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Draco estava sentado na poltrona ao lado da cama de Aurora, tinha passado seu tempo com as mãos da menina seguras nas dele, e seus dedos longos acariciavam com tranquilidade, os olhos de tempestades espertos no rosto dela, sempre procurando qualquer sinal de que ela precisava de algo.

Madame Ponfrey tinha vindo entregar comida para os doentes, um prato de sopa fumegante, um pão grande e crocante, e um copo de chá. A comida de Hogwarts era conhecida por ser impecável, das coisas mais variadas e mais maravilhosas, e mesmo que a sopa e o chá não estivessem ruins, Aurora já estava sentindo falta da comida normal.

- Acho que não estou com fome. - Ela murmura, e não estava mesmo, parecia se enjoar só de pensar em comer.

- Mas você precisa comer alguma coisa. - Draco diz. - Madame Ponfrey diz que você pode passar mal, mas tem que ter algo na barriga, não pode ficar sem comer.

Ela faz careta, não queria comer, muito menos passar mal.

- Será que ela não pode simplesmente me apagar até eu ficar boa? Seria mais fácil.

- Já ficou apagada por tempo de mais na minha opinião. Vamos lá, só um pouco.

E mesmo contra sua vontade, Aurora se obrigou a descer mais algumas colheradas da sopa, comeu um pouco de pão, e tomou seu chá. No fim do prato, ela já estava cheia de mais, e sentia o estômago nada bom.

- Chama a Madame Ponfrey. - Pediu.

- Madame Ponfrey! - Draco chama alto.

Sem demora, a mulher pequena e gordinha estava andando rapidamente para eles, sua prancheta, varinha e pena nas mãos.

- Que ouve?

- Não tem algo aqui pra enjoo? - Aurora pediu. - Eu acho que to passando mal.

- Isso é causa da batida, querida, vai ficar assim por um tempo. - Ela puxa um lixo e coloca do lado da cama. - Se precisar, coloque tudo pra fora, não tem problema. Tem água bem ali, peça pro seu amigo ir buscar quando quiser beber.

Aurora concordou levemente, fechando os olhos, tentando forçar seu corpo a voltar ao normal. Madame Ponfrey levou o prato e copo dali, checou Harry, então foi até Antony, a quem ela checou seus machucados.

- As pancadas do rosto vão ficar roxas por um tempo, o machucado causado pela batida da vassoura pode doer, se precisar de remédios para dor, me procure, mas de resto vai ficar bem. Pode ir, vamos vamos, fora!

O garoto saiu dali, não sem antes dar uma última olhada para Aurora e Draco, mas recebeu rostos tão firmes e bravos o olhando, que ele preferiu não parar para dizer nada. Draco e Aurora passaram talvez uma hora somente conversando ali, baixinho, Aurora tentava se manter distraída para não pensar no que estava sentindo, e funcionava.

Quando ficou mais tarde, Madame Ponfrey passou dizendo que era hora de dormir, desligou todas as luzes, fechou as janelas e puxou as cortinas delas, deu cobertores para os acompanhantes, então voltou para sua sala, aonde ela ficava para casos de emergência.

Com uma ajudinha de Draco, Aurora voltou a se deitar, se aconchegando ali, o garoto voltou para a poltrona, se cobrindo ali e puxando as pernas para cima. Aurora torceu o nariz olhando ele todo torto.

- Por que você não pega uma cama? - Ela pergunta.

- Quero estar perto se você precisar de algo.

- Draco, você ta todo torto ai.

- Não se preocupe comigo, pode dormir tranquila.

Mas Aurora nem ao menos fechou os olhos. Se arrastou mais pro lado, ficando na beirada da cama, levantou o cobertor.

- Pula pra cá. - Ela mandou.

Draco abriu os olhos, a olhando, levantou uma sobrancelha.

- Não cabe nos dois, é uma cama de solteiro.

- No dormitório também é e a gente coube.

- No dormitório você ficou contra a parede, e a gente nem dormiu. E outra, no dormitório você não estava machucada.

- Estava machucada emocionalmente.

Draco deu risada:

- Você já foi melhor em tentar me convencer das coisas.

- Ai Draco, to com sono, anda logo e deita aqui, não vou conseguir dormir sabendo que você ta ai todo torto. - Se irritou, sacodindo a coberta. - Vamos logo, ligeiro, bora.

Draco suspirou, mas acabou por ceder. Se levantou, jogando seu cobertor por cima de Aurora, tirou os sapatos e se enfiou ali dentro, deitando ao lado dela.

Aurora e Draco tiveram que gastar alguns segundo tentando achar um jeito de aquilo dar certo sem alguém cair da cama, no final, Aurora ficou com o travesseiro para apoiar a cabeça, pois Draco tinha medo que ela apoiasse em seu braço ou seu peito, ele acabasse se movendo e machucasse mais. Enquanto isso, Draco deitou com a cabeça no ventre da menina, abraçando sua cintura, estava meio encolhido ainda, e não era lá a melhor posição pra dormir, mas iria dar certo.

- Viu só? - Aurora murmurou, finalmente fechando os olhos. - Deu certo.

- Desde que você descanse, pra mim tudo bem.

- Fala como se você estivesse sofrendo ai. - Ela deu uma risadinha.

- Sempre dormimos juntos, desde criança, é sempre um terror. Você chuta. - Ele da risada.

- Que mentiroso!

- To falando serio.

- Bem, você ronca. - Aurora acusa.

- Não ronco não!

- Parece um motor.

Eles acabam por dar risada. Mas ali do lado, Rony olhava aquilo com os olhos estreitos:

- Se Madame Ponfrey visse isso, ela diria...

- Eu sei o que eu diria. - Draco corta, levantando o rosto para ele. - Eu diria que não perguntei nada pra você, Weasley.

E puxou a cortina envolta da cama, os fechando. Aurora da um risinho.

- Você realmente precisa trabalhar no seu humor.

- Vai dormir, vai. - Ele volta a deitar. - Boa noite, vê se não me chuta ou jogo você dessa cama.

- Boa noite, se roncar vou te dar uma mãozada na cara.

E mesmo com as pequenas ameaças, eles fecharam os olhos sorrindo.

🐉

Oi pessoal!
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Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora