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Aurora acordou com o sol em seu rosto, que passava pela janela de cortinas abertas. Piscou, sonolenta, e com uma rápida olhada envolta se viu no quarto de Draco, o relógio de parede batia oito e quarenta da manhã.

Draco ainda estava dormindo, um braço ainda enrolado na cintura de Aurora, a mantendo em um abraço que parecia ter durado a noite toda. A menina sorriu com aquilo, tinha tido uma noite sem pesadelos graças a ele.

Tomou um tempinho o olhando dormir, sentindo o coração quentinho. Sabia, porem, que logo o resto da casa estaria acordada, e seus amigos jaja iriam irromper por aquela porta se eles não aparecessem logo.

- Ei, Draco. - Estendeu uma mão, tocando o rosto do menino. - Draco, você tem que acordar.

O menino resmunga, apertando seu corpo contra o dela. Aurora deu um leve suspiro, prendendo qualquer sentimento ou pensamento além da amizade lá no fundo de sua mente, os ignorando totalmente. Os olhos de tempestade se abriram, piscaram algumas vezes, acordando, e então a olhou, um sorrisinho apareceu que fez os cantinhos de seus olhos subirem.

Era o fim, Aurora se derreteu ali.

- Bom dia. - A voz rouca de Draco murmurou, fazendo um arrepio passar pelo corpo de Aurora.

- Bom dia. - Ela tentou sorrir como se nada estivesse acontecendo, como se nem sentisse como se um milhão de borboletas estivessem fazendo a festa dentro de seu estômago.

- Dormiu bem? Sem pesadelos? - Ele lembrou.

- Nenhum. - Garantiu, mais do que satisfeita. - Obrigada por me deixar ficar aqui com você, ajudou muito.

- Sem problemas. - Ele sorriu. - É uma boa visão pra começar o dia.

O rosto de Aurora corou momentaneamente, mas ela achou-se tão idiota por isso que se obrigou a dar uma risadinha, como se tivesse levado tudo na brincadeira.

- Aposto que meus cabelos pra cima realmente são uma obra de arte. - Ela brinca, o que faz o garoto dar risada.

- Ate eles são. - Concorda ainda rindo. - Vamos levantar?

Ela não estava muito afim de sair dali, mas concordou.

Enquanto Draco iria para seu banheiro, Aurora voltou para o quarto aonde estava ficando e foi para seu banho. Não demorou muito ali, e assim que estava pronta, se arrumou para o café da manha com um vestido rosado e foi se juntar ao seus amigos.

As refeições estilo família eram sempre as mesmas em todas as famílias, e quando se juntavam não era diferente. Havia classe, muita classe, era como se existissem cameras os filmando a cada momento em que estavam ali, e eles tinham que manter a pose perfeita para estarem na nova revista de família perfeita. Haviam ternos alinhados, sapatos polidos, cabelos impecáveis e sorrisinhos mais do que doces, e muito mais do que forçados.

Os mais novos, porem, tinham uma constante vontade de conversar entre si, de falar sobre algo novo, falar sobre como dormiram, com o que sonharam, por que sonharam aquilo, se algum deles já sonhou algo parecido. Queriam comentar sobre os jornais chegando e sobre como as corujas pareciam cansadíssimas de trabalhar pra lá e pra cá, e logo mais, queriam muito comentar o que estava na primeira pagina do Profeta Diário.

Bruxos das Trevas: Uma espiada no passado e no futuro.

Na noite anterior ouve o mais esperado jogo de Quadribol dos anos, disputando pela vitória do Mundial de Quadribol, Bulgaria e Irlanda se encontraram em campo em um jogo com um final tanto polemico. Mais polemico do que o quão rápido é rápido de mais sobre agarrar um pomo, foi os acontecimentos seguintes, no pós-jogo.

Menos de uma hora depois da final do jogo, um ataque tomou lugar, um ataque não de fãs furiosos, acredite ou não. Bruxos com capas negras, chapéus pontudos negros, e mascaras, carregando grandes tochas de fogo, fizeram presença confirmada e espalharam pânico entre toda a comunidade bruxa que deveria passar a noite pós-jogo acampando ao redor do grande estádio mundial.

Os acampamentos foram colocados a cinzas, o estádio Mundial foi depravado, e 104 bruxos saíram do lugar feridos. Mesmo seus ferimentos sendo na maior parte deles causados pelo tumulto de sair do lugar, muitos bruxos feridos relataram confronto magico contra os vândalos, e muitos saíram queimados por conta dos incêndios na tenda e pelo chão.

O inferno na Terra, a caça as bruxas mais uma vez, desta vez, nosso povo contra nós mesmos.

Como era de se esperar de tal ataque, no fim da noite puderam ver a Marca Negra sobrevoando o céu, encima dos destroços do que restou, o que foi um dia, um acampamento. As obras d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado foram e ainda são temidas por todos os cantos, e mesmo sem ele em pessoa, ainda parecemos ter seus fieis escuteiros para dar o recado que sempre deram: Comensais da Morte estão entre nós, e uma hora, eles irão voltar para atacar.

O terrível atendado da noite anterior não deixou mortos, felizmente, mas nos deixou a mensagem que nenhum de nós podemos esquecer, de que o perigo ainda anda entre nós. Muitos Comensais saíram sem culpa por conta da desculpa "ele me obrigou" ou "estava sobre a Maldição Imperius", e com este atentado, só nos resta a certeza de que não deveríamos nunca ter confiado em tais palavras. Eles ainda fazem sem precisar de comandos, e vão continuar fazendo.

O Ministro da Magia não quer se pronunciar sobre o ataque. Esta trancafiado em sua casa, ignorando qualquer jornalista ou cidadão bruxo que tente se comunicar sobre o caso. Deixo aqui a pergunta que não quer calar, meus caros leitores: Este seria classificado como mais um caso de "ele me obrigou", ou vamos ter respostas?

Cada um tinha seu próprio jornal e lia atentamente, a comida nem sendo mais tocada. Quando acabaram deram uma olhadinha envolta, tentando saber se todos tinham a mesma preocupação que eles tinham. Bem, a resposta é sim, todos estavam preocupados pela mesma razão.

Mais uma vez, sendo famílias poderosas, eles estavam nos olhos de todos como os grandes suspeitos de colaborar com tal coisa.

Ah, os nomes, os títulos... Aurora suspirou, sabendo que eles eram dadivas e fardos, as vezes, ela só queria sair de perto daquilo, queria um lugar aonde ela pudesse falar nas refeições, conversar, ter amigos sem interesses, ter uma mecha de cabelo fora do lugar sem ser considerada a delinquente da família.

Suspirou, ainda estava ali.

🐉

Oi pessoal!
Curtam e comentem bastante.

Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora