Parabéns, Micael!

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— Então, você aceita? — Bottin tinha os braços cruzados, é lógico que ela aceitaria.

— Eu preciso ver primeiro, desculpe. — Abaixou a cabeça. — Quem sabe em alguns meses mais próximos. — Bottin não entendeu, ela tinha que aceitar!

— Mas...

— Bottin, deixe ela em paz! Eu volto a falar disso com você mais tarde. — Micael assentiu, saiu da sala de seu chefe junto com Sophia, desceram de elevador. — O que houve? Você tá muito estranha!

— Eu só quero ir pra casa, dormir um pouco, arejar a minha cabeça. — Gesticulou com as mãos. — Me desculpe por isso.

— Tem certeza que está tudo bem?

— Tenho sim, eu só quero ir pra casa. — Pediu novamente à Micael que entrou em seu carro, dirigindo até o condomínio.

Sophia chegou, exausta. Tirou as sapatilhas que usava, Micael fechou a porta atrás de si, escutou a loira ir até o quarto e pegar o seu roupão. Entrou no banheiro trancando a porta em seguida, ele realmente queria saber o que tinha acontecido, mas Sophia não iria falar tão cedo.

Demorou alguns minutos no vapor quente da água, saiu de lá enrolada no roupão, entrou no quarto novamente e vestiu sua camiseta Nike, junto de uma calcinha. Deitou-se e dormiu, era disso que estava precisando!

E Micael, não tocou mais no assunto. Voltou a trabalhar em seu MacBook e depois, assistir alguns episódios aleatórios de alguma série.

Uma semana depois.

Atrasado! Micael como sempre estava atrasado! Estava correndo contra o tempo, tentou arrumar sua gravata mas foi impossível, tinha que tomar café, tinha que procurar a chave de seu carro, tinha que ver seus documentos, tinha que ir trabalhar!

Mas estava atrasado.

— Micael, calma! — Sophia tentou arrumar sua gravata. — Você parece um cachorro preso na coleira.

— Nossa, obrigado pelo elogio. — Debochou. — Eu tô muito atrasado, é o meu primeiro dia depois das férias.

— Como se você fosse importar com que o Bottin diz.

— Ele é legal mas nem tanto. — Bufou. Respirou fundo quando viu sua gravata, aparentemente pronta. — Devo te agradecer?

— Um jantar e depois falamos nisso. — Beijou o moreno. — Agora vá, está atrasado!

— Vai ficar bem por aí?

— Eu sempre fico. — Andou até a porta, deixou Sophia sozinha, indo ao trabalho.

Micael gostava de estar encrencado, às vezes. Estacionou o carro na frente da empresa, desceu correndo. Pegou o elevador e esperou, não iria se matar subindo vários lances de escada.

— Bom dia, gente! — Estava ofegante pela adrenalina recente. — Como estão vocês?

— Olha só quem chegou. — O estagiário largou tudo o que estava fazendo, gostava de zoar Micael. — Gostou das férias, chefe?

— Para de me zoar, moleque! — Todos riram. — Onde está o Chay?

— Ele pegou algumas férias, algo assim, não te contaram?

— Devem ter me contado mas eu esqueci. — Deu de ombros. — Vamos começar antes que Bottin me dê uma dura? — Juntou as mãos, dando uma palma.

Mas teve que parar, pela recepcionista da empresa.

— Micael? Telefone pra você. — Tinha o aparelho nas mãos.

— Quem é? — Estava tampando o alto falante.

— É do hospital.

— Hospital? — Franziu o cenho, atendeu às pressas. — Alô?

— O senhor é Micael Borges?

— Sou sim, aconteceu alguma coisa com a Sophia? — Estava nervoso, tinha a chave do carro nas mãos.

— Sophia? Não! Estou te ligando pra dizer da paciente Dinah. Ela está aqui, conosco.

Dinah! Já tinha voltado de viagem? Uau. E Micael nem sabia, ou tinha se esquecido.

— Dinah? — Pausou. — O que houve com ela?

— Ela desmaiou no ambiente de trabalho, bateu a cabeça, estamos fazendo um check-up completo. O senhor poderia vir até aqui?

— Eu posso sim, chego em minutos! — Esperou a resposta da recepcionista do hospital, desligou a ligação, devolveu o telefone para a mulher que o esperava. — Obrigado pela notícia.

— Vai sair?

— Eu preciso. — Encarou os funcionários. — Carla! Fique no meu lugar, as coisas estão no meu pen drive, na escrivaninha. — Ela assentiu. Micael saiu às pressas da sala, descendo e indo até seu carro.

Foi ao hospital, falou com alguma enfermeira que o deixou subir, indo ao quarto onde Dinah estava. Viu a namorada, com um roupão descartável e a cara em sono.

— Micael, você veio! — Segurou nas mãos do moreno.

— Lógico que vim, me ligaram na empresa. Onde caiu? Como caiu? Estava sozinha?

— Eu estava trabalhando e... Desmaiei. Do nada! Falaram que foi o ar condicionado.

— Do nada?

— Sim, e bati minha cabeça. Agora querem saber de todo o check-up. — Revirou os olhos.

Um médico alto entrou no quarto, tinha uma prancheta nas mãos.

— Olá, Dinah. — Teve um aparelho, abriu os olhos de Dinah verificando sua visão. — Sente dores ao redor da cabeça?

— Não, eu não sinto nada. Foi apenas um desmaio.

— Está em pré avisos de menstruar? — Estava anotando em sua prancheta.

— Eu menstruei semana passada, não estou de TPM. — Franziu o cenho. — Pode ter sido um pico de pressão. Qualquer coisa. — Deu de ombros.

— Doutor, o que ela realmente tem? — Foi a vez de Micael perguntar.

— Você é o namorado? — Levantou um olho para ele.

— Sim, sou eu! — Cruzou os braços.

O médico encarou Dinah, guardou sua caneta no bolso do jaleco.

— Está grávida, Dinah! Meus parabéns ao casal.

E quem desmaiou agora foi Micael.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now