Amigo de ** É ****

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— Bom dia. — Sophia sorriu, tinha Annora sentada na mesa. Estava arrumando seu café.

Micael havia acabado de acordar, franziu o cenho, estava se acostumando a ver tudo arrumado.

— Bom dia. — Sentou-se. — Você tá acordando cedo. — Encarou Sophia.

— Eu tive um sono tranquilo, e Annora veio me acordar. — Sorriram. — Eu fiz seu Cappuccino com creme e passei sua blusa de botões. — Sophia entregou a xícara à Micael.

— Hum, isso tá uma delícia. — Experimentou a bebida quente. — Você quem fez?

— Eu aprendi a fazer quando estava fotografando em Chicago. — Assentiu. — Eles adoram tomar cappuccino fresco, bem melhor do que os do... Starbucks. — Deu ênfase na palavra.

— Não gosta mais da franquia, SoMic? — Tomou mais um gole da bebida.

— Tive que parar, manter a forma é tudo. — Sentou-se ao lado de Annora. — Estava gostoso, meu amor? — A menina assentiu.

[Sinais Annora] — O que eu vou comer na escola?

— Pode traduzir pra mim, por favor? — Observou Micael que tomava seu café.

— Ela perguntou o que vai comer na escola. — Pausou. — Você fez o lanche dela, ou não?

— Eu fiz bisnaguinhas com peito de peru e queijo, ah, e também coloquei um suco de morango. — Sorriu.

Estava bem prendada!

[Sinais Micael] — Sua mãe colocou bisnagas com peito de peru e queijo, suco de morango também. — Avisou.

[Sinais Annora] — Adoro suco de morango. — Ficou vermelha ao sorrir.

[Sinais Micael] — Eu te amo! — Sorriram. — Vá buscar sua bolsa pra irmos à escola. — Viu Annora sair da mesa e ir até seu quarto.

Sophia tinha uma xícara nas mãos, com chá fresco.

— Isso faz parte do seu plano?

— Que plano? — Deixou a xícara de lado.

— De ser boazinha com Annora e tirar ela de mim. — Comeu uma torrada. — Sabe que isso nunca vai acontecer, não sabe?

— Eu não quero tirar a Annora de ninguém. — Cruzou as mãos. — Eu só quero mostrar à você que agora sou uma pessoa melhor.

— Quer me mostrar que é uma pessoa melhor. — Assentiu várias vezes. — Na intenção de que ainda vamos voltar?

— Eu nunca disse isso!

— Mas quer dizer. — Pausou.

— Ontem a noite foi... Um erro tremendo, eu deveria ter te chutado.

— Na minha própria casa? — Arqueou uma sobrancelha. — Eu faço as regras aqui.

— E quais são as regras?

— Você não pode cair em tentação, Sophia. — Mordeu o canto da boca, rindo. — Se você for pra cama comigo... Trato encerrado. Se você for forte e mostrar que é uma pessoa mudada, eu até posso pensar no seu caso.

— Que caso?

— De deixar Annora com você nos fins de semana, de sair com ela, essas coisas. — Isso doeu em Sophia. — Ah, falando em sair... Eu chegarei mais tarde hoje.

— Problemas no trabalho? Bottin está bem?

— Eu tenho um encontro. — Saiu da mesa. — Devo chegar só amanhã de manhã.

— Amanhã de manhã? — Entristeceu. — Posso levar Annora na escola?

— Por que você não busca? — Optou. — Eu irei de carro, mais fácil e prático. Você pode buscar ela de tarde.

— Ok, então... Tudo certo. — Sorriu sem jeito.

Micael trocou-se e foi ao trabalho, levou Annora na escola e depois foi para a empresa.

Sophia ficou em casa. Arrumou a cozinha, desfez sua mala, arrumou o quarto da filha, assistiu TV, caçou coisas escondidas no quarto de Micael, chorou, Deu risada, comeu porcarias, fez ioga, e o principal.

Se matriculou em uma escola de libras. Uma escola virtual, não queria sair e lidar com aquela gente toda.

Estava focada nos livros e na vídeo aula quando a campainha tocou, saiu para atender.

— Oi! — A morena de cachos sorriu para Sophia. Tinha uma bolsa nos ombros. — O Micael está?

— Quem é você? — Mudou o tom de voz.

— Sou Amanda, amiga dele. — Sorriu doce. — Eu trouxe essa apostila de libras, ele disse que estava precisando.

— Ah, obrigada. — Puxou com tudo a apostila da mulher. — Procurando mais alguma coisa?

— Na verdade... Quem é você? Eu nunca te vi por aqui.

— Eu sou a mãe da filha dele. — Levantou a cabeça pra dizer, arrumou os cabelos. — Eu sou modelo, se você ainda não percebeu, pelo meu rosto. Loira e dos olhos azuis. — Tentou parecer sexy, não estava funcionando. — Ele separou de mim porquê não dava conta desse avião todo. — Gargalhou, maléfica.

Amanda ficou com medo, não parecia normal.

— Você é a Sophia, então? — Apontou, confusa.

— Ele já falou de mim pra você? — Sorriu ainda mais.

— Falou sim, você não é uma pessoa tão agradável na vida do Micael. Deve ter feito bastante... Besteira. — Encarou os lados, fugindo do assunto. — Mas enfim, você diz pra ele que eu deixei a apostila.

— Tá transando com ele, não é? — Queria matar Amanda pela resposta, e ela nem sabia.

— Claro que não, que horror! Eu e o Micael somos amigos.

— Amigo de cu é rola, na minha época era assim.

— Eu nunca iria fazer uma coisa dessas, ele é meu amigo! Nossos filhos estudam na mesma escola. — Explicou.

— Ah, é? — Debochou. — Garota, se você tiver dormindo com ele... Pôde-se considerar uma pessoa morta!

— Desculpa mas, eu nem deveria tá dando satisfação da minha vida pra você. — Irritou-se. — Já entreguei a apostila, agora se vira. Boa tarde pra você! — Saiu andando, até o elevador.

Sophia bateu à porta, tinha a apostila nas mãos. Largou na mesa e voltou ao computador.

Ela não conseguia estudar, só conseguia pensar em qual mulher Micael comeria naquela noite.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now