Uma Mãe Para o Meu Bebê

Eu Sou Melhor do Que Você

Micael assinou o contrato de Gregori, os dois tomaram um curto café e o homem o levou de volta ao condomínio.

— Vejo vocês em breve! — Alertou antes de Micael descer do Porsche.

Não tinha a cara muito boa quando cumprimentou Ken, subiu de elevador e abriu a porta de seu apartamento. Sophia dançava com Annora no tapete, ambas com meias até os joelhos. Fazia frio em Nova Iorque.

— Olha só. — Deu meio sorriso. — Parece que alguém chegou animada da escola. — Observou Annora que riu.

— Estávamos só dançando. — Sophia rendeu as mãos.

O moreno pausou, no meio da sala.

— Posso conversar com você? — Sophia assentiu.

— Eu vou cuidar da Annora e podemos jantar, a sós.

Sophia até entendia a tristeza de Micael. Cuidou de Annora por apenas duas horas, levou a menina até à cama que dormiu tranquilamente.

Quando voltou, já avistava Micael na mesa, despejou o suco natural no copo.

— O cheiro tá uma delícia! — Micael sorriu.

— Conta logo. — Sophia o esperou.

— O Gregori me procurou. — Pausou. — Ele ficou dizendo aquelas coisas...

— Você aceitou a proposta dele? — Seu maxilar trincou.

— Sim. — Encarou os olhos azuis com desprezo.

O mesmo de Sophia.

— Você aceitou a proposta do Gregori? Pelo amor de Deus. — Passou a mão nos cabelos.

— O que eu podia fazer? Eu tô desempregado, tenho uma filha pra cuidar.

— Você se esqueceu que eu trabalho?

— Até quando? Até a primeira revista de moda te convidar pra um ensaio, e você sair correndo feito uma doida? — Arqueou a sobrancelha.

— Eu já disse que vou ficar!

— Você tá morrendo de raiva porquê eu entrei pra sua agência, não é?

— Eu? — Riu em deboche. — Eu sei que sou melhor do que você, e outra, você tá começando agora! — Apontou para Micael. — Eu não tenho inveja de você, só tô dizendo que você vai se dar mal em ter aceitado essa proposta.

— Vamos ver então. — Largou-se na cadeira, encarou o prato com comida.

O silêncio reinou.

— Como foi na empresa? — Sophia puxou assunto. Bebeu seu suco.

— Normal. — Deu de ombros.

— Você nem tocou na carne.

— Eu não consigo digerir mais nada quando você abre essa sua boca pra falar merda. — Grunhiu.

Micael levantou da mesa.

— É sério que você vai ficar com raiva?

— Eu que tô com raiva, Sophia? — Cruzou os braços. — Você que tá se doendo por eu ter aceitado a proposta, é você quem está se doendo! — Lembrou.

— Quer saber? Eu fiquei feliz por você...

— Vai pro inferno! — Deixou a loira sozinha, Sophia bateu com a mão na mesa fazendo um estrondo.

Micael tomou um banho demorado. Vestiu sua calça abrigo e uma blusa regata, entrou no quarto da filha que dormia tranquilamente, segurando uma boneca de pano, com os cabelos em roxo. Acomodou-se ao lado de Annora, fazendo carinho em sua face.

— Eu te amo. — Sussurrou antes de beijar sua bochecha.

Ali se acomodou e ali ficou, até o dia amanhecer.

08h15 AM.

— Bom dia, Gregori. — Eli passou por ele. — Como está?

— Perfeitamente bem. — Entregou a ela uma folha, com a assinatura de Micael.

Eli ficou boquiaberta.

— Ele aceitou? Porra, ele aceitou?

— Aceitou! — Ela comemorou. — Ainda é muito cedo pra isso.

— O que vamos fazer com ele?

— Fazer esse moleque crescer. Mais do que a Sophia, deixar ela com... Ciúmes. — Elaborava mil idéias. — Fazer ela pagar o que fez comigo.

— Ok, e por onde eu começo? Se não se lembra, ainda somos assessores dela.

— Manda um e-mail pro diretor executivo da Calvin Klein, eu quero o Micael estampando a nova edição.

— CALVIN KLEIN? Isso é impossível! A gente nem tem book dele ainda.

— Então liga pra ele. — Buscou um cigarro. — Liga pro Micael e manda ele vir até aqui!

— Mas...

— EU TE DEI UMA ORDEM, ELI! — Gritou. Voou em cima da mulher, segurando seu pescoço. — Se você quiser ficar com esse emprego, então me obedeça. Certo? — Ela assentiu, arregalou os olhos quando estava ficando sem fôlego.

Gregori o soltou, e a primeira coisa que fez foi correr para o telefone, ligar à Micael.