Oficial de Justiça

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— Eu sou um trouxa de ficar segurando você. — Largou o braço de Sophia. — Vai embora da minha vida, vai embora da minha casa!

— Eu não vou ir embora. — Suspirou. — Você sabe que eu te amo e não vou desistir da gente.

Micael pausou, abaixou a cabeça.

— Estou noivo. — Mentiu. — Devo me casar no mês que vem, ela é encantadora.

— Posso saber o nome dela? — Sophia morreu de ciúmes, segurou o choro.

— Amanda. — Não conseguia olhar nos olhos de Sophia. — Ela também tem um filho e, Annora se dá super bem.

— Então é isso? Vai se casar? — Abriu os braços. — O que eu faço com você, hein?

— Comigo? Nada. — Deu de ombros. — Você me traiu! Você fez de tudo pra me deixar triste, junto com o Karl. — Remoeu o passado. — Sabe o que eu sinto? Eu sinto pena de você, Sophia! De verdade.

— Pena? Eu sei que estive errada mas eu mudei. — Tentou se aproximar. — Eu sou uma pessoa melhor, eu mudei o meu estilo de vida. Eu posso te provar!

— Você não tem que me provar nada.

— TENHO SIM! — Se desesperou. — Eu devo provar à Annora que sou uma ótima mãe. Me deixe provar, me deixe provar que eu ainda te amo.

— Se me amasse...

— Não teria te traído, é, eu sei. — Pausou. — Eu tava confusa, Micael. Meus hormônios estavam me matando, e o Karl me ameaçou naquela época de contar tudo pra você. Eu era garota da vida, não me preocupava com nada, eu só queria ver dinheiro na minha frente, como uma figura simples, entende? — Secou suas lágrimas. — Eu viajei até aqui pra te provar que eu amo vocês, e agradeço por ter cuidado tão bem da minha filha.

Micael ficou em silêncio.

— Da sua filha? — Riu sarcástico. — Tá vendo? É tão inútil que nem sabe a verdade!

— Que verdade? — Encarou Micael, confusa.

— Annora é minha filha, sangue do meu sangue! — Os olhos azuis de Sophia arregalaram. — Enquanto estava transando com o Karl, você já estava grávida, com o MEU esperma. — Explicou. — Mas você foi tão inútil que não conseguiu distinguir, então ficou transando por aí como um animal no cio. — Micael procurou a chave de casa. — Se eu fosse você, procuraria um oficial de justiça e TENTARIA tirar Annora da minha vida. Ou se não, você pode pagar de mãe preocupada enquanto eu cuido dela.

— NÓS PRECISAMOS CONVERSAR! — Gritou.

— Eu já disse que não tenho nada pra conversar com você. — Entrou em seu apartamento. — Boa noite, Sophia! — Bateu a porta com tudo.

A loira se pôs a chorar, secou suas lágrimas e saiu do condomínio. Iria provar à Micael que ainda o amava, e faria de tudo para ter ele volta.

Mas antes, tinha que confirmar uma única coisa.

— Ken! — Sophia parou no hall. — Pode me dizer uma coisa?

— Iiiih, não me mete nessa não! — Negou com a cabeça.

— Só uma coisa, sério! — Implorou. — Micael vai casar?

Ken franziu o cenho, até essa era nova pra ele.

— Casar? Que eu saiba não. Eu nunca nem vi a mulher. — Sophia sentiu um alívio. — Ele de vez em quando sobe com algumas, mas casar... Essa é novidade!

Sophia sorriu, agradeceu Ken e chamou um táxi.

Micael acordou cedo no dia seguinte, foi atrás do advogado que esclareceu algumas coisas, não queria que Sophia tivesse contato com Annora, nem por um milímetro.

— Ela não vai conseguir ter a menina de volta, isso é contra as leis. Você é o pai legítimo dela.

— Enquanto ao oficial de justiça?

— Fique tranquilo. Ela não vai conseguir tirar Annora de você. — O advogado sorriu. — Mas mesmo assim, irei ficar de antenas bem abertas.

Micael assentiu, cumprimentou o advogado e saiu da delegacia, afinal, tinha que ir trabalhar.

Durante o caminho seu celular tocou, ele atendeu escutando a voz desesperadora de Ken. Não era normal!

— Ken, o que houve? — Franziu o cenho, parou o veículo em um posto.

— A polícia tá aqui, Micael. Querem falar com você. — Pausou. — A Sophia tá junto!

Não pode ser.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now