Não Me Chame de Pai

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O sonho da vida de Micael era ser pai, foi por isso que procurou por Sophia, não sabendo do que ela seria capaz.

A loira teve seu parto humanizado, observou a menina que se remexia, com fome, irritada e se adaptando com o mundo. Micael trocou breves palavras com a enfermeira que fez o trabalho completo, tirou sua medida, viu seu peso e deu um último check-up antes da garotinha dormir, agarrada nos seios de Sophia.

Mas o imprevisível foi... Ela ter ido embora, quando Micael acordou, no dia seguinte.

Sophia lhe escreveu uma carta dizendo que tinha partido, e que era para Micael cuidar da menina, ela não tinha condições, não conseguiria cuidar da nenê, foi triste à ela mas teve que ir embora.

— Micael, eu não consigo entender você. — Antônia tinha a neta nos braços. — Por que foi se apaixonar justo por ela?

— Acontece, mãe! — Bufou. Passou a mão nos cabelos. — O que eu vou fazer agora?

— Cuidar da menina, oras. — Deu de ombros. — Não era essa vida que você queria ter?

— Por que ela abandonou?

— Tem que perguntar à ela, e não pra mim. — Observou a garotinha. — Se ela fosse feia poderíamos jogar em alguma caçamba de lixo.

— Mãe! — A repreendeu. — Preciso ver o que fazer com ela, resolver as coisas. Eu tô acabado!

— Bem vindo a vida de pai, você quer que eu diga a frase... Eu te avisei?

Micael grunhiu, querendo socar a parede. Lidiane havia chegado, tinha uma bolsa rosa nos ombros, tecnicamente seria da menina.

— Como estão? — Deixou a bolsa em cima do sofá.

— Bem, só ela que chora bastante. — Antônia entregou para Lidiane. — Eu preciso ir, qualquer coisa não me liguem. — Beijou Micael no rosto e saiu.

O coitado estava desacreditado.

— Eu sinto muito. — Lidiane lamentou-se. — Pense pelo lado bom, você vai criá-la com tudo que há de melhor!

— Tá achando que eu tô feliz com isso, Lidiane?

— Não era pra estar? Você pagou a Laund por isso!

— Eu paguei a Laund pra ter um filho meu, e não de um cara filho da puta. — Bufou. — Olha o resultado da merda.

— Você sabe o por quê dela ter ido embora?

— Se eu soubesse não estaria nesse mar de emoções. — Pausou. — A única coisa que ela me pediu foi pra cuidar da bebê, queria que eu prometesse pra ela.

— Viu só? Você está cuidando!

— Ela deveria estar aqui, com a filha dela. Tem condições perfeitas pra manter um bebê.

— Acontece que Sophia nunca teve um bebê, e também não queria. Ela mentiu pra você, ela queria apenas o dinheiro, nada mais. — Pausou. — Vai ver ela não se sentiu inteligente o suficiente pra... Cuidar da criança.

— Exatamente! — Ficou pensativo. — Lidiane, eu não sei o que eu faço. Sério!

— Primeiro você precisa se acalmar, depois... — Pausou. — Precisa ver os documentos dessa menina, ir ao médico, e registra-la!

Ótimo! Também tinha se esquecido disso.

— Eu nem pensei em nome.

— Nós vamos achar, fique tranquilo! — Sorriu, tentando deixar o irmão confortável.

Lidiane observou a menina que ainda dormia, deu uma resmungada e logo voltou ao seu sono. Sabia como domar uma criança, afinal, tinha dois, e não era tão fácil assim!

Micael ficou pensativo o resto do dia, procurou alguns documentos e os separou, primeiro tinha que arrumar um nome para ela.

Ok, era péssimo com nomes!

— Sophia, eu te odeio! — Socou o teclado na busca de algum nome, pela internet.

Ser pai não era aquilo que tinha sonhado, ele realmente não estava pronto. Viu isso quando achou a filha de Sophia, sozinha, no berço, na frente uma carta dizendo que ela tinha ido embora. Ele não estava pronto!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt