Bom Ótimo Dia

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Micael estava na sala mexendo em seu novo MacBook, a varanda aberta, o vento balançando as cortinas. Sophia não havia chegado, e seu pensamento afundou ao saber que Karl estava indo em seu apartamento, para que? Ele também gostaria de saber.

— Inferno. — Teclou várias vezes ao refazer a configuração. Fechou a tampa, não queria se estressar mais.

A porta fez um barulho, passaram por ela: Sophia e Ken, cheio de sacolas.

— Aí, obrigada. Pode deixar ali. — O homem deixou no canto do quarto, assentiu para Micael. — Oi. — Acenou à Micael que sorriu.

— Oi, isso é hora de chegar?

— Sua irmã me levou pra fazer compras, agora eu vou me vestir como uma mulher... Normal? — Jogou-se no sofá. — O que está fazendo?

— Eu estou configurando o MacBook, que você destruiu. — Riu leve. — Mas e então, eu quero conversar com você.

— Pode conversar!

— O Ken me disse que viu Karl saindo daqui, você confere isso?

Sophia ficou quieta, piscou os olhos azuis três vezes antes de contar à Micael.

— Sim, ele veio aqui. Mas expulsei ele, rápido.

— O que ele veio fazer aqui?

— Me ameaçar. Ele quer uma parte do dinheiro, mas eu disse que não vou dar.

— Você não tem que dar nada, e a partir de hoje, o apartamento estará em sigilo. — Esbraveceu. — Esse cara pensa que é quem?

— Sei lá, um ogro? — Trincou o maxilar. — Mas não fique bravo comigo, por favor. Ele não vai mais voltar aqui.

— Assim eu espero. — Respirou fundo. — Você vai comer alguma coisa? Ou já comeu? Lidiane tem mania de levar as pessoas pra jantar, mesmo elas não querendo. — Foi a vez de Sophia rir.

— Eu já jantei sim, fomos em um restaurante.

— Ok.

— Você não quer jantar?

— Eu comi algumas besteiras, nada demais.

— Você parece triste.

— Eu só tô cansado, nada demais. — Sorriu. — Vou deixar você descansar.

— Eu não tô cansada.

— Tá sim. — Aproximou-se de Sophia. — Eu, eu... Vou dormir, boa noite! — Andou até o quarto de hóspedes. Sophia tinha várias compras para serem guardadas.

Micael acordou cedo naquela manhã, sentou-se na mesa e tomou café, estava sem camisa, apenas com uma bermuda. Lia um jornal, atento, virou a página mas parou quando viu Sophia, tinha os cabelos bagunçados levemente, a blusa Nike que usava pra dormir.

E a calcinha, a maldita calcinha!

— Você acorda muito cedo. — Sentou-se.

— Bom dia. — Sorriu. — Hoje tem ioga, não vai esquecer.

— Eu sei. — Bocejou. — Me passa a vitamina?

— Claro. — Entregou a caixinha para a mesma. — Dormiu bem?

— Um pouco, eu tô me estranhando demais. — Colocou o líquido no copo, Micael observou. — Eu fico com muito calor quando tô dormindo, aí quando eu acordo... Sei lá, é uma coisa estranha.

— Você tá tomando os hormônios ainda, não está?

— Eu tô. — Encarou Micael. — Mas eu quero parar, eu posso parar?

— NÃO! Você só pode parar na sua próxima consulta. Explica tudo pra obstetra.

— Será que ela vai entender?

— Vai sim, tenho certeza. — Sorriu. — Tem torrada também, você quer?

— Eu quero sim. — Sophia agora tinha torradas nas mãos, passou um pouco de requeijão e saboreou. Tudo estava sendo uma delícia, ainda mais na parte de tomar café com Micael.

Os dois se encararam.

— Você vai trabalhar?

— Eu vou, mas prometo que irá passar rapidinho. — Advertiu. — Leia os livros! — Saiu da mesa indo até seu quarto.

— Eu vou ler, mas... — Seguiu Micael, que estava em seu quarto, agora sem a bermuda. Sophia engoliu seco, aquela bunda redondinha não poderia ser normal. Não iria aguentar ver a sua frente, andou para trás até sair de suas vistas.

Sorte que ele não tinha visto.

— O que estava dizendo? — Micael voltou ao corredor, Sophia estava escorada na parede, suava frio.

— Eu preciso de um banho, eu vou passar mal. — Correu até o banheiro, trancando a porta.

Iria sim passar mal.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now