Deu Ruim

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— Nossa, comi demais. — Sophia deitou na cama, tirou a sapatilha relaxando seus pés. — Aliás, eu tô comendo bastante.

— Seria estranho se eu te falar que é normal? — Micael foi até o banheiro, se trancou por lá.

— Seria sim, até porque você vai me dizer que eu estou grávida e la la la la la. — Revirou os olhos. — O que vamos fazer agora? Esse quarto não tem TV.

O esperava na porta, nem se deu conta que estava fazendo isso, só se deu quando a porta se abriu, revelando Micael.

— Me esperando? — Quis brincar com Sophia.

— Desculpa, eu...

— Tá tudo bem. — Deitou-se na cama, tinha as mãos atrás da cabeça. — O que você tava falando?

— Eu tava dizendo que... O que vamos fazer? Esse quarto não tem TV, a gente podia ter trago o karaokê, seria bem divertido.

— Pra você perder de novo? Olha que eu não aceito revanche.

— Seu bobão! Tô perguntando o que a gente vai fazer agora, nesse momento tão especial. — Deu ênfase, não estava sendo especial, estava sendo tedioso.

Já tinha comido, passeado, o que mais faltava? Pra ela sim, estava sendo muito tedioso.

— Você poderia deitar aqui comigo e... Sei lá, podíamos conversar. — Optou, aquilo não terminaria bem.

Sophia aceitou, se juntou com Micael deitando ao seu lado, virou-se pra ele que fez o mesmo, os dois se encararam.

— Você não acha que a gente já conversou muito? — Riu leve.

— Eu acho sim, é que... Eu gosto de conversar com você.

— Eu também gosto, você poderia ficar de férias pra sempre, não acha? — Mexeu nos dedos de Micael.

Poderia sim, deveria ser uma ordem.

— Bottin podia me dar mais férias, eu amaria ficar com você assim, bem juntinho. — Sorriram.

— Eu também.

— Quando voltarmos a gente podia comprar as coisas do bebê, eu posso ir com você até as lojas.

— Podemos sim. — Bocejou. — Nossa, tá me dando um sono.

— Normal.

— Tudo pra você é normal. — Acomodou-se junto com as mãos de Micael, perto de si. — É tão bom ter sono, eu ficaria grávida pra sempre se fosse por isso.

— Tá mesmo com sono? — Observou Sophia que já tinha os olhos fechados, fez cafuné em sua cabeça. — Pode dormir, eu vou te sondar! — Deu um beijo no topo da cabeça de Sophia, tinha sondado ela dormir.

Como prometeu.

O celular de Micael vibrou na escrivaninha, o moreno pegou rápido, o nome de Dinah apareceu no visor.

Ela não se cansava nunca?

— Alô?

— Micael, onde você está?

Que merda! Tinha que pensar rápido ou contar a verdade.

— Eu estou na fazenda de uma tia minha. — Mentiu.

— Fazenda? Que fazenda?

— Uma fazenda, ela tem um Aras e me convidou para cavalgar.

— Por isso você está sumido? Faz três dias que não nos falamos!

— Aqui não tem sinal.

— Poderia ter passado aqui na loja, me comunicado, essas coisas. — Pausou. — Eu fico preocupada com você, fui no seu apartamento mas não tinha ninguém. Sua prima também está com você?

A voz de Dinah tinha ficado brava, automaticamente.

— Ela ficou em outro lugar, já estava na hora dela ir embora, não acha?

Então ela já foi embora?

— Ela disse que sim, quando eu dei carona pra ela. E também, não tinha como ela ficar morando lá em casa, não é mesmo? — Estava tenso, deveria parar de falar de Sophia, antes que contasse toda a verdade.

Mas o que ele estava esperando? Era só contar!

— Ah, você jura? Eu estou tão feliz, finalmente aquele apartamento vai ser nosso, pra nós dois. — Teve malícia em sua voz. — Eu sei que ela é sua prima mas, eu não fui com a cara dela.

— É bem difícil alguém ir com a cara dela, deve ser porque... Sei lá, vocês mulheres são loucas.

Ei! Não somos loucas. Só queremos cuidar do que é nosso!

— Hum, eu quero você mais juntinho, tô ficando longe. — Sophia resmungou, Micael Trincou os dentes torcendo para que a catástrofe não acontecesse.

— MICAEL! QUE VOZ DE MULHER É ESSA? QUEM ESTÁ AÍ?

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now