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Os dias se passaram no final do ano, e com eles chegavam o tão importuno dia de voltar para casa. Nenhum deles queria.

Era uma das poucas tardes em que estavam descansando, estavam no gramado perto do Lago Negro, todos em circulo e falando baixinho. O fim do ano quase não tinha dias de sol, o frio era grande, e as nuvens de chuva cinzentas cobriam a claridade. Quando a noite chegava, junto com ela vinha uma fina camada de neve, esta que de manha era expulsa pelos poucos raios de sol, deixando somente o a grama molhada e pequenos pedacinhos gelados.

Naquela tarde tinham tempo livre, e esticaram uma toalha de pique nique no chão, aonde se sentaram para conversar e aproveitar dos poucos raios de sol. Mesmo que o tempo esteja bom, a conversa era pesada.

- O jornal diz que esta acontecendo cada vez mais surtos por ai. - Blasio diz. - Eles dizem ser ataques rebeldes, mas são Comensais, qualquer idiota sabe que é.

- E a fuga em Azkaban. - Draco comenta. - Minha tia Bellatrix fugiu, junto com vários outros.

- Era o que o Lorde estava falando na reunião em que estavamos, sobre buscar os presos. - Aurora concordou ao lado dele. - Então a essa hora ele já tem um bom numero de seguidores.

- Não o bastante para entrar em guerra direta, mas o bastante para começar a fazer barulho. - Pansy concorda. - Apostem comigo, quando chegarmos em casa nossos pais vão estar com sorrisos maiores que a cara. Mal posso esperar para ver um bando de Comensal na próxima festa de contatos.

- Acha que ainda vai ter? - Aurora a olhou.

- Com toda a certeza. - Oliver disse firme. - Talvez não com todos os rostos do ano passado, mas vai ter. Vai ser a chance perfeita para ele recrutar mais bruxos pro lado dele.

- Festa dos Contatos esta morta, este ano nós vamos para Festa dos Comensais. - Draco suspirou.

- Você me parece calmo com isso. - Aurora comentou.

- Não calmo, exatamente. - Deu de ombros. - Mas sinceramente, o que mais podemos fazer? Ainda não estamos fortes o bastante para confrontar nossos pais para dizer que não vamos, muito menos para confrontar uma casa cheia de Comensais. Agora o que temos que fazer é colocar nossas mentes no lugar, e estarmos prontos para ver e ouvir qualquer coisa que tenhamos que passar. O minimo que podemos fazer é proteger nossos psicológicos para não cair na loucura, não acham?

Todos eles concordaram prontamente. A loucura era um dos passos, e depois dele, logo logo estariam jogando feitiços contra trouxas e matando inocentes. Se queriam ser melhores que isso, tinham que cuidar de suas mentes, não somente de seus corpos.

- Draco esta certo. - Blasio concordou. - E a Festa vai ser só uma noite. Vamos fazer o que sempre fazemos, ficamos juntos, tentamos ficar longe dos outros, não causamos problemas e nem chamamos atenção. Vamos ficar bem.

Concordâncias leves, todas preocupadas, mas todas querendo falar para si mesmo que iriam ficar bem.

No próximo momento, uma coruja preta apareceu ali, tinha olhos amarelos muito grandes, e grandes asas. Ela levava uma carta em sua pata, e pousou diretamente no colo de Draco.

- Oi. - Ele passou o dedo na cabeça da coruja em um carinho. - Isso é pra mim?

Ela esticou a pata e ele pegou, no momento em que a carta foi pega, a coruja alçou voo e saiu dali tão rápida quanto chegou.

- Que é isso? - Pansy espia.

- Uhm... É da minha mãe. - Draco abriu. - É uma carta mágica, diz que vai se queimar assim que eu fechar ela.

- Que esta escrito? - Aurora se interessa.

Narcisa nunca escrevia para Draco, e para ela mandar uma carta, e uma carta que se queimaria assim que ele fechasse de novo. Deveria ser algo importante.

Draco passou os olhos rapidamente, não era uma carta longa, mas no pouco que tinha ali, deixou o menino mais pálido do que nunca.

- Draco... - Aurora se preocupa ao ver o rosto tenso de Draco.

- O que ouve? - Oliver tenta espiar também.

- Meu pai... - Murmurou embasbacado. - Ele foi fazer um desejo do Lorde e... Potter e a Ordem da Fênix o pegaram. Os Aurores chegaram bem na hora e... Ele foi preso. Ele esta em Azkaban.

Aurora tampou a boca assustada, exclamações de susto foram ouvidas pela rodinha dos cinco. Draco fechou a carta, ela começou a pegar fogo e ele a atirou no Lago Negro. O papel se queimou todo e suas cinzas se diluiram na água.

- Draco... - Aurora tocou no joelho do garoto ao seu lado. - Draco eu sinto muito...

- Ele passou pelo tribunal? Já? - Blasio perguntou, preocupado.

- Ele foi pego em flagrante com os outros Comensais. - Draco murmurava. - Não teve nem como negar algo.

- Mas ele vai sair. - Aurora insiste.

- Vai. - Draco concordou levemente. - Minha mãe diz que o Lorde vai tirar ele de la rapidinho, mas...

Ele não precisou terminar, todos entendiam.

Lucio Malfoy podia ser o idiota que fosse, e não vamos negar que ele cometeu vários erros. Mesmo assim, Lucio era o pai de Draco, tinha cuidado de Draco o melhor jeito que ele sabia. Draco o amava de seu proprio jeito.

Draco tinha lutado desde o primeiro dia de aula do primeiro ano para trazer honra ao nome dos Malfoy, tentando mostrar que sua familia era mais do que Comensais antigos.

Mas ele sabia, agora ele tinha certeza. Na manha seguinte todos os jornais estariam notificando aquilo, e seu nome estaria mais uma vez na lama.

Ninguém falou mais nada, ninguém precisou. Todos eles sabiam o que iria acontecer, e não havia nada que eles pudessem fazer para segurar aquilo, não tinha como proteger Draco do que estava para acontecer.

Sabiam que no momento em que a escola soubesse sobre o caso, sobre Lucio Malfoy na prisão por ser um Comensal, todas as dúvidas seriam respondidas, e Draco seria julgado por cada pessoa naquela escola como escória, um Comensal em treinamento. A dor de ter o pai na cadeia seria passada despercebida pelas pessoas, e eles iriam cair matando encima de Draco.

Tudo o que podiam fazer era estar ao lado dele.

🐉

Oi pessoal! Curtam e comentem bastante, o próximo capítulo vai sair ainda hoje.

Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora