostra pra mamãe o que tu aprendeu, princesa. – diz pra Alice.

Me sento na cama e ela da três passinhos, no terceiro ela se desequilibra e quando está pra cair, Igor a segura.

— Aí, tenho uma filha muito inteligente, cara. – diz ajeitando ela no seu colo.

— Você ensinou? – me levanto da cama e ele assente. – Eu tento sempre e ela só me ignora, que menina, cara. – me aproximo beijando a cabeça dela. – Parabéns, meu amor. – falei com Alice.

— Tá aprendendo rápido, cê louco. – diz ele.

— Está mesmo. – sorriu fraca. – Você vai sair?

— Não, pô, por quê?

— Você pode ficar com ela mais tempo? Não tô me sentindo bem. – me sentei na cama.

— O que tu tá sentindo? – ele coloca Alice no berço e se abaixa rápido na minha frente. – Fala, tá sentindo o que?

— A-acho que deve ser a anemia, só preciso me deitar e de um copo de água.

— Vem, então. – ele me vira na cama e me deito.

Igor pega dois travesseiros e coloca de baixo do meu pé, ele sai do quarto e eu fico deitada vendo tudo rodar. É passageiro esses sintomas, mas é chato demais. Me sinto fraca, sem ar, tonta, com vontade de vomitar, mas tudo isso voltou porque não tô me alimentando direito.

Igor volta com o copo d'água e senta na cama ao meu lado.

— Toma. – ele estende o copo me ajudando a sentar na cama.

— Obrigada. – tomei dois goles e devolvi o copo.

Fiquei deitada e ele se levantou pegando Alice e se sentou de novo me abanando com a revista, só dava pra ouvir Alice balbuciando palavras e a revista fazendo vento.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Where stories live. Discover now