Uma Mãe Para o Meu Bebê

SoMic

Micael acordou mais cedo que o normal no dia seguinte, levantou-se, fez sua higiene matinal e saiu, não queria tomar café em casa, queria tomar café em alguma cafeteria mais próxima do trabalho. Teve o celular nas mãos ligando para Chay, quando entrou no carro.

Tinha até se esquecido.

— Chay? Ainda tá dormindo? Sou eu, Micael. — Virou o volante. — Tem como me encontrar no Starbucks daqui à dez minutos? Preciso conversar com você. — Tinha a atenção no volante, já que o celular estava em viva voz. — Ok, até mais!

Um milagre aconteceu! Conseguiu tirar Chay da cama antes da sete, uma maravilha.

Estacionou na frente da cafeteria e esperou por Chay, mas antes, fazendo seus pedidos.

— Bom dia, eu quero um Choco Chip sem chantilly e um muffin de chocolate. Por favor!

— Nome? — A atendente tinha o copo com uma caneta permanente nas mãos.

— SoMic. — Sorriu, lembrando da primeira vez que trouxe Sophia ao Starbucks.

— Ok, já iremos chamar! — Ele assentiu, ficou em uma mesa.

Chay passou pela porta de vidro, não tinha a face muito boa.

— Péssimo dia. — Sentou-se na frente do amigo. — Por que acordou tão cedo? Que inferno!

— Ainda bem que é um péssimo dia. — Remexeu os dedos. — Tenho notícias pra te dar.

— Quem morreu? — Abriu o cardápio do estabelecimento.

— O seu emprego. — Encarou Chay. O amigo fechou o cardápio, lentamente. Franziu o cenho.

— Bottin faliu?

— Você foi demitido! — Pausou. — Bottin me pediu pra te avisar mas acabei esquecendo. Sophia está passando por dificuldades.

Chay fechou a cara, realmente, não foi um dia bom.

— Então é isso? Eu perco a porra do meu emprego e você fica aí, com essa cara de quem ganhou o trono.

— Que trono? O que você quer dizer?

— Eu aposto o meu rabo que o Bottin não te subiu de cargo. Eu aposto! — Bateu na mesa fazendo um estrondo. — Você é só mais um merdinha dentro daquela empresa, se acha todo porque é unha e carne com Bottin, mas a primeira pessoa com que ele se irritar... Você é quem vai pro saco! — Apontou para Micael.

— Chay, pera aí. — Seguiu o amigo até lá fora. — Eu tentei fazer a cabeça de Bottin, tentei pedir pra que ele não fizesse isso. Mas ele fez! Você sabe como ele é louco.

— Impediu, é? Acho que foi ao contrário. Você ficou comemorando com a Sophia quando chegou em casa, ao invés de me ligar e contar o que aconteceu!

— Eu já disse que tive outros problemas, assim como você tem os seus.

— Eu não tenho mais problema, Micael! Meu único problema era a porra daquele lugar, mas o Bottin fez questão de me tirar. Sabe por que? Porque você é o queridinho dele, que chupa as bolas do patrão todo o santo dia.

— Chay, você tá me irritando com isso! — Estava embravecendo. — Eu tentei te ajudar mas o Bottin não me escutou.

— Deveria ter chupado o pau dele dessa vez, aí sim ele iria escutar.

— Eu aposto que você queria estar no meu lugar. Chupando as bolas do meu patrão. — Umedeceu os lábios. — Mas não pode, já que não tinha um pingo de ética no trabalho, cagava pra todo mundo, achava que todos os meus antigos funcionários deveriam fazer o seu trabalho. Não era bem assim!

— Seu trabalho sempre foi uma merda.

— Se fosse uma merda eu não subiria de cargo. — Sorriu, maléfico. — Eu fiquei ao lado de Bottin, posso sair quando quiser, revejo toda a papelada da empresa, tenho até a conta bancária dele. — Deu de ombros. — Mas você? Só é um cara mal barbado que não tem ética, quer viver a vida como um astro do rock.

— Tá divertido você me ofender, Micael?

— Hilário! — Piscou, rápido. — Eu vou voltar lá pra dentro e buscar o meu café, dirigir até a empresa e entrar na minha nova sala, com as minhas novas coisas. Mas você... O que vai fazer quando chegar em casa? Já sei, vai transar com a minha ex namorada e depois colocar toda a culpa nela, já que ela não é uma pessoa tão agradável de se conversar. — Pausou. — Depois disso você vai sentar na sua privada e chorar enquanto come Pringles vencido, enquanto eu vou estar trabalhando... Com ética. — Sorriu.

— Vá se foder, seu mauricinho de merda! — Mostrou o dedo do meio para Micael e saiu, pisando duro.

O moreno suspirou, não queria ter brigado com o amigo, sentiria falta das conversas com Chay mas ele mesmo não quis o escutar.

— SoMic? — A recepcionista foi lá fora verificar Micael, o moreno deu meio sorriso, pegou seu pedido e pagou, em dinheiro vivo.

Tinha que ir trabalhar, e evitar problemas.