Dorme Comigo?

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Três semanas depois.

— Então doutor, tudo certo? — Micael estava apreensivo na mesa do médico. Balançava as pernas impaciente.

— Pelo seu exame, está tudo sim! — Sorriu. — Tem certeza que quer fazer isso?

— É o melhor. — Deu um risinho. — Quando podemos marcar?

— Que tal no mês que vem? — Optou. — Assim consigo preencher seu formulário.

— Ótimo! — Micael sorriu, levantou-se da cadeira. — Preciso ir.

— Te aguardarei no final do mês. — O médico lhe avisou.

Na casa dos Borges tudo ia bem, a não ser Liam chorando, quase estourando os tímpanos da família.

— Ok, ok, ok! — Sophia o balançava. — Seu pai já está chegando, seu pai já está chegando! — Liam estava desesperado.

— Deve ser cólica. — Lidiane o pegou. — Já o alimentou?

— Sim.

— Com certeza cólica! — Balançou o sobrinho. — Que garoto bravo. — Fez uma careta.

— Liam consegue me dar um baile. — Exaltou à cunhada que ria.

— Noah sempre fazia isso comigo, é só você domar.

A porta se abriu.

— Bom dia, Dona Sophia. — Rosa apareceu. — Fui ao mercado, trouxe tanta coisa bonita!

— Que ótimo, Rosa! Eu preciso comer alguma fruta. — Andou até o balcão. — Você sabe onde está Micael?

— Ele saiu bem cedo hoje. — Abriu a geladeira. — Não disse pra senhora?

— Não. — Pensou. — Ele voltou a trabalhar?

— Só semana que vem. — Avisou. — Pensei que a senhora soubesse também.

Pelo visto, Sophia não sabia de nada.

— Que estranho. — Remexeu os lábios. — Micael saiu bem cedo.

— Saiu, mas não disse onde foi não. — Rosa arrumou todas as frutas na fruteira. — Como está o Liam?

— Muito chorão! — Ela riu. — Lidiane que está acalmando ele.

— Já é prática. — A cunhada disse, o menino havia parado de chorar.

A porta se abriu novamente.

— Oi. — Micael passou por ela, tinha um copo de Starbucks nas mãos. — Tudo bem por aqui?

— Tudo. — Sophia respondeu. — Onde você estava?

— Eu estava resolvendo umas coisas. — Tentou fugir.

— Que coisas? — Sophia franziu o cenho.

— Coisas. — Andou até a esposa. — Teddy me chamou na empresa. — Mentiu. — Vou voltar a trabalhar na semana que vem.

— Mas já? — Sophia andou com Micael até o quarto, subiram as escadas.

— Já fiquei tempo demais aqui. — Explicou.

— Sabe, você poderia voltar a dormir no seu quarto. O que acha? — Entraram no cômodo do casal.

— Amor, eu já te expliquei sobre isso. — Ficou em transe enquanto dizia, Sophia estranhou mais uma vez.

— Micael, onde você foi? — Voltou a perguntar.

— Eu já disse!

— Você tá todo estranho!

— Eu já disse que fui na empresa, pra onde mais eu iria? — Abriu as mãos.

Ao médico?

— Você tá todo estranho! Tem certeza que não está acontecendo nada? — Cruzou os braços. — Você pode me contar, eu sei que você pode me contar.

— Se eu tivesse ido em outro lugar eu te contaria. — Avisou. — Mas eu não fui, você não precisa se preocupar.

— Vou fingir que acredito. — Se emburrou. Recebeu um beijo do marido. — Dorme comigo?

— Nem pensar. — Sorriu, malicioso. — Você sabe que se a gente dormir junto, vamos acabar não dormindo.

— Eu não vejo problema.

— Seu resguardo.

— Já está acabando! — Micael riu, era como uma criança querendo algo. — Eu estou com saudade de você, não é que... Adoro a Lidiane mas, ela já pode ir. — O moreno riu mais ainda. — É sério, Micael!

— Ela deve ir nesse final de semana, o macho dela deve estar ligando a todo o momento. — Abriu o guarda roupa. — Depois eu volto a dormir aqui.

— Sua mãe está melhor? — Sophia massageou o ombro do marido, enquanto via algo no guarda roupa.

— Está sim! Falei com ela ontem.  — Sua resposta foi tranquila. — Amor?

— Sim? — Encarou Micael.

— Eu te amo. — Era verdade, mas ele não iria falar aquilo, iria contar à Sophia porquê foi ao médico.

Não podia esconder, ela era a sua mulher.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Donde viven las historias. Descúbrelo ahora