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As ferias de Aurora tinham tudo para ser como suas últimas. Desde o momento em que seus pais se mostraram tão opositores aos atos de Aurora na Camara Secreta, tinha surgido um clima estranho entre eles, um clima que tinha permanecido, e até mesmo agora ele se mantinha. Aurora não tinha esquecido que seu pai usou o termo "sangue-sujo", ou que era a favor de deixar uma menina morrer ali. Era estranho de mais aceitar uma coisa dessas.

Depois do quadro da avó, Aurora tinha recebido uma visita de sua mãe. A mulher estava com um sorrisinho persistente e calmo, como se nada tivesse acontecido.

- Querida, sua avó me contou o que ouve.

- Aposto que contou, foi pra exatamente que você a enfiou aqui. - Aurora disse, ainda sentada em sua cadeira de frente para a mesa.

- Não! Não foi isso! - Ela nega, sentando-se na beirada da cama de Aurora. - Querida, sinto que não estamos mais sendo uma família do jeito que eramos. Estamos nos afastando, isso é péssimo.

- Mamãe, você sabe bem por que estamos nos afastando.

A olhou atrás do espelho a sua frente, Tereza parecia ter congelado ali, a olhando. Por fim, suspirou.

- Coisas ruins acontecem, meu bem. O que ouve sobre a Câmara foi... Um acidente terrível.

- De que parte você esta falando?

- Como?

Aurora se vira na cadeira, a encarando:

- Qual parte, mãe? Qual parte foi terrível? O basilisco ter saído e quase ter matado uma menina inocente? Ou a parte terrível foi eu ter ajudado a salvar?

Mais uma vez o silencio, e o silencio era resposta o bastante para Aurora. Suspirou, voltando a olhar para seu livro na mesa.

- Claro, eu sabia que você pensava como o papai. E se não pensa como ele, você fica atrás de qualquer decisão que ele toma.

- Ele é meu marido. - Levanta uma sobrancelha.

- Não seu dono.

- Um dia você vai entender, Aurora. - Suspira.

- Não vou não! - Garante. - Não vou me casar pra ficar atrás de homem algum, ou não ter minha própria voz. Se for assim, eu prefiro morrer solteira.

- Ah querida, você não precisa pensar sobre isso! - Ela se levanta, foi até ela, colocando suas mãos nos ombros da menina, elas se olharam pelo espelho a frente. - Quando chegar a hora vamos achar um pretendente perfeito a você, e quando acontecer, você vai me entender. - Se abaixou, dando um beijo no topo da cabeça de Aurora. - Te vejo no jantar, querida, ainda quero que você se junte mais a nós.

E logo ela saiu, mas uma coisa somente ficou na mente de Aurora.

Vamos achar. Vamos. Plural. Eles iriam achar um pretendente para ela, e Aurora teria que aceitar.

Um nó imenso se agarrou em sua garganta, e ela sentiu que estava prestes a vomitar de tanto nojo so pela ideia. Pulou de pé e saiu correndo dali, passou para fora de seu quarto, correu pelos corredores ainda descalça, desceu as escadas e saiu da casa.

Sua corrida para fora da propriedade ardeu seus pés pela grama e as pequenas pedras, mas ela continuou no mesmo ritmo, contornou a casa e foi direto para o lugar aonde ela sabia que teria paz. O barco.

Correu pela parte de chão com os bancos, e então, no fim, aonde os barcos estavam atracados, Aurora parou. Havia a rampa para entrar em cada barco, e ela entrou no primeiro, passando com cuidado para não cair.

Cada barco era imenso, branco e muito elegante. Aurora tinha passado sua infância ali dentro, e ainda entrava lá para relaxar, ou para ficar sozinha, era um lance só dela. Entrou dentro do deque do barco, passando pela cabine do piloto e indo mais para dentro.

Lá dentro havia uma sala media, com grandes janelas de vidros muito bem limpos, grandes sofas para descansar ali. Corredores davam para os quartos e banheiros, um outro daria para lá embaixo, aonde era a cozinha, e mais para baixo, o estoque de comida. Aurora se jogou no sofá mais perto de si, quase batendo na mesinha de vidro do meio, mas finalmente podendo respirar fundo.

Seus pais conseguiam a assustar cada vez mais.

Para acalmar sua mente, uma coruja branca com manchas marrons entrou voando rapidamente dentro do barco, Aurora estreitou os olhos quando ela pousou encima da mesa.

- Quem é você hein?

A coruja piou, esticando a patinha, havia uma carta ali. Aurora se sentou, pegou a carta, e a coruja saiu voando logo depois. Aurora a observou, ela não entrou na casa, ela foi embora para o horizonte. Curiosa, Aurora olhou a carta, e um sorriso surgiu em seu rosto.

De: Draco Malfoy
Para: Aurora Slytherin

Abriu o envelope rapidamente, tirando a carta dali e se pondo a ler.

"Oi!

Acabei de chegar em casa e já tem carta sua, você realmente me ama de mais, só pode.

Meus pais ainda estão meio estranhos comigo, mais rígidos, acho que eles ainda não esqueceram sobre o lance da Câmara, como esta ai? Espero que melhor do que aqui. Meus pais falam sobre comportamento e tudo mais, sinto que sai de Hogwarts para vir pra uma escola de etiqueta.

No caminho para cá meu pai me perguntou sobre todo o lance do ataque do Black na escola, e tudo mais, disse que não sabia muita coisa, só o que é de informação publica, o que é verdade. Acho que ele acha que isso são sinais de que algo esta mudando, de que algo vai acontecer. Sei que é sobre o Lorde das Trevas, sei que meu pai acha que ele esta por ai, mas meu pai não fala muito sobre isso, ao menos não perto de mim.

Alias, esse ano a Festa dos Contatos vai ser aqui em casa! Minha mãe já esta preparando os convites, ela já fez o de vocês, vai mandar assim que tiver os outros prontos. Vai ser temático como uma festa antiga, bem clássica, minha mãe ama essas coisas.

Tá afim de vir antes? Podemos nos preparar juntos. Me manda uma carta confirmando, seria bem legal.
Já sinto saudades, beijos."

Aurora leu e releu a carta, sorriu com aquilo. Ele estava com saudades, talvez ela estar com saudades também não seja assim tão estranho. Estavam juntos nessa.

🐉

Oi pessoal!
Vocês estão gostando? Lembrem de curtir e comentar.

Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora