Caixinha de Veludo

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— Micael, ficou perfeito! — Gregori bateu palmas. — Já soube da notícia do dia?

— Qual delas? — Recebeu um roupão felpudo no corpo.

— Sua revista foi a mais bem comprada durante vinte e quatro horas. Um estouro! — Gesticulou. — Todos se perguntando quem é Micael Borges.

— Isso é ótimo! — Sorriu.

— Vale uma comemoração.

— Eu preciso ir, de verdade! — Pegou seu Iphone olhando o relógio. — Vou tomar um banho nos fundos e buscar Sophia.

— Vai recusar um vinho comigo? — Gregori franziu o cenho.

— Ele vai sim! — Sophia apareceu no corredor, cruzou os braços. — Como foi as fotos, meu amor? — Alisou as costas do moreno.

— Ótimas! Gregori acabou de me dizer que foi um sucesso.

— As manas estavam vendo sua revista quando cheguei. — Riu leve.

— Deveriam trabalhar ao invés de ficar fofocando. — Gregori se intrometeu.

— Isso não é problema seu!

— Eu vou me trocar pra podermos ir embora, tudo bem? — Micael disse à Sophia que assentiu, avistou o marido andar até o fundo, se perdendo em portas distantes.

Encarou Gregori com ódio nos olhos.

— Eu odeio você!

— Não tem medo de perder o seu emprego? — Colocou as mãos no bolso. — Parece que não!

— Já passou da época, se quiser, pode me mandar embora, eu não tenho nada a perder. — Levantou os ombros, não ligando.

— Você já contou à Micael? — Aproximou-se de Sophia. — Como nos conhecemos. — Alisou as pernas da loira que bateu em suas mãos, o tirando longe de si.

— Fique longe de mim, seu velho babaca!

— Não pareceu naquela noite. — Tirou uma mexa do cabelo de Sophia. — Vamos embora de Nova Iorque, podemos morar juntos, bem longe daqui. Eu, você e a sua filha!

— Doente! — Afastou Gregori pra longe. — Eu não sou uma vadia, eu amo o Micael e você é só mais um velho estúpido que aproveita das menininhas.

— Não diga isso, princesa! — Tentou se aproximar. — Eu amo você e sei que também é apaixonada por mim.

— Vá pro inferno! — Grunhiu antes de sair da agência.

Esperou por Micael no carro, teve seu Iphone nas mãos ligando à sua ginecologista.

— Olá? Eu gostaria de marcar uma hora. — Abriu o porta-luvas do carro se deparando com uma caixinha. — Pode ser sim, estarei aí amanhã. — Pegou o objeto nas mãos abrindo rapidamente. — Obrigada! — Desligou a ligação vendo o pingente de ouro, com o nome de Annora gravado.

Respirou fundo guardando a caixinha no lugar.

— Iludida! — Disse consigo.

Micael entrou no carro, acomodou-se em seu lugar.

— Me esperando? — Beijou os lábios da loira.

— Gregori me dá nojo. — Não iria dizer sobre o que tinha acontecido, preferia manter distância.

— Quer abrir sobre o que aconteceu? — Deu partida no veículo.

— Não. — Relaxou-se no banco.

— Vamos jantar fora hoje? Só eu e você, juntinhos. — Encarou rápido Sophia.

— Jantar, é? — Sorriu. — Parece bom.

— Eu sei, parece ótimo! — Sorriram. — Vamos? Eu fiz uma reserva naquele restaurante japonês.

— Como sabia que eu iria aceitar? — Achou graça.

— Se você não aceitasse, eu iria com a Michelle.

Sophia fechou a cara, Micael gargalhou.

— Você quer voar pela janela?

— Foi só uma brincadeira, amor. — Rendeu-se. — Eu sabia que você iria aceitar, mas se você não aceitasse... Eu iria cancelar a reserva!

— Ia mesmo? — Arqueou uma sobrancelha.

— Lógico que eu iria! — Sorriu. — Eu te amo, gostosa!

— Para com isso, seu safado! — Mordeu os lábios vendo Micael dirigir.

Chegaram no apartamento, tomaram um banho, se trocaram e foram jantar no restaurante japonês. De começo parecia estranho, fazia tempo que Sophia não frequentava um restaurante japonês.

E a última vez que tinha ido, foi com Gregori. Negou os pensamentos querendo excluir de uma vez por todas.

Pegaram a mesa reservada e se acomodaram.

— Curtiu? — Micael estava ansioso pela aprovação de Sophia.

— Adorei. É bem... Incrível! — Olhou ao redor.

Segurou nas mãos de Micael.

— Ficou estranha do nada. Tá tudo bem mesmo? Não quer me contar o que aconteceu? — Preocupou-se com Sophia.

Ela até poderia dizer o que aconteceu mais cedo, mas caçaria uma briga, ou melhor, compraria uma briga.

E Gregori sairia ganhando.

— Não aconteceu nada. Eu só queria ficar com você! — Sorriu, leve. — Me conta do seu trabalho com a Calvin, tá gostando?

— É legal! Só aquele maquiador de merda, tirou o dia pra me xingar pela noite mal dormida. — Riram.

— Não liga pra eles, só querem te deixar pilhado. — Bocejou. — Nossa, eu tô com sono, acredita?

— Acredito. — Assentiu.

Ficaram em silêncio. Micael soltou das mãos de Sophia.

— O que houve? — Avistou ele caçar algo no bolso.

Retirou de lá uma caixinha, quase igual a que estava no porta-luvas mais cedo. Abriu o objeto relevando o par de alianças em ouro. Sophia ficou sem reação!

— Era pra ter te dado ontem mas... Não consegui. — Sorriu. — Você aceita a se casar comigo? — Riram cúmplices antes de Sophia chorar.

— Aí meu Deus. — Alongou a mão para que Micael posicionasse a aliança. — É tão lindo!

— Os nossos nomes estão gravados dentro, vai conseguir ver no claro! — Beijou as mãos de Sophia. — Eu te amo.

— Eu também te amo, muito! — Estava feliz.

Muito feliz!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Kde žijí příběhy. Začni objevovat