Dream

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— Amor, amor... — Conhecia aquela voz.

Sophia abriu os olhos, devagar, demorou a se acostumar com o local. Encarou o braço esquerdo com uma agulha fincada em sua mão, um tubo ligado diretamente ao soro. No outro pulso uma pulseira de identificação com seu nome.

O que havia acontecido?

— Minha cabeça. — Reclamou. — O que aconteceu comigo?

— Você dormiu, muito! Acharam que era a raquidiana que você tomou. — Micael explicou. — Estava começando a ficar preocupado, mas seus batimentos cardíacos estão normais. — Sorriu, pousou uma mão nos cabelos de Sophia.

— Raquidiana? — Franziu o cenho.

Encarou seu ventre, agora, vazio.

— Liam nasceu na madrugada, um bebezão daqueles! — Micael não conteve em sorrir. — Ele lembra muito você. Na verdade, é a mistura de nós dois.

Sophia pousou a cabeça no travesseiro, se pôs a chorar. Micael não havia entendido.

— Amor, o que aconteceu? — Queria entender.

— Eu tive um sonho muito ruim. — Fungou. — Me perdoa, meu amor! Eu nunca faria isso com você. — Segurou no rosto de Micael.

— Perdoar pelo o que, amor? — Achou graça. — Eu estou aqui, firme, forte, com você. — Beijou sua mão.

Ela voltou a chorar, lembrando-se do sonho ruim.

— Não existe nenhum Amber? — Franziu o cenho.

— Quem é Amber? — Agora Micael gostaria de saber.

— Você emprestou seu cartão à Michelle, eu fiquei brava, nos separamos. — Decidiu contar. — Amber trabalhava na agência, me colocou contra Sheron e Alisson, ela me bateu. — Pausou. — Eu massacrei você enquanto estava se afundando em remédios, estava com depressão! Me mudei, o deixei sozinho e a única lembrança é a de você, entrando no mar, se matando. — Estava em transe ao contar. — Eu fui muito cruel.

— Foi só um pesadelo. — Micael voltou a sorrir.

— Enquanto ao seu trabalho? — Quis saber. — Está tudo bem mesmo?

— Está! — Achou graça mais uma vez. — Teddy me deu licença a paternidade, eu passei na minha experiência e agora não trabalhamos mais com o Jason Derulo. — Dessa vez, Sophia riu.

— Isso é ótimo, meu amor! — Sorriu. — Eu te amo tanto, que chega até doer.

— Eu também te amo muito. — Beijou Sophia nos lábios, calmamente. — Você precisa conhecer ele.

— Eu quero ver ele. — Procurou ao redor.

— A enfermeira levou ele no berçário, eu não paro de ir lá. — Estava bobo. — É tão pequenininho mas ao mesmo tempo tão forte. — Os dois sorriram. — A boquinha pequenininha como a sua, os dedinhos, desse tamanho. — Sophia chorou mais ainda, queria vê-lo. Micael estava muito feliz contando a novidade.

— Eu quero ver ele! — Pediu mais uma vez.

— Vou chamar alguém. — Micael avisou antes de deixar Sophia no quarto.

Procurou pela primeira enfermeira que havia passado, não era a mesma, mas valia. Entrou no quarto com Sophia esperando pela mulher, que traria Liam.

Sophia ficou animada quando trouxeram seu pequeno, enrolado em uma mantinha branca, a toquinha azul do hospital havia deixado Liam mais fofo!

— Oi bebê. — Sophia sussurrou enquanto teve o filho nos braços. — Como você é lindo, filho! — Cheirou seu rostinho dando sorrisos em seguida.

— Você está sentindo alguma coisa? — A enfermeira verificou seu soro.

— Só uma leve dor de cabeça. — Deu um sorriso fraco.

— Qualquer coisa, me chame! — Ela saiu deixando os pais curtirem Liam.

Sophia estava encantada no pequeno.

— Olha só, fui eu que fiz. — Micael brincou. — Você é bonitão igual o papai, não é?

— Eu sou bonito igual a minha mãe. — Sophia deu um beijo em seu rostinho. — Aí filho, eu não vou soltar você nunca mais! — Estava adorando ficar com Liam daquele jeito.

— Olha só, Liam! Sua mãe quer roubar você de mim. — Riram leve. — A não ser que a gente... Coloque ela pra dormir.

— Eu já dormi demais, não aguento mais dormir. — Sophia disse. — Eu quero ficar com o meu bebê, segurar ele assim. — Acomodou mais em seus braços. — Cheirar ele assim. — Fungou o cheirinho gostoso de Liam. — Meu pequeno!

Estava realmente encantada.

— Annora o já viu? — Sophia quis saber.

— Precisa ver a felicidade dela. — Micael sentou-se na poltrona ao lado da cama. — Eu deixei ela segurar, bem pouco. — Sophia sorriu. — Já estava ótimo pra ela.

— Estou com saudade dela também. Vou ter que me dividir em duas. — Lembrou. — Agora temos Liam.

— E eu sou de enfeite, dona Sophia? — A loira riu.

— Você é sim, meu enfeite de cama.

— Vá com calma aí, você tem quarenta dias de resguardo. — Cruzou os braços. — Eu vou dormir no quarto de hóspedes por enquanto.

— Por que? — Quis rir. — Temos uma cama imensa.

— O resguardo. — Lembrou.

— Meu amor, eu não vou fazer nada que você não queira. — Lançou um olhar maldoso.

— Viu só? Eu conheço a mulher que tenho. — Escutou Sophia rir.

Ninou Liam em seu colo, estava dormindo quietinho agora.

— Eu vou lá embaixo, tomar um café. — Micael saiu da poltrona. — Volto já!

— Você não vai perguntar se eu não quero nada?

— Você não pode. — Segurou o riso antes de sair.

Micael saiu do quarto, desceu de elevador, parou no hall do hospital e avistou Sheron e Alisson, ambas com duas bexigas em azul.

— Meninas! — Andou até elas, sorrindo. — O que fazem aqui?

— Viemos ver Sophia! — Alisson balançou a bexiga. — Como ela está?

— E Liam? Está bem? — Sheron quis saber.

— Os dois estão ótimos. — Sorriu. — Ela está com Liam no quarto, não para de mimar ele. Já estou ficando com ciúmes. — As duas riram.

— Que fofo! Quando podemos ver os dois? Eu queria tirar uma fotinho com o Liam. — Alisson fez uma carinha.

— Vou conversar com alguma enfermeira, acho que podem subir.

— Foi tudo muito rápido, nem demos tempo de fazer o chá de bebê. — Sheron lembrou. — Ela está bem mesmo?

— Está sim, só aquele sono dela que abalou todo mundo. Dormiu demais. — Suspirou. — Ainda bem que agora está tudo certo.

— Que bom mesmo! Já estávamos ficando preocupadas. — Sheron disse.

— Eu posso falar com você, um momento? — Sheron assentiu quando Micael lhe puxou, saindo um pouco perto de Alisson.

Ninguém entendeu.

— Por acaso tem algum Amber trabalhando com vocês?

— Amber? — Sheron franziu o cenho. — Não existe nenhum Amber. De onde tirou isso? — Riu.

— Sophia sonhou que tinha um Amber trabalhando com vocês, me contou uma história doida. — Cruzou os braços. — Não existe mesmo?

— Claro que não! — Riu mais. — Sophia está ficando doida, não existe ninguém com esse nome.

— Fico mais tranquilo!

Afinal, todos estavam agora. Nada de ruim aconteceu.

Tudo normal.

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