Você Guarda Segredos?

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— Pronto, Sophia! — A obstetra sorriu, tirou o aparelho com gel da barriga de Sophia. — Você está com doze semanas, o bebê está perfeitamente bem.

— Quando vamos fazer o sexo? — Micael franziu o cenho.

— A partir do quinto mês, ou sexto. Depende se ele ou ela quiser aparecer. — Riu leve. — Alguma pergunta dos dois?

— Eu ainda vou continuar a tomar os hormônios? — Sophia conseguiu falar, depois do caos todo.

— Já pode parar, tomar demais é um pouco perigoso. Ainda mais pra você! — Escreveu em um bloco de notas. — Vou te dar uma lista com os cuidados, fora os alimentos que você deve ingerir ou não.

— Isso é inacreditável. — Todos olharam Sophia. — Eu estou grávida. Você tem noção disso, Micael? — Ele riu, não tinha caído a ficha.

Sophia estava grávida. Muito grávida!

— Amor, sério que foi cair sua ficha agora?

— É... Muito sério. — Desceu da maca.

— É normal você estranhar, ainda mais que escutou o coração do bebê. — A obstetra sorria. — Aqui está a sua lista, siga direitinho e mês que vem iremos fazer outro ultrassom.

— Obrigada. — Sophia pegou o papel nas mãos.

Saiu junto com Micael, entraram no carro. O moreno dirigiu até o apartamento.

— Amor, eu vou trabalhar! — Encarou Sophia que estava triste.

— Tudo bem. — Deu de ombros. — Vai chegar tarde?

— Não irei. — Beijou Sophia. — Eu te amo.

— Também te amo! — Saiu do carro, vendo Micael dar partida e ir ao trabalho.

Ok, estava grávida! Não era mais uma farsa pra ficar nas custas de Micael, ela realmente estava grávida.

E o melhor: Não tinha idéia de quem era o pai.

Podia ser do Micael.

Ou também.

Podia ser do Karl.

Estava perdida em pensamentos quando passou o hall do prédio, Ken o parou.

— Ei, ei, ei! Que cara é essa?

— A minha de sempre?

— Você tá estranha! — Cruzou os braços. — Aconteceu alguma coisa?

— Você guarda segredos?

— Guardo.

— Certeza?

— Sim.

— Jura juradinho?

— Juro. — Estava se irritando. — Quer tomar um milkshake enquanto me conta?

— Não posso, a médica e o Micael me proibiram de comer coisas gostosas. — Se entristeceu.

— Só hoje não vai matar ninguém. — Ken sorriu.

Pediu milkshake em deliver, que demorou alguns minutinhos pra chegar, em uma caixa térmica. Sophia pagou o entregador e então os dois se sentaram, na escada do prédio, enquanto tomavam seus milkshakes acompanhados de burritos.

Micael teria infartado se visse aquilo!

— Você o que? — Ken estava boquiaberto. — Você mentiu pro Micael todo esse tempo?

— Eu tava usando barriga falsa. — Explicou. — Eu não podia jogar tudo no ventilador, seria dar um tiro no pé.

— Micael vai ficar puto quando souber de toda a verdade. — Bebeu o milkshake. — Quando vai contar?

— Quando eu estiver pronta, preciso esperar que o bebê nasça e ver o que vou fazer.

— Conte logo pra ele!

— E se o bebê for dele?

— Você conta mesmo assim, sei que estavam transando.

— Eu fiz uma burrada do caramba. — Respirou fundo. — Não era pra ter acontecido esse caos, de verdade.

— Mas aconteceu, por culpa do seu ex-namoradinho burro.

— Ele tá preso.

— Micael me contou o que aconteceu, achei merecido!

— Eu não sei mais o que fazer, tô perdida!

— É só se tranquilizar e saber o que vai falar pra ele, antes que seja tarde.

— Eu fiz uma burrada!

— E posso te dizer uma coisa? — Sophia assentiu. — Você vai perder todas as chances com Micael, você o traiu, das duas formas. — Explicou. — Ele é um cara legal, não merecia ter passado por isso.

— Nossa, você tá me deixando muito mais aliviada agora. — Debochou. — Eu sei o que eu fiz, e vou correr atrás da burrada, pra tentar concertar.

— Olha, concertar eu não sei... Mas sei que você se enfiou em uma bela burrada. — Ficaram em silêncio.

Só se pôde ouvir o barulho do canudo, puxando o milkshake.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora