Homens Fazem Isso

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— Onde você tava? — Sophia apareceu na sala, tinha um roupão no corpo.

— Na delegacia. Aconteceu muita coisa.

— NA DELEGACIA? — Se desesperou. — Micael, o que você fez?

— Promete que vai ficar calma?

— Prometo?

— Isso foi uma pergunta ou uma afirmação?

— Tá, eu prometo! — Rendeu as mãos. — O que aconteceu?

— Eu fui até Dinah, Chay estava saindo de lá, contei tudo. Sai da loja e encontrei o Karl andando na rua, bati nele. — Disse simples.

— Você bateu no Karl?

— Bati. Fomos pra delegacia e agora ele está preso!

— O Karl tá preso? — Se desesperou.

— Roubo de uma jaqueta. — Suspirou. — E por que você tá tão preocupada com o Karl? Posso saber?

— Porque... Porque... Porque... — Olhou ao redor. — Porque ele sempre faz coisa errada, não é mesmo?

— Você tá estranha. — Observou Sophia de cima a baixo. — Ele não anda vindo mais aqui, ou vem?

— Ficou maluco? É claro que não! — Riu, desconfortável. — Eu estou com você agora, isso que importa. — Sentou-se ao lado de Micael.

— Você fica estranha quando fala dele.

— Porque você fica com ciúmes, é super normal.

— Hum. — Beijou Sophia, ia tirando seu roupão. — Que foi?

— Eu preciso ir dormir, estou cansada, enjoada. — Levantou-se rápido, não deixou Micael tirar o seu roupão. Que observou seu corpo.

— Olha só quem apareceu. — Sophia estava usando a barriga antes de Micael chegar, esqueceu-se completamente de guardar aquilo. Era tão...

Falso!

— Viu só? — Sorria, desconfortável. — Uma barriga, o seu bebê decidiu aparecer.

— E se decidiu! — Micael sorriu. — Está linda! Eu posso tocar?

— NÃO! — Micael arregalou os olhos. — Quer dizer... Amanhã eu deixo você ver, tá legal? Eu preciso mesmo ir dormir, meu enjoo tá terrível.

— Tem certeza que melhorou?

— Tenho, eu vou ficar bem! — Alertou. — Boa noite, meu amor. Eu amo você!

— Boa noite, branquinha! — Beijou Sophia que saiu, em um tiro.


— Aí, mané! — Karl segurava as grades de ferro da cela. — Quando eu vou sair daqui? Eu pareço um gato preso.

— Quando você aprender a ser gente. Eu deveria te deixar mais uma semana preso, por me chamar de... Mané. — Silabou a última palavra.

— Qual foi? Ninguém ia se lembrar da jaqueta. Era só uma jaqueta.

— Você roubou a jaqueta! Seria melhor se comprasse.

— Eu não tava com grana pra comprar a jaqueta.

— Então não roubasse, que coisa! — O guarda estava se irritando.

— Eu tenho grana pra pagar a fiança.

— Mas não tem pra comprar uma jaqueta, francamente! — Bufou. — Você é um idiota ao cubo.

— Para de me chamar de idiota, eu sou bem mais que isso. Sou um cara muito inteligente, de bom coração... — Estava pensando. — Eu sou demais!

— Mas roubou uma jaqueta. — Pausou. — Não adianta você ser tudo isso e roubar uma jaqueta.

— Quer saber? Desisto de bater um lero com você, muito idiota.

— Se me chamar de idiota mais uma vez eu deixo você preso por três semanas. — Ameaçou Karl. — É melhor calar a sua boca e cumprir o seu castigo.

— Tudo bem, senhor policial! — Sentou-se no chão. — Eu tenho a vida muito triste, eu sei. Estou preso, perdi a minha namorada, que tá com aquele mauricinho que me bateu.

— Por que separou da sua namorada?

— Por que? — Encarou o homem. — Porque ela ficou apaixonada por ele. Eu sempre tratei a minha gata bem, eu comprei um carro pra ela, tudo bem que caiu o escapamento e o motor tava fudido. Pelo menos eu comprei!

— E o que mais?

— Eu sempre comprava pizza pra ela, e também eu... — Suspirou. — Eu sempre amei a minha gata, mas eu trai ela.

— Então você nunca amou ela de verdade.

— A Sophia mexe com qualquer um.

— Então por que traiu ela?

— Sabe que eu não sei te dizer. Eu sou homem. — Mexeu os ombros. — Homens fazem isso!

— Como eu disse... Idiota!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now