Ele Está Aqui

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Micael saiu do sótão com algo pesado nas mãos, não tinha uma arma, desceu leve pela escada e foi até o começo da escada. Parecia que estava em um filme de terror.

Desceu, em passos mais leves ainda, deparou-se com a porta aberta e aparentemente ninguém na casa.

— Se você está aí, é melhor sair! — Disse. — Estou armado. — Um taco de beisebol poderia sim ser considerado uma arma.

Não obteve respostas mas estava com medo de alguém estar ali.

Tudo normal, por enquanto.

Quatro horas depois.

— PORTA DA FRENTE ABERTA.

— Olá! — Sophia passou por ela, encontrou Micael olhando à janela da sala.

— Oi. — Estava atento.

— Virou vigia da rua?

— Ha-ha, que engraçada! — Fez uma careta.

— Tá namorando alguém lá fora então? — Tirou a bolsa dos ombros.

— Entraram aqui em casa! — Encarou Sophia.

— Como assim entraram?

— Entraram! — Explicou. — Eu fui no sótão buscar algo pra pintar as paredes e me deparei com alguém aqui.

— Pera, você viu quem era?

— Não, mas a porta avisou. — Bufou. — Ele não pode estar aqui dentro!

— E se ele estiver?

Os dois se encararam.

— Ele não está aqui!

— Você não viu ninguém saindo, ele pode muito bem estar escondido.

— Eu olhei em todos os cantos, ele não está aqui. — Pausou. — Estou estranhando esse vizinho.

— Você pegou firme no vizinho, hein? — Tirou os sapatos.

— Cara é mó estranho, Sophia! — Cruzou os braços. — Veio cheio de pergunta, por que ele quer tanto saber?

— Vai ver, ele quer ser só o seu amigo. — Deu de ombros. — Agora vem cá. — Beijou o marido com volúpia. — Será que eu posso te pedir um favor?

— Pode. — Deu um sorriso.

— Você podia preparar a banheira, sabe. — Tocou os ombros do marido. — Eu estou muito cansada.

— Annora está cochilando, sabe. — Sophia riu.

— É só um banho! — Mentiu, lógico que não seria só um banho. — Amor, meu corpo está doendo. Eu estou cansada.

— Então você quer me usar pra tomar banho? — Micael segurou o riso.

— Te espero em cinco minutos! — Sophia subiu as escadas.

Entrou no quarto da filha dando um beijo em sua bochecha, a menina cochilava tranquila. Foi ao seu quarto retirando as roupas, vestiu o roupão e foi ao banheiro, esperando pelo marido.

Que a propósito, já estava lá, depois de alguns minutos.

— Olha só, você lembrou do meu banho. — Sophia segurou o riso.

— Se eu não lembrasse seria um homem morto.

— Ainda bem que você sabe. — Sorriu ao marido. — Posso entrar?

— Sim senhora, ou quer que eu te pegue no colo e te coloque aqui dentro?

— Bobo! — Mostrou a língua e retirou o roupão.

A barriga de Sophia estava começando a crescer, Micael conseguiu ver o quão dura estava, e pontuda. Sorriu com aquilo, pela primeira vez iria acompanhar toda a gravidez de perto.

Sem Sophia mentir ou algo do tipo.

— Meu Deus, eu estava aguardando por isso. — Sophia entrou na água, fechou seus olhos. Foi relaxante!

Sentiu Micael sentar atrás de si, tocando suas costas.

— Eu vou cobrar por massagem, viu? — Rodeou com o polegar.

— Ah, é? Quanto? — Apertou os lábios, aquilo estava tão bom.

— Eu ainda vou ver. — Sophia riu. — Não adianta rir não.

— Você foi comprar tintas hoje?

— Fui, naquela loja do shopping. — Disse. — Vou pintar o quarto do bebê e o de Annora.

— Fez bem, eu iria falar isso pra você. — Mexeu os ombros. — Nossa, bem aí! — Abaixou a cabeça.

— Cada vez que você comenta, vai ficando mais caro.

— Pode colocar na conta. — Sentiu um alívio. — Eu precisava disso, minhas costas estão me matando.

— Tô vendo que você tá tensa. — Riu. — Dá pra sentir.

— Estou cansada, isso sim! Eu trabalho com duas fofoqueiras. — Os dois riram. — Vou marcar de fazer algo, precisa conhecê-las.

— Sim, senhora. — Beijou Sophia. — Não começa...

— E se eu começar? — Virou-se ao marido.

O telefone estava tocando, Sophia revirou os olhos e bufou de raiva.

Salvo por um telefone, Micael!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora