Detento Borges

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— Departamento de polícia de Nova Iorque, o que deseja? — A policial encarou Sophia, aos prantos.

— Eu quero ver o meu marido, ele está... Preso. — Aquela palavra lhe assustava. — Micael Borges!

— Já sei. — Revirou os papéis. — Levem ela até o Micael Borges, por favor! — Pediu.

Sophia foi levada por outro policial, odiava delegacias. Tinha que estar em casa de repouso, mas estava resolvendo pepinos de Micael, agora preso.

— Amor! — Correu até a cela, segurou nas barras finas de ferro. — Você tá bem? Te machucaram?

— Eu tô bem sim. — Queria encostar em Sophia.

— Micael, o que você aprontou? — Seu semblante mudou. — Quase matou o Gregori.

— Era pra ter matado! Aquele infeliz. — Grunhiu. — Ele estuprou você.

Sophia ficou em silêncio.

— Não vai dar queixa dele? Aquela agência idiota importa tanto pra você? — Estava incrédulo.

— Importa sim! É o meu trabalho.

— Sophia, ele te estuprou! — Cerrou os dentes. — Você precisa dar queixa desse cara, antes que eu volte lá e acabe com os últimos restos de vida dele.

— Deixa ele em paz!

— Eu não acredito que eu tô escutando isso. — Negou com a cabeça. — O cara te estuprou, abusou de você e ainda você quer que eu deixe ele em paz? — Franziu o cenho.

— Se deixarmos ele em paz, nós teremos paz!

— Eu não terei paz até sair dessa merda de cela. — Observou ao redor. — Vá no balcão e dê queixa desse vagabundo.

Sophia engoliu seco.

— Vou pagar a sua fiança! — Disse calma e saiu de perto, indo ao lado do policial.

Estava na entrada da delegacia novamente, preparou-se ao chamar a policial que lhe atendeu, era como remexer no passado com pauzinhos.

— Sophia? — Eli apareceu atrás dela, lhe dando um susto.

— Eli, o que faz aqui? Ah. — Lembrou. — Veio ver o Gregori ou dar em cima do Micael.

— Eu vim ajudar você! — Pausou. — Sei que Micael pediu para dar queixa de Gregori.

— O que? — Arqueou uma sobrancelha.

— Eu conversei com ele, dirá tudo à você quando estiver em casa. — Certificou. — Acontece que Gregori abusou de várias modelos, não vai sair daqui tão cedo.

— Onde estão elas?

— Lá dentro, dando uma entrevista particular. — Avisou. — Se você fizer, vai ser ótimo!

— Eu não quero passar por entrevistas. — Sentiu um incômodo. — Eu quero ir pra casa, junto com Micael.

— Faça a denúncia e Gregori apodrecerá na cadeia.

Sophia ficou em silêncio.

— Tudo bem. — Suspirou, virou-se ao balcão encarando a policial. — Quero fazer uma denúncia!

— Sobre? — A mulher deixou sua atenção em Sophia agora.

Contou à policial sobre o que tinha acontecido naquela noite, a denúncia foi aberta e o nome de Gregori só estava manchando. Eli ainda ficou com Sophia na delegacia, até Micael ser solto.

Estava cansada, queria sua casa e seu conforto. Já era tarde quando olhou no visor do celular.

— Obrigada pela força! — Sorriu para Eli. — Não sabia que você era tão... Legal assim.

— Eu fui rude com você também, não se esqueça.

— É. — Encarou o teto. — Pode me dizer o que conversou com Micael?

— Conversamos sobre o Gregori te encaixar naquela revista de merda. — Passou a mão no rosto, cansada. — Ele é um louco!

— Tenho nojo dele.

— Todas nós temos. — Encarou Sophia.

A policial apareceu.

— Você é mulher de Micael Borges? — Sophia assentiu.

Trouxeram Micael, agora solto. Abraçou Sophia dando um beijo em seus lábios.

Que canseira! Todos estavam quebrados ali. Que dia!

— Bom, vamos pra casa! — Ela sorriu. — Eli, você quer uma carona?

— Estou de carro, não se preocupe. — Sorriu.

— Obrigado, Eli! Se não fosse por você, ele ainda estaria por aí... Abusando de outras pessoas.

— O lugar dele estará reservado, não irá sair tão cedo. — Mexeu os ombros. — Se cuide, Sophia! Qualquer coisa é só me ligar.

— Obrigada. — Avistaram Eli sair da delegacia.

Sophia encarou Micael.

— Vamos pra casa?

— Vamos. — Beijou a loira antes de sair do local.

Iriam pra casa, ainda bem!

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