Sua Bolsa Estourou

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Alguns dias depois.

Sophia arrumou um apartamento bom, com seu salário de modelo. Karl a procurou mas ela não o quis, tinha estragado seu relacionamento com Micael, que a propósito, estava levando uma vida instável. Ainda doía o fato de Sophia ter mentido, mas ele estava relevando. Às vezes se pegava mexendo nas coisas que havia ficado, a mudança dela ia aos poucos. Não conseguia evitar de olhar para o quartinho da criança, pronto para recebê-lo.

Sophia foi uma mulher muito cruel!

Era tarde quando ela se pôs a caminhar pelo Central Park sem a mínima intenção de mexer com Micael. Usava um sobretudo preto e suas botas confortáveis, o vento mexia seus cabelos e os risos das crianças lhe deixava feliz, esperando seu filho, que estava enorme na barriga, ficando sem espaço.

Um filho do Karl... Que maravilha!

Conseguiu ver o condomínio onde Micael morava, respirou fundo, sua intenção não era ir mexer com ele, mas seu instinto lhe disse para ir, buscar suas coisas.

Quando viu, estava na portaria discutindo com Ken.

— É sério, Ken! Eu preciso buscar as minhas coisas. — Rebateu.

— Ele me proibiu de deixar você subir, é sério!

— Liga pra ele, fala pra ele que eu estou aqui e vou chamar a polícia se ele não me deixar buscas às minhas coisas.

— O que falta seu lá dentro? — Ken queria saber.

— Muita coisa. — Deixou mentir, de novo. — Minhas calcinhas, por exemplo.

— Calcinha? Ah, mulher! Me poupe. Você tá rica agora, pode comprar a Calvin Klein se quiser.

— Ken, por favor! Eu preciso subir naquele apartamento. — Implorou. — Ele está aí?

— Tirou o dia de folga hoje, mas ainda não saiu.

— Como foi pelo resto da semana? — Queria saber, uma tremenda curiosa.

— Chegou bem tarde no meio da semana.

— Bêbado?

— Feliz.

— Subiu com alguma mulher? — Mordeu a ponta dos dedos. Curiosa demais!

— Não que eu tenha visto.

— Ele deve tá comendo alguma prostituta, homens são sempre assim. — Bateu as mãos no balcão da recepção. — Liga pra ele, mesmo que a resposta seja não.

— Ok, eu vou ligar. — Ken tinha o interfone nas mãos. — Micael? Você tem visitas. — Encarou Sophia. — É ela, a Sophia. — A loira rezava mentalmente.

Ken desligou o interfone.

— E então?

— Pode subir. — Ela arregalou os olhos. — Deu sorte, ele está de bom humor.

— Eu vou matar a vadia que deu chá de buceta nele, pode esperar por isso. — Saiu andando, foi até o elevador, subindo.

Seu coração acelerou quando avistou a porta de Micael, tocou a campainha esperando por ele.

Era como cheirar algo viciante e nunca mais poder sair disso, o encarou, estava lindo! Barba feita, não tinha olheiras, parecia bem até demais. O cabelo... Não podia esquecer do cabelo, perfeitamente liso e desarrumado, em um jeito sexy. Sophia quase morreu ali, de pé, sentiu algo escorrer entre as pernas e uma dor enorme no coração.

— Eu posso entrar? — Teve medo da resposta.

— Não deveria. — Pausou. — Mas vou fazer esse favor. — Deu passagem à Sophia que entrou.

O apartamento... Que saudade!

— Você está bem? — Encarou ele, ainda com medo.

— Vou ficar, eu sempre fico. — Cruzou os braços. — Suas coisas estão nesse saco. — Apontou para o saco preto, no chão da sala.

— Obrigada por arrumar elas. — Ia pegando, sentiu um peso nas costas.

Apertou os olhos mas Micael não ligou, ele não ligava mais.

— Podemos ser amigos? A única coisa que...

— Já buscou suas coisas? Eu tô atrasado pra um compromisso. — Trincou o maxilar. Sophia entendeu.

Pegou o saco, deu três passos e parou, perto da porta. Sentiu algo escorrer pelas pernas e sujar o apartamento.

— Argh, que merda. — Encarou as pernas. — O que é isso?

Micael arregalou os olhos.

— Sua bolsa estourou! — Estava em choque. Por dois segundos esqueceu a mágoa que tinha por Sophia.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora