Eu Não Quero Trepar com Você

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— Sarah? Você precisa me ajudar. — Sophia tinha o Iphone nas mãos. Ligou para sua amiga Sarah, de Los Angeles. — Eu não sei o que fazer.

— Gata, relaxa! O que você precisa pra sobreviver nessa selva?

— Tudo. — Abriu a porta do quarto de Micael. — Eu não sei o que fazer. Minha filha é deficiente auditiva, o pai dela sabe falar com ela e eu fico com cara de pato doente quando os dois estão falando! — Abriu a última gaveta de Micael, pegou uma boxer. — Fora que agora eu tô surtando, eu já suei umas duas vezes lá em baixo.

— Você tá com tesão! Tá com tesão pelo seu ex-marido.

— Namorado, ainda não chegamos à casar. E sei lá se vamos. — Abriu a primeira gaveta. — Ele anda transando com alguém. — Pegou a meia dúzia de camisinhas. — ELE ANDA TRANSANDO!

— É claro que ele anda transando! Ele é homem, homens ficam com tesão e transam.

— Ele tá trazendo mulher pra cá, e o desrespeito com a menina? A Annora é surda mas não é idiota!

— Ela só tem quatro anos, Soph. Você tá se estressando à toa.

— O que eu faço? Eu não sei o que fazer! — Fechou as gavetas. — O Micael tá trabalhando, a Annora deve tá na escola e eu tô sozinha na casa do meu ex-namorado MEXENDO NAS GAVETAS DELE.

— Sabe o que você deve fazer? De verdade? Ficar relaxada! — Sarah riu. — Ele não vai te fazer mal, ele só quer que você mostre à ele que já está crescida!

— Ótimo! E eu fico como? Agora eu vou ter que me matricular em uma escola de libras, pra poder falar com a minha filha. Isso é o fim do mundo! — Passou a mão nos cabelos. — Você não acha o fim do mundo?

Eu não. Eu me amarraria em ter uma filha deficiente auditiva. — Disse por fim. — Eu tenho que desligar agora, tá? Depois conversamos.

— Espera... — Tarde demais. — Ah, mais que droga! — Jogou o Iphone longe.

Tinha que arrumar alguma coisa, antes que fosse tarde.

18:45 PM.

Micael havia chegado com Annora em seus braços, se surpreendeu quando viu a mesa da sala de jantar posta, fazia tempo que não ficava assim, com talheres arrumados e copos perfeitamente no lugar.

— Boa noite pra vocês! — Sophia apareceu, usava um avental rosa. — Eu fiz o jantar. — Sorriu à Annora. — Anjinho, por que não toma um banho quentinho pra poder comer? Eu fiz lasanha, seu pai disse que você adora!

Annora sorriu à beça, amava lasanha!

Já Micael...

— Temos uma regra por aqui, não comemos comida pesada nos dias. — Cruzou os braços. — Está no cardápio, na frente da geladeira.

— Então você tem um cardápio?

— Alimentação regrada é tudo.

— É só hoje, você não vai se importar.

— Eu vou me importar sim. — Andaram até a cozinha. — Você não pode acostumar Annora desse jeito.

— Só por que eu fiz uma lasanha? Ah, faça-me o favor! — Revirou os olhos.

— Seus pontos negativos só estão somando pra mim. — Riu sarcástico. — Até agora, você conseguiu me surpreender arrumando a mesa do jantar.

— Então vai ser assim? Vai judiar de mim?

— Por acaso eu estou te batendo ou algo do tipo? — Abriu a geladeira, pegou uma cerveja. — Você não pensou quando me traiu, e agora quer discutir sobre judiação? Me poupe, Sophia! — Deu uma golada na bebida.

— Eu só quero ficar bem com a minha filha. — Encarou o moreno. — E com você.

— Acontece que nunca vamos ficar bem. Você ainda não entendeu? — Deixou a garrafa na pia. — Annora está conhecendo você aos poucos. Você a deixou.

— Eu já disse o por quê.

— Sophia, eu não vou mais interferir. Fizemos um trato, só basta você seguir as regras.

— E existem regras?

— Sim, eu as criei. — Deu mais um gole na cerveja.

Sophia arrumou os cabelos, desconfortável. Andou até a mesa de jantar e sentou-se.

Foi intrigante jantar ao lado de seu ex-namorado e de sua filha, que a todo o momento se comunicava em linguagem de sinais com o pai, que traduzia para Sophia.

Ou seja: Ela não deveria confiar tanto assim em Micael.

O jantar havia acabado, Sophia recolheu os pratos, os lavou enquanto Micael colocava Annora para dormir. Despediu-se da filha e continuou na cozinha, quando acabou, foi até o banheiro tomando um longo banho quente, procurou seu pijama curto de seda e o vestiu. Estava em paz, iria dormir em paz!

Ou não.

Procurou o número de Sarah na agenda de seu IPhone, tentou ligar para a amiga que não atendia.

— Que inferno! Você podia me atender? — Saiu da cama, ainda com o Iphone na orelha.

Andou descalça até a cozinha.

— Eu desisto de você. — Largou o aparelho.

Abriu a geladeira pegando a garrafa d'água, despejou no copo de vidro e bebeu, estava com sede, fazia calor em Nova Iorque.

Ou Sophia estava com calor.

Inclinou-se no balcão pensando no que fazer amanhã de manhã, os cabelos fizeram uma cascata em seu rosto e Sophia sentiu mãos firmes e quentes passear pela seda de sua camisola.

— Eu tava com saudade dessa bunda. — Apertou forte. — Você ficou muito mais gostosa, sabia? — Micael sussurrou em seus ouvidos, ela foi aos céus.

— Não podemos. — Tentou intervir.

— Quem disse? — Levantou suas mãos até os seios de Sophia. — Eu posso, já você... — Rodeou os mamilos túmidos por cima do tecido.

Sophia gemeu, baixinho.

— Por favor... — Suplicou, tinha que parar Micael antes de ter um orgasmo ali mesmo.

— O que disse? — Beijou sua orelha. — Diz pra mim, diz pra mim que ainda quer trepar comigo.

— Se eu disser? — Revirou os olhos.

— Acabou o trato! — Deixou bem claro, enquanto prendia Sophia contra o balcão. — Ande, vamos! Diga que quer trepar comigo. Porque eu quero!

Sophia tirou forças largando Micael de si, encarou o moreno que tinha um sorriso sexy nos lábios. A vontade de fazer amor com ele era mais forte que tudo.

Mas não podia cair em tentação.

— Eu não quero trepar com você. — Deu sua palavra antes de sair da cozinha.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now