Estamos Saindo Bem

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Veneza — 3º Dia.

— Será que até aqui tem fila? — Sophia perguntou, ficou na fila junto com Micael, que sorria.

— Em todo lugar tem fila. — Achou graça. — Mas e você? Está tudo bem com o bebê?

— Está sim.

— Espero que você não enjoe. — Disse calmo. O homem da canoa grande o parou, iriam fazer um passeio pela Ponto de Rialto. — Dois cupons, por favor!

— Aqui está. — Entregou à Micael que sorriu, ajudou Sophia a subir na canoa.

Era diferente pra ela que nunca tinha feito passeios românticos, a loira sentou-se na ponta sentindo a brisa meio fria que vinha, teve as mãos na barriga tentando proteger algo, Micael sentou-se ao seu lado, com todo o cuidado.

A canoa começou a andar, leve.

— Viu só? É um lugar incrível!

— Isso me lembra muito os filmes com Romance de Chorar. — Sorriram.

— Lembra mesmo?

— Lembra sim. A mulher sempre vai estar com um homem bem bonito, e depois, eles vão andar nesse barquinho, dai depois vão pro hotel e você já sabe o que acontece. — Mordeu os lábios antes de encarar o moreno.

— Eu sei?

— Sabe sim, todo mundo sabe o que acontece depois. — Encarou as unhas, agora ela queria fugir do assunto. — Mas e você? Me conta um pouco da sua vida.

— Mais? — Riu incrédulo. — Eu já te contei tudo sobre a minha vida, não tem mais nada pra contar.

— Já mesmo? Você não tinha contado da sua mãe, ela é meia doidinha, não é?

— Minha mãe... Sempre foi doida. — Trincou o maxilar. — Ela ficou mais doida ainda quando Lidiane teve o segundo filho, aí ela surtou.

— Sua mãe não gosta de criança?

— Ela até gosta, só que os meus sobrinhos são...

— Encapetados? — Deu uma fechadinha no olho ao dizer, Micael riu.

— Quase isso, eles não dão sossego pra minha mãe, o que deixa ela maluca.

— Imagino. Acho que cuidar de criança não é fácil.

— E nem é. — Respirou fundo. — Agora me conta te você.

— Mais? — Foi sua vez. — Ok, eu vou te contar o que você não sabe, só que vai ser difícil porque acho que já te contei tudo.

O passeio estava ótimo aos dois, quase uma hora de canoa e o assunto rendia, entre risos e olhares Micael decidiu que seria a hora exata de:

Meter um pé em Dinah e seus sucos industrializados idiotas!

— Eu adorei o passeio, foi divertido. — Sophia andava com Micael, tinha os braços enlaçados com ele. — Você gostou?

— Gostei sim, só achei que naquela parte da curva a canoa iria tombar. — Escutou Sophia rir.

— Não tomba, o homem dirige muito bem. — Assentiu várias vezes.

— Com fome? Acredito que sim.

— Um pouco, você quer ir pro hotel ou...

— Vamos em um restaurante. — Optou. Micael pediu informações à um homem que os indicou um restaurante mais próximo, muito luxuoso por sinal.

Lá iria Sophia sofrer com os costumes de Micael, de novo.

Salut bonjur. Viens avec moin, s'il te plaît.

(Olá, boa tarde! Venham comigo, por favor).

Os dois seguiram a mulher elegante, sentaram em uma mesa.

Je voudrais le menu, s'ils vous plaît. — Micael soou em um belo tom, o sotaque perfeito.

(Eu gostaria do cardápio, por favor!).

— Un moment.

( Um momento).

A mulher saiu deixando os dois à sós.

— Micael, o que ela disse? E o que você disse também? — Estava sussurrando, debruçada na mesa.

— Eu pedi o cardápio, agora sente-se direito. — Pediu. — Por favor. — Já estava esquecendo.

— Eu não sabia que você falava essa língua estranha.

— Eu tive que aprender. — Mexeu os ombros.

— Metido. — Voltou ao seu lugar. — Mas eu gosto, te deixa com um ar de...

— Mauricinho? Já sei, você sempre me zoa. — Por fim, ele riu.

— NÃO. Eu ia dizer que você fica fofo, igual aos homens nos filmes com Romance de Chorar.

— Me dê sua mão. — Teve as mãos de Sophia em suas, segurava delicadamente. — Seja minha, sem problemas.

A mesa ficou em silêncio, Sophia apenas sorriu antes de tirar a mão. Barreiras seriam ultrapassadas daqui em diante.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now