Volte Para a Realidade

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— ME EXPLICA! — Micael estava nervoso. — Annora, vá para fora. AGORA!

A menina correu pra fora do quarto, Laurel ainda tinha os travesseiro entre as pernas.

— Eu vou me virar e quero que você tire esse travesseiro. — Micael virou-se, esperou que a menina se vestisse.

Ela encarava o moreno como se nada tivesse acontecido.

— Garota, onde aprendeu isso? — Franziu o cenho.

— Eu não posso dizer.

— Pode sim! Eu vou ter uma conversa com o seus pais. — Pausou. — Onde já se viu? Eu estou muito bravo com você.

— Por que bravo? Vocês também fazem isso!

— Isso não é assunto de criança.

— Eu não me considero mais uma criança, minha mãe sempre diz que eu sou a filha crescida dela.

— Dane-se a sua mãe, ela não tem um pingo de juízo.

— Não fala mal da minha mãe.

— A partir de hoje você está proibida de ficar sozinha com Annora, estou claro?

— Por que? A Annora nem escuta, ela não sabe nada disso. Ela é uma bobinha!

— ANNORA É UMA CRIANÇA! — Gritou. — E você também, não deveria aprender essas coisas. Seus pais são uns irresponsáveis! — Estava bravo demais.

— Eu gosto de brincar com ela.

— Gostava. — Engoliu seco. — Vire-se pra dormir e amanhã eu ligarei pro seu pai. — Negou com a cabeça e saiu do quarto.

Micael estava na sala quando viu a filha, quieta, tinha as mãozinhas segurando o rosto, parecia triste. Andou até ela a pegando no colo.

— Está tudo bem! Você está proibida de brincar com Laurel. — Foi até seu quarto. — Sua mãe tinha razão.

A menina não respondeu, apenas deixou a cabeça cair no ombro do pai, estava com sono, cansada. Não demorou pra dormir.


Sophia despertou, espreguiçou e tomou um pequeno susto ao ver Annora dormir no meio da cama, segurava as mãos de seu pai, um gesto de estar protegida, fazia isso desde que era pequenininha. Sophia sorriu, como amava aqueles dois.

Deu beijinhos na filha que foi acordando, ela não queria mas já estava na hora.

— Hum. — Micael resmungou. — Só mais dois minutinhos. É fim de semana!

— Nem mais quatro minutinhos. — Beijou o moreno. — Por que Annora dormiu aqui?

Não teve resposta, Micael abriu os olhos castanhos para Sophia.

— Por que? — Piscou várias vezes, Sophia assentiu, esperando pela resposta. — Laurel estava roçando em um travesseiro. Mostrando tudo à Annora.

— EU FALEI! — Vibrou. — Você tinha que ver com os seus próprios olhos. Essa menina é doente, mostrou isso pra Annora? — Chocou-se. — Eu quero falar com a mãe dela pessoalmente.

— Nós vamos falar com os dois. — Disse. — Eu fiquei com tanta raiva que quis bater naquela garota, de verdade. E eu nunca encostei um dedo em Annora.

— Mas Annora é diferente, tem uma criação diferente, e não isso. — Passou a mão nos cabelos. — Eu não quero essa menina aqui.

— Eu também não. — Respirou fundo. — Vou levantar, lavar o meu rosto e ver o que fazer. — Micael saiu da cama.

— Espera! — Ele pausou. — Deixo ela dormindo? — Observaram Annora dormir, igualzinha a um anjinho.

Micael assentiu, sorrindo. Foi até o banheiro e fez suas higienes matinais, logo após Sophia, um tempo depois foram pra cozinha, fazendo o café.

Laurel estava na sala, assistia TV. Era muito esperta e danada.

— Bom dia, Laurel! — Sophia foi até ela. — Você conseguiu dormir bem? — Cruzou os braços.

— Consegui.

— Nós podemos conversar?

— Se for sobre ontem, eu não quero falar mais nada. — Emburrou. — Você vai contar pra minha mãe.

— Nós devemos contar pra sua mãe, o que você fez foi super errado. Alguém do seu tamanho nem era pra aprender essas coisas. — Explicou. — Não é verdade?

— Eu não devo satisfações.

— Ok, tudo bem. — Sophia desistiu. — Eu vou tomar café, você vem? — Chamou a menina que negou.

— Sophia, deixa ela. — Micael tocou no braço da loira. — Nós já sabemos o que é melhor a fazer.

— Essa garota é bocuda demais. — Ficou surpresa. — Chay não tem um pingo de responsabilidade com ela.

— Isso é falta de comunicação. — Encarou Sophia.

Os dois sorriram, de leve.

— O que vamos fazer hoje?

— De verdade? — Ele assentiu. — Podíamos assistir um filme, ou levar Annora ao parque.

— Esqueceu da coisinha ali? — Sophia riu leve.

— Tinha me esquecido. — Negou com a cabeça.

O interfone tocou, uma aleluia tremenda para Micael.

— Eu atendo. — Micael andou até o telefone. — Oi, Ken! O que? — Arqueou uma sobrancelha. — Ok, ok. Deixa subir, fazer o que. — Deu de ombros. — Valeu!

— Quem era?

A campainha tocou.

— Melhor você atender. — Micael avisou, Sophia foi até a porta.

— Você precisa voltar pra Los Angeles AGORA! — Sua assessora passou por ela, tinha centenas de papéis e uma cara nada boa.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Où les histoires vivent. Découvrez maintenant