Starbucks

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— Veja só. — Jordan apontou com a caneta para a televisão de 40 polegadas. — Eu introduzi o esperma do Micael no seu óvulo, ele demorará para agir alguns dias. — Explicou. — Você deve tomar os hormônios e esperar pelo bebê.

— Enquanto isso? Ela fica sob aviso de algo? — Micael passou as mãos no maxilar.

— Nada que afete, só não faça muito esforço! O procedimento é delicado, você pode sangrar um pouco hoje. — Encarou Sophia que assentiu.

— O sangue é tipo menstruação? Porque eu odeio usar absorvente, aquela coisa incomoda e dá um cheiro ruim. — Torceu o nariz.

— Quando você tá menstruada, você usa o quê?

— Fralda. — Disse simples. Jordan coçou a garganta. — Isso é super normal no meu bairro, tá legal? Os ricos que usam absorvente.

— Você acabou de dizer que o absorvente te incomoda. A fralda não te incomoda também? — Jordan estava perplexo. Micael ficou quieto.

— Doutor, muito obrigado! — O moreno levantou-se da cadeira. — Qualquer problema eu retorno para o senhor.

— Isso! Volte mesmo. E cuidado, Sophia. Não esqueça dos hormônios.

— Pode deixar. Tchau! — Balançou a mão antes de sair com Micael. Entraram em seu carro.

A loira colocou o cinto de segurança, pelo menos uma coisa sabia, diante da burrice toda.

— Podemos tomar café? E eu gostaria de escolher o café. — Encarou Micael que dirigia.

— Onde quer ir?

— Starbucks. — Suspirou. Micael mudou a rota, não iria trabalhar pela manhã, Chay estaria tendo um ataque de pelanca.

Sophia animou-se quando passou pela porta com sino, a música ambiente fez ela se sentir em outro patamar, junto com seu tamanco e sua roupa cafona. Parou no balcão, na direção errada de fazer o pedido.

— Oi, eu quero aquele café que aparece nos filmes. Que tem uma mulher, ela parece uma santa. — Explicou ao homem do caixa. — E ela é...

— Eu quero um expresso, com creme. — Micael apareceu, atrás de Sophia. — E você? Já escolheu? — Observaram a tabela enorme, colada na parede.

— Eu não faço a mínima idéia do que pedir. — Entristeceu. — Esquece, vamos embora.

— Pode fazer um frappuccino de morango com gotas de chocolate, e bastante chantilly. — Micael sorriu. O homem buscou dois copos, o de Sophia transparente, de Micael, o de papel.

— Nomes, por favor. — Tinha a caneta Pilot nas mãos.

— Mica...

— SoMic. — Sophia deu um pulinho, Micael franziu o cenho.

— SoMic? — Encarou ela, tinha as sobrancelhas franzidas.

— É a junção dos nossos nomes. — Encolheu os ombros. — Um modo de te agradecer pelo café. Eu não tenho dinheiro. — Micael riu, tinha um ar cômico no rosto, e estava indignado, da maneira engraçada.

— Ok. — Sorriu para o homem. — SoMic! E dois pães com presunto e cheddar, por favor. — Pediu, buscou Sophia pelas mãos e sentaram em uma mesa.

Estava encarando ela, tão bonita mas tão... Doida?

— Como conheceu o seu namorado?

— O Karl? — Ficou surpresa pela pergunta. — Ele foi expulso da escola, três vezes, da primeira ele foi perdoado, da segunda também e da terceira foi perca total. — Negou com a cabeça, lembrando.

— Ele era muito ruim?

— Ele estourou uma bombinha no carro do professor, depois disso, ninguém quis ele lá. — Pausou. — A gente namorou, e então eu saí da escola. Fui morar com ele e decidimos ser isso.

— Você decidiu ser Barriga de Aluguel?

— Na verdade o Karl, a idéia de ficar grávida é grande na cabeça dele.

— Ele quer ter filhos?

— Às vezes sim, mas às vezes não. — Não soube explicar.

— SOMIC. — O homem gritou, os cafés estavam prontos. Micael levantou-se pegando os dois, junto com os pães.

Deixou-os na mesa, Sophia tinha o copo transparente, com o nome que havia escolhido.

— Experimenta, é gostoso! — Estava ansioso para vê-la experimentar. Sophia sugou o canudo verde sentindo o gosto do morango, era doce! Parecido com um milk-shake. Ela sorriu. — E então?

— É gostoso. — Continuou tomando. — Os pães...

— Pode pegar um. — Empurrou o prato para ela, delicadamente.

— Hum. — Mastigou. — Você não tem nenhuma namorada?

— Eu tinha, mas me separei. Faz três anos.

— Por que? — Teve curiosidade.

— Ela me traiu, com o professor dela. — Não tinha medo de dizer, mentir tornaria tudo pior. — Desde então, fechei meu ciclo para namoro.

— Você deveria conhecer alguém, é muito novo pra virar pai. — Terminou de beber. — E sabe o que é mais engraçado? Talvez eu vou carregar o seu filho, eu nem te conheço direito.

— Tá conhecendo agora. — Sorriu.

— Você é legal! — Mordeu seu pão. — Me chame mais vezes para sair, mas eu te pago em outra ocasião. Estou sem dinheiro!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now