Resolva meu Problema

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— Tanto faz. — Revirou os olhos. — Te dou um cheque de Micael, e ficamos quites.

— Ficamos quites? Ok, até que ficamos sim. — Karl assentiu. — Estou proposto a te ajudar, e rir da sua cara no final.

— Então porque vai me ajudar?

— Porque você é burra demais. — Pausou. — Comprou uma barriga falsa sendo que vocês estão transando.

— Eu ia chegar lá.

— Sophia, de todo o jeito ele vai ver. Precisamos começar por partes! — Andou de um lado ao outro. — Você precisa engordar.

— Ah, como? Ele só compra coisa fitness!

— Eu vou comprar umas porcarias no Hard Rock pra você, e depois, pode ir ao mercado e comprar sozinha.

— Que tipo de porcarias?

— Porcarias, porra! Você sabe muito bem. — Pausou. — Batata-frita, pão, chocolate, doces variados, até cerveja. — Explicou. — Compre bolinhos também, aquilo tem uma caloria danada!

— Você acha que vai funcionar?

— Eu engordei em uma semana comendo bolinhos, era uma delicia! Depois entrei na academia e tô trincadão.

— Meu Deus! — Colocou as mãos na testa. — Eu sou louca de estar fazendo isso, ainda mais com você.

— Pelo menos você tá me pagando.

— Nem deveria estar te pagando. — Bufou. — Você é mercenário demais, nem sei se vai me ajudar mesmo.

— Lógico que eu vou! Depois que você engordar vai poder dizer que está realmente com barriga, mas depois, vai ter que esconder dele, ou dizer a verdade.

— De todo o jeito eu vou ter que dizer a verdade.

— Viu só? Até você se entalou em mentiras.

— Karl! A idéia foi sua, eu não quis aceitar nada.

— Era isso ou morrer de fome, você queria o que?

— Eu queria um trabalho de verdade! — Soltou. — Eu queria ter uma vida de verdade com você, gostaria que você me tratasse com bom senso, e não assim. — Gesticulou. — Eu sou só um objeto pra você.

— Fala sério! O mauricinho tá te transformando em que? Uma chata?

— Uma pessoa verdadeira!

— Você é tudo, menos verdadeira.

— Tudo bem que eu menti, mas foi por você. Eu poderia ter conhecido Micael sem precisar dessa palhaçada toda!

— Ah, é? Onde? Porque pelo que eu sei, você não tem onde cair morta! — Cruzou os braços. — O cara é classe alta, mora na frente do Central Park, tem funcionários, trabalha ao lado do Bottin Menegh. Acha mesmo que você, burra, loira e que usava tamanco iria conquistar o coração dele? — Karl gargalhou. — Que piada! Você consegue ficar mais engraçada ainda.

— Eu preciso de ajuda, só isso!

— Eu vou te ajudar! — Beijou Sophia que estava odiando, empurrou ela até algum quarto mais próximo.

— KARL, NÃO!

— Cala a boca. — Voltou a beija-la.

Não adiantava esconder, ela gostava. No fundo, adorava.


Na empresa, Chay estava escrevendo algo em seu computador, sem paciência. Micael a mesma coisa, decidiram cessar o assunto XXTD, traria sangue se continuasse.

— Micael, eu avisei Bottin e vou sair mais cedo. — Carla o avisou. — Tudo bem pra você?

— Pode ir, eu cuido por aqui. Como sempre. — Desligou seu computador.

Faltavam duas horas pra irem embora, graças!

— Ainda bravo? — Chay se aproximou.

— Com você? Não gosto de perder meu tempo.

— Você tá muito chato!

— E você tá mega legal, né?

— Eu só quis dar uma idéia, você não dá oportunidade pra ninguém falar.

— Eu sempre dou oportunidade, Chay! — Esbraveceu. — Só quero que vocês pensem rápido, se todo mundo falhar, todo mundo vai pro olho da rua!

— E emprego só existe esse em Nova Iorque?

— Não existe só esse! Existem vários, e ninguém vai morrer se achar outro emprego.

— Você diz isso porque tem uma carreira, tem um diplominha. É por isso que não está preocupado com nada, é fácil dizer, Micael!

— Chay, não vou perder meu tempo com você. Sério! — Deixou de lado, escutou o celular do amigo tocar. — Não vai atender?

Estava tenso! Pegou o celular encarando a tela, por alguns minutos, sem atender.

— Não vai atender, Chay?

Chay balançou a cabeça e guardou o celular. Não valia a pena atender, ainda mais pela pessoa.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora