Uma Mãe Para o Meu Bebê

Escolhi Muito Bem a Minha Mulher

— Sério que ele falou isso? — Sophia ficou boquiaberta, largou o garfo no prato. Bebeu sua água.

— Falou, o cara é completamente correto no assunto. — Negou com a cabeça. — Eu vou sofrer com esse cara.

— Amor, não levando a mal mas já levando. — Segurou nas mãos do marido. — Você quase não trabalhava na empresa do Bottin. Sempre deixava os seus funcionários trabalharem. — Micael arqueou uma sobrancelha.

Que audácia era aquela?

— É, por um lado você tem razão.

— Eu sei que é difícil mas você precisa conhecer novos ares, entende? — Acolheu Micael. — Vai ver na empresa do Teddy ele consiga te... Melhorar.

— Você acha que eu não sou melhor?

— Eu não quis dizer isso.

— Quis sim.

— Ninguém é perfeito! — Respirou fundo. — Amanhã vai dar tudo certo, vê se acorda cedo!

— Tá, eu vou acordar. — Revirou os olhos. — Como tá indo no trabalho?

— Bem, eu tenho vários relatórios chatos e trabalho ao lado de duas maritacas. Acho que já te falei isso! — Micael riu.

— Elas são legais, são suas amigas!

— Sim, não posso reclamar delas. — Sorriu. — Vamos embora? Eu preciso voltar daqui à dez minutos.

— Vamos. — Micael chamou o garçom. — A conta, por favor!

— Só um minuto. — Os deixou sozinhos.

— Tem falado com a sua mãe? Chay? Lidiane? — Sophia quis saber. Viu Micael abrir a carteira.

— Ah, o básico. — Deu de ombros. — Minha mãe nem conta, ela quase não atende o telefone. Lidiane deve tá fazendo filhos. E o Chay...

— O Chay deve estar trocando turnos pra não ficar com a Dinah. — Sophia riu.

Micael recebeu uma carteira pequena com a conta, colocou o dólar dentro.

— Ele disse que está bem. — Saíram do restaurante.

Entraram no carro.

— Agora vem cá que eu quero você. — Beijou Sophia. — Eu tô morrendo. — Selou seus lábios. — De. — Novamente. — Saudade. — Terminou com um beijo fogoso.

— Micael, não começa!

— Você tem nove minutos ainda. — Olhou o Iphone.

— Por isso mesmo. — O beijou. — Não podemos ficar igual a dois adolescentes. — Achou graça quando Micael desceu os beijos em seu pescoço.

— Tá me chamando de velho? — Ela gargalhou.

— Tô sim, por que? — Entrou na brincadeira.

— Ah, é? Então eu vou procurar outra mulher que me ame. — Empinou o nariz. — Nós vamos ser felizes em alguma fazenda no Texas.

— Texas? Por que tão longe?

— Porque eu consigo ficar longe de você, sua anti-velhos. — Sophia riu ainda mais.

— Tudo bem, então... Eu vou casar com um adolescente bem novo e vou tirar a virgindade dele.

— Que feio!

— E depois eu vou casar com ele, depois dos dezoito, é claro.

— Que feio duas vezes. — Sophia segurou o riso. — E se ele perguntar de quem é o seu filho?

— Eu vou dizer que é de um velho tarado que... Gosta de se amassar dentro do carro. — Aproximou-se de Micael, sussurrando em seus lábios.

— Nossa, eu te amo demais! — Sussurrou, franzindo o cenho.

— Eu também. — Beijou o marido.

Aquilo não acabaria nada bem.

— Eu sou louco por você, sabia? — Segurou o rosto de Sophia.

— Eu também sou, a gente vai ficar juntinho. — Deram selinhos demorados.

— Vamos pra casa, a gente fica vendo filme, juntinho, sem pensar no amanhã.

— E a Annora? — Fez uma carinha.

— Verdade, mas a gente pode fazer isso quando ela dormir. — Optou. — Eu amo quando você fica fofo.

— Eu sei, eu também me amo quando eu fico fofo. — Segurou o riso. — Me dá um beijo, vai! — As línguas se chocaram.

Sophia iria se atrasar!

— Tive uma idéia. — Umedeceu os lábios. — Você tem crédito? — Pegou o Iphone de Micael.

— Eu te liguei centenas de vezes, é claro que eu tenho. — Encarou a esposa discar algum número.

Franziu o cenho.

— Alisson? Sou eu, Sophia. — Mordeu a ponta dos dedos como fazia. — Deixa eu te falar... Tenho uma consulta urgente com o meu obstetra, eu sangrei durante o almoço. — Mentiu. Micael ficou boquiaberto. — Chegarei atrasada, pode ser? — Sorriu ao marido. — Ah, então ótimo! Quer dizer, eu escrevo uma carta amanhã. — Esperou a resposta. — Certo! Obrigada amiga. Tchau, tchau! — Desligou.

— Eu escolhi muito bem a minha mulher. — Sorriram, cúmplices.

— Vamos pra casa!

— Vamos. — Micael deu partida no veículo.