Dor de Cotovelo

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Sophia acordou de manhã, ainda sonolenta. Coçou os olhos e levantou-se aos poucos, tinha dormido no quarto de Micael. E ele já havia saído para o trabalho.

Estava com os cabelos bagunçados quando entrou na cozinha, abriu a geladeira vendo muita coisa, comidas que não haviam na sua antiga casa. Buscou ovos e bacon, um pote de Nutella e leite, ah, e não esqueceu-se da pizza na noite anterior. Pizza dormida era a melhor coisa do mundo!

Abriu a embalagem do leite tomando no gargalo, abriu os ovos na frigideira e os fez junto com o bacon, abriu o pote de Nutella socando os dedos lá dentro, e chupando-os em seguida. Uma explosão de felicidade.

Já na empresa, tudo ia bem, até Chay chegar. Estava cabisbaixo, quase não cumprimentou ninguém.

— Fala cara. — Micael aproximou-se dele. — Como é que tá?

— Você acha que eu tô bem?

— Eu sei que não, mas... — Coçou a nuca. — Você vai ficar se rastejando por ela?

— Micael, eu tava gostando dela. — Embraveceu. — Você não entende isso, né? Sempre me diz que eu preciso conhecer uma garota, e olha o que aconteceu? Tá feliz?

— E eu tenho culpa dela ter te batido na cara, te xingado e ter te humilhado? — Abriu as mãos.

— Claro que não. É que você...

— Eu só quero ajudar. — Rendeu as mãos. — Quero ser um bom amigo, te ajudar no que for preciso.

— Eu preciso então que você concerte a burrada de ontem. Eu gosto dela pra caralho, e praticamente fui humilhado ontem.

— Mas por que ela fez isso? Tem algum motivo especial?

— Ela acha que eu tô conhecendo outra pessoa.

— E por que ela acha isso?

— Porque ela sabe do jeito que eu sou, mas com ela, eu sosseguei. — Explicou. — Eu só consigo pensar nela, o tempo todo.

— Sério?

— Super sério. Eu não queria dizer mas acho que estou apaixonado.

— Você tá bem apaixonado.

— Você acha?

— Acabou de me confirmar, mais uma vez. — Micael sorriu. — Se você gosta dela mesmo, de verdade, sei lá cara, impressiona ela.

— Ah, pra ela jogar um balde de água fria na minha cabeça? — Debochou. — Nem morto! Se ela decidiu assim, quero que ela fique com essa idéia na cabeça.

— Vai desistir dela, muito fácil? — Cruzou os braços.

— Ela não me quer. O máximo que eu posso fazer é ficar triste pelos cantos.

— Logo você? Chay Suede. — O fuzilou com o olhar. — Sabe de uma coisa? A gente vai sair hoje. — Bateu nas costas do amigo.

— Sair?

— É. Vamos... — Micael pensou, rapidamente. Não poderia sair, sua vida de balada tinha acabado. — Quer dizer, você vai sair.

— Qual foi? Mudou de uma hora pra outra?

— É que... — Achou um modo de dizer. — A minha Barriga de Aluguel tá morando lá em casa.

— COMO É QUE É?

— Ela separou do namorado, e tá morando na minha casa. Ela não tem pra onde ir.

— E você aceitou isso? E suas trepadas? Como vão ficar?

— Eu compro algumas horas no motel, nada com que eu me adapte. — Remexeu os ombros, não dando importância pra isso. — O fato dela estar grávida me preocupa um pouco.

— Tá vendo? É por isso que eu te avisei a porra do tempo todo. Você tá sendo precipitado, você é muito novo, você vai querer ser pai mesmo? — Imitou. — Eu disse pra você, agora não vai sair porque tem que olhar a garota grávida.

— Não é olhar, eu só não posso deixar ela sozinha o tempo todo.

— Ela não nasceu com você.

— E se ela precisar de mim?

— Ela é tão burra assim que não consegue te ligar? Ah, pelo amor de Deus, Micael! — Chay revirou os olhos, estava tedioso demais pra ele.

Carla apareceu na conversa, tocou os ombros de Micael.

— Micael? Tem uma mulher lá embaixo querendo falar com você.

Nada de pânico.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now