Ela Não Gosta de Sophia

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Dois dias depois.

— Ok, devagar! — Micael ajudou Sophia a entrar dentro do carro, no banco de trás. Tinha Liam que dormia tranquilamente.

— Me dê ele aqui. — Estava posta no banco, pegou o filho arrumando no bebê conforto.

Micael deu a volta entrando no lado do motorista.

— Sabe. — Colocou a chave no contato. — Eu não aguentava mais ficar nesse hospital.

— Nem me lembra. — Fechou os olhos. — Como tem gente que consegue ficar tantos dias aí?

— Eles precisam. — Pegou a interestadual, virando.

— Amor. — O chamou. — Parece mentira.

— O que parece mentira?

— Minha vida com você. — Arrumou a pequena chupeta na boca de Liam. — Maldito Karl!

Micael riu.

— Não culpe o coitado, se não fosse por ele nunca teríamos nos conhecido.

— É verdade. — Respirou fundo. — Eu quero minha casa, minhas coisinhas, quero tudo!

— Nós já estamos chegamos. — Avisou.

Micael dirigiu por vinte minutos até chegar em sua casa, Sophia sentiu saudade quando saiu do carro, tinha Liam no bebê conforto que estava protegido, ainda dormindo.

— SURPRESAAAAAAAA! — Lidiane assoprou a língua de sogra, Micael ficou bravo.

— Inferno! Liam está dormindo. — Avisou a irmã que mostrou a língua.

— Você é muito chato. — Revirou os olhos, andou até Sophia que tinha um sorriso nos lábios. — Como você está? Ooh meu Deus, que coisa mais linda da tia! — Babou em Liam, aliás, todos estavam babando.

— Eu estou finalmente bem, cheguei em casa. — Sorriu. — Onde está Rosa?

— Saiu com Annora, foram tomar sorvete. — Disse enquanto pegava o sobrinho no colo, mexeu em seus cabelinhos.

— Você ficou bem por aqui? — Cruzou os braços.

— Fiquei! Estávamos bem até Micael chegar e dar chilique em tudo. — Sophia segurou o riso.

— Ele sempre dá.

— Escutei meu nome. — O mesmo apareceu, andou até Sophia.

— Lidiane estava me falando que você praticamente não deixou ela em paz, que coisa feia!

— Eu pedi ajuda e ela faz um caos.

— Que tipo de caos eu fiz, Micael? Está ficando doido!

— Ei, ei, ei. — Sophia interviu. — Vocês já estão grandinhos demais pra ficarem brigando desse jeito.

— Ela quem começou. — Micael mexeu os ombros.

— Sophia, o Liam é uma graça. — Lidiane estava boba vendo o sobrinho dormir em seu colo, o cheiro de bebê exalava. — Dá até vontade de ter outro neném.

— MISERICÓRDIA! — Micael arregalou os olhos.

— Micael! — Recebeu um tapa no peito, de Sophia. — Se liga.

— Eu tô ligado. — Sussurrou.

— Por que o espanto? Eu gosto de criança.

— Assim é fácil. Você não olha os seus filhos, fica sempre... — A esposa tapou a boca do moreno.

Antes que comprasse uma briga feia.

— Micael, me ajuda a subir? Eu preciso descansar. — Sorriu falsa apoiando as mãos no ombro do marido, subiram as escadas devagar.

Lidiane ficou em baixo com o pequeno Liam.

— Ficou maluco? — Deu vários tapas no ombro do mesmo. — Sua irmã veio me ajudar e você fica cagando na cabeça dela!

— Eu só falei a verdade que todo mundo gostaria de dizer.

— Ah, jura? Lidiane tem sentimentos, já não basta a sua mãe infernizando a cabeça dela.

— Lidiane é folgada! — Entraram no quarto do casal.

— E você consegue ser ainda pior. — Sophia sentou-se na ponta da cama, retirou sua sapatilha. — Obrigada, pode ir embora.

— Nossa Sophia, é assim que você me trata?

— Você acabou de dizer que todo mundo gosta de falar verdades. — Deu de ombros. — Estou falando uma.

— Então é assim?

— É! Agora você pode fechar a porta e arrumar a cortina, vou tirar um cochilo antes que Liam acorde. — Protestou. Afofou seu travesseiro e acomodou-se. — Vai Micael! É pra hoje.

— Eu não acredito nisso. — Negou com a cabeça.

Fechou as cortinas e fechou a porta antes de sair.

Micael desceu, encontrou Lidiane que esquentava algo no forno, franziu o cenho.

— O que está fazendo? — Sentou na cadeira.

— Eu fiz frango, você quer? — Sorriu ao irmão.

— Tô sem fome. — Remexeu os lábios. — Como está a mamãe?

— Bem, entre termos. — Suspirou. — Você sabe como ela é, muito doida.

— Na verdade eu não sei de nada. Ninguém me conta nada. — Levantou os ombros. — Aconteceu algo com a mamãe?

Lidiane ficou em silêncio.

— Ela fez uns exames. — Lidiane disse.

— Quais exames?

— Micael...

— Quais exames, Lidiane?

— Você não gostaria de saber.

— Eu necessito saber! Poxa, ela também é minha mãe.

— A mamãe tá doente, Micael! — Soltou, por fim. — Um lado do pulmão dela parou de funcionar, estão vendo se conseguem achar um modo, que seja, mais fácil, entende?

— Fácil de que? — Estava trêmulo, nervoso, era sua mãe!

— Se ela tiver um AVC, ela morre. — Abaixou a cabeça.

Micael passou as mãos no rosto, desesperado. Encarou a irmã sem ter o que dizer, estava cansado de problemas.

— Você escondeu isso de mim, iria esconder.

— Eu não tive culpa!

— Você iria esconder, Lidiane. Ela também é minha mãe, por que não me ligaram? Por que não procurou a minha ajuda?

— Porque a mamãe não gosta da Sophia, e ela está muito magoada com você.

— Ela está magoada por que eu casei e tive filhos? Eu construí a minha vida!

— Na visão dela é outra coisa diferente. Você sabe como ela é. — Foi de encontro com o irmão. — Devemos ficar juntos nessa, não importa o que aconteça.

Micael estava quieto, pensando em mil coisas.

— Eu vou ligar pra ela! — Levantou-se da mesa indo até seu Iphone.

Queria falar urgentemente com sua mãe.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now