Nunca Mais Faça Isso

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Estavam na estrada, a mais de cinco horas. O caminhão havia chegado um pouco mais cedo, Micael deu graças a Deus quando chegou, lendo a placa em cima de si.

               
       
       BEM VINDOS A SANTA MÔNICA - CA.

— Eu adoro esse píer! — Sophia apontou quando o carro passou pela frente. — Deveríamos levar Annora no parque.

— E vamos! — Sorriu. Continuou a dirigir.

Era inacreditável mas Micael conseguiu comprar uma casa na frente da praia, custou sua vida, mas conseguiu.

Parou o veículo na garagem do imenso casarão, Sophia e Annora desceram enquanto o mesmo retirava as malas do porta-malas.

— Chegamos. — Micael abriu a porta dos fundos.

Entraram pela cozinha. Sophia se impressionou, a casa era maravilhosa!

— Meu Deus, Micael! — Alisou o balcão de mármore. — Isso é... Lindo. — Tinha uma cozinha enorme.

Tinha uma casa enorme!

— Você gostou, filha? — Perguntou à Annora que assentiu, estava animada quando subiu as escadas.

— Converse com os homens da mudança. — Decretou ao marido. — Eu vou olhar lá em cima. — Subiu as escadas saindo da vista de Micael.

Subiu vinte degraus, uma caminhada! O corredor imenso com cinco portas assustou Sophia. Andou, abrindo uma por uma.

Banheiro.

Primeiro quarto.

Segundo quarto.

Terceiro quarto.

4º quarto.

— Micael, pra que uma casa tão grande? — Sophia perguntou consigo mesma. Continuou a andar, achou Annora no terceiro quarto, olhando à vista de frente para o mar. — Você gostou da nova casa?

A menina assentiu.

[Sinais Annora] — Moramos de frente pra praia!

[Sinais Sophia] — Sim! Você viu o píer quando passamos? — Annora assentiu. — Iremos levar você até lá.

[Sinais Annora] — Posso ficar nesse quarto?

[Sinais Sophia] — Claro! Ele é todo seu.

[Sinais Annora] — Obrigada mamãe! — Abraçou Sophia.


— SOPHIA? — Micael gritou, estava com uma caixa imensa nas mãos.

Ela desceu correndo, parou em frente à porta principal.

— O que aconteceu? — Estava ofegante.

— Poderia nos ajudar? Tem muita coisa! — Largou a caixa no chão.

— Vou cobrar por isso! — Saiu lá fora, o vento de Santa Mônica balançou seus cabelos.

Três horas mais tarde e já estavam com toda a mudança dentro da casa, Micael pagou o carreteiro que seguiu viagem, partindo para outro destino.

Annora dormia em um colchão no quarto onde Sophia ficaria.

E a mesma, abria algumas caixas da mudança.

— Ainda tô com fome, acredita? — Sentou no chão.

— Pede mais. Eu tenho dinheiro extra na carteira, não precisa passar o cartão. — Sophia alertou. — O que foi?

— Tá estranha. — Pausou. — Você não gostou da casa?

— Eu amei! Ela é... Maravilhosa. Acontece que... — Decidiu não dizer.

— O que?

— Eu achei ela muito grande pra gente. — Forçou o nariz. — Não precisávamos disso tudo.

— Amor, você tá agoniada com o lance do dinheiro?

— Também.

— Relaxa! Olha essa casa. — Observou ao redor. — Foi um dinheiro bem investido.

— Cinco cômodos. — Negou com a cabeça. — Isso vai dar trabalho.

— Que foi, Sophia? Aí tem muito mais do que isso! — Cruzou os braços. — Eu quero saber o que tem!

— Aí, Micael! — Fechou a caixa vazia. — Aquele corredor não ficou legal, tem alguma coisa lá.

— Ah, pronto!

— Parece casa de filme de terror.

— A casa tá toda decorada, tudo novo. — Não entendeu o que a esposa quis dizer. — Não tem nada velho aqui.

— Mas Micael, me deu uma coisa estranha, sei lá.

— Sophia, francamente. — Riu leve. — Você tá vendo muita TV.

— Eu sabia que você ia zoar.

— Mas é claro, meu amor. — Chegou mais perto. — Eu não vou deixar o fantasma encostar em você. — Recebeu um tapa no ombro.

— Você para!

— Tá bom, parei. — Rendeu as mãos. — Uuuuuuuuuuuhhhhhhh Sophia Abrahão, não deixe a porta abertaaaaaaa. — Saiu correndo antes que a esposa batesse em seu ombro.

Sophia continuou abrindo as caixas, retirou alguns objetos.

— Você é ridículo, Micael! — Esbraveceu. — Você sabe que eu tenho medo dessas coisas, não é pra me zoar. — Nem percebeu que estava falando.

Sozinha.

— Micael? — Olhou ao redor, nenhum vestígio do marido. — Micael, é sério. Poxa! — Levantou-se.

Subiu as escadas.

— Micael? — Parou em frente ao corredor, olhou as portas fechadas.

— Me chamou? — O marido apareceu atrás de si, Sophia pulou de susto.

— Meu Deus. — Respirou fundo. — NUNCA MAIS FAÇA ISSO!

— Mas você tava me chamando. — Abriu as mãos.

— Quer saber? Eu vou arrumar as coisas que eu ganho muito mais! — Ia saindo.

— Não vai dar o meu beijo?

— Você não merece. — Deu um selinho no marido antes de deixar o corredor.

Tinha muita coisa pra arrumar.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora