Annora

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Três anos depois.

Central Park — Nova Iorque.

— Aru, Aru, Adururururu. — Micael ria assim como Annora. Segurava a mão da pequena que pulava entre as poças de água.

Estavam passeando no Central Park, naquele dia chuvoso.

Annora olhou o pai.

[Sinais Annora] — Minha meia está molhada! — Explicou ao pai. — Minha bota furou? — Fez uma careta engraçada, Micael riu.

[Sinais Micael] — Você deve ter pulado muito. — Pausou. — Vamos pra casa?

[Sinais Annora] — Vamos. — Sorriram.

Annora se dava muito bem com seu pai, segurou firme em suas mãos e parou de pular entre as poças de água. Saíram do Central Park e atravessaram a rua, entrando no condomínio.

— Bom dia, Annorinha! — Ken sorriu, não tinha problemas em falar com Annora, ela o conseguia escutar. — Como foi o passeio?

[Sinais Annora] — Acho que minha bota furou. — Levantou os ombros.

— Ela disse que acha que a bota dela furou. — Micael e Ken riram. — Algum estranho por aqui?

— Até agora ninguém! Esse condomínio tá ficando tenebroso. — Ken arrumou alguns papéis.

— Quero manter Annora o mais seguro possível.

— Tem que se manter mesmo. — Assentiu. Assoprou as mãos, estava com frio.

Virou-se para a filha.

[Sinais Micael] — Vamos subir, filha?

Annora assentiu, entraram no elevador.

[Sinais Annora] — Papai, podemos fazer cookies? — Bateu os pés impacientes no chão.

[Sinais Micael] — Nada disso! Sua nutricionista vai me matar. Está comendo muita besteira, dona Annora! — A menina entristeceu. — Mas vou abrir mão, só hoje. — Annora voltou a sorrir.

Entraram no apartamento. Annora correu até seu quarto, buscou sua BabyAlive junto com um carrinho, sentou-se no sofá novamente.

Ajustou a boneca entre os braços. Micael observou, sorrindo.

[Sinais Micael] — O que está fazendo?

[Sinais Annora] — Dando comidinha pra minha bebê. — Explicou. — Quer brincar comigo?

[Sinais Micael] — O papai tem que trabalhar! Pra comprar mais bonecas pra você.

[Sinais Annora] — Não, por favor! — Correu até as pernas do pai, abraçando-as. — Por favor, papai.

Micael suspirou, encarou a filha.

[Sinais Micael] — Depois fazemos os cookies.

Andou com a filha até seu quarto, sentou-se no tatame colorido e esperou a menina tirar os brinquedos do baú. Retirou xícaras, pratos, comidas de brinquedo e mais alguns objetos. Micael arqueou a sobrancelha.

[Sinais Annora] — Olá, Mariazinha. Você quer tomar um chazinho comigo? — Entregou uma xícara rosa à Micael.

[Sinais Micael] — Claro, senhora Annorinha. — A menina ria. — E que tal uns biscoitos pra molhar no chá?

[Sinais Annora] — Não temos. Eu não sei fazer. — Micael riu.

Annora largou a xícara na mesinha.

[Sinais Annora] — Papai, por que eu não tenho mamãe? — Pausou. — As meninas da minha escolinha tem.

Micael respirou fundo, sabia que um dia teria que contar. Sem medo!

[Sinais Micael] — Você tem uma mãe sim! Mas ela... Ela teve que partir. — Piscou rápido. — Ela teve que te deixar, e me deixar também. — Sentiu lágrimas escorrerem.

[Sinais Annora] — Papai, por que tá chorando?

[Sinais Micael] — Porque você é a coisa mais preciosa que aconteceu na vida do papai. — Não conseguiu terminar, estava chorando muito. — Eu te amo, Annora! — Assentiu à filha que lhe deu um abraço apertado.

Ele amava Annora, não tinha dúvidas. Mas o que Sophia fez foi imperdoável. Ela não procurou a menina depois que se encontraram em Los Angeles. Annora já estava com quatro anos, o que possibilitava de um dia, Sophia voltar.

Mas ela não voltou. Nunca! Micael até estava providenciando de se mudar, Nova Iorque já tinha ficado grande demais para ele, precisava se esconder de algo mais próximo, que estaria vindo, ele sentia!

[Sinais Annora] — Eu também te amo. — Sorriu. — Olhe só, a minha foto! — Tateou o bolso do pai, teve o IPhone de Micael nas mãos. — Olha eu, papai! — Desbloqueou o aparelho vendo seu retrato no papel de parede.

[Sinais Micael] — Quem é essa menina linda? — Sorriu à Annora. — Você sabe quem é?

[Sinais Annora] — Sou eu! — Brincou.

[Sinais Micael] — Será que essa menina sabe fazer cookies?

[Sinais Annora] — Sabe sim! — Riu.

[Sinais Micael] — Hum. — Balançou a cabeça. — Último a chegar na cozinha é um cookiezão gigante. — Tentou correr mas Annora foi mais rápida.

Ele apenas ria. Era muito feliz com Annora!

Encarou o visor do aparelho mais uma vez, sorrindo feito bobo.

Um anjinho chamado Annora, realmente!

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Um anjinho chamado Annora, realmente!

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