Cuidado Com o Flash

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— Bom dia. — Sophia chegou de seu treino, tinha um top Nike e um shortinho bem colado, ambos da mesma marca. Retirou os fones de ouvido. — Ainda com raiva de mim?

— Você não merece a causa. — Guardava alguns papéis. — Estou indo na agência, pode pegar Annora pra mim?

— Claro. — Assentiu. — Te chamaram pra um book?

— Eu não sei como vai ser, eu não faço a mínima idéia. — Estava cansado de responder Sophia.

— Ok. — Rendeu as mãos. — Eu vou tomar um banho e descansar, corri dez quilômetros hoje. — Uau.

— Fez bem. Se exercitar faz bem. — Disse falso, saiu do apartamento.

Dirigiu até à agência como combinado, levava seus papéis que Eli havia pedido. Micael nunca esteve em uma agência de moda, ficou surpreso ao ver a correria que era.
Telefones tocando ao mesmo tempo, gritaria, cheiro de café, risadas incômodas e modelos com biotipo preocupante.

Ele ficou assustado.

— Bom dia, Micael! — Eli apareceu, cumprimentou o moreno. — Como está?

— Bem. Obrigado! — Acompanhou a mulher. — Trouxe os papéis que você me pediu.

— Oh, que ótimo! — Teve a pasta nas mãos. — Pronto pro seu primeiro dia de trabalho?

— Sim. Eu estou sim! — Secou as mãos na calça jeans. Estava nervoso, por incrível que pareça.

— Ótimo! Eu liguei pro administrador da nova coleção da Calvin Klein, ele quer uma lista de modelos pra estampar o outdoor na Times Square. — Explicou. — Eu quero encaixar você mas primeiro, precisamos de um book.

— E isso vai custar quanto? — Arqueou a sobrancelha.

— Gregori pagou o seu book, não precisa se preocupar. — Continuaram a andar. — Você costuma a ir na academia?

— Faz anos que não vou à academia.

— Meus parabéns! Seu biotipo é incrível. — Sorriu. — Mas por favor, por ordem da agência, faça a matrícula em uma academia.

— Certo. — Estava tenso.

— Este é Madison. — Apresentou o fotógrafo à Micael. — Ele vai cuidar do seu book e de outros trabalhos que precisar.

— Prazer, Micael! — O fotógrafo assentiu assim que Micael o cumprimentou.

— Madison, eu vou deixar ele com você. Ok? Já venho o buscar. — Brincou com Micael antes de deixar a sala refrigerada.

Os dois se encararam.

— Novo no trabalho? — Trocou a lente da câmera.

— Eu não sou modelo profissional. — Observou o estúdio.

— Deu pra perceber. — Testou as luzes. — Sei que vai parecer estranho mas... Pode tirar a blusa. — Bateu o flash, verificando a lente mais uma vez.

Micael retirou a blusa em que usava, seu físico era perfeito, ele não precisaria de uma academia. Ficou intimidado quando foi pra frente da câmera, encarando as luzes.

— Olhe sempre pra câmera e faça amor com ela! Daqui em diante ela vai ser a sua namorada. — Alertou.

O primeiro flash foi disparado.

— Vira um pouco pra mim e deixa a alça da cueca aparecendo, pra dar um charme. — O fotógrafo posicionou Micael.

Tinham que ser bons amigos, eles iriam trabalhar juntos agora!


Sophia secava os cabelos dentro do banheiro, passou um creme na pele e saiu, ainda de roupão. O interfone tocou lhe assustando.

— Oi, Ken! — Franziu o cenho. — Pode mandar subir. — Devolveu o telefone na base.

Se trocou rápido colocando uma calça bege e sua sapatilha, uma blusinha de alça na cor branca. Arrumou os cabelos e abriu a porta quando sua campainha tocou.

— Olá, querida! — Gregori entrou, retirou seu óculos escuro. — Fugindo de mim? Você tinha ensaio hoje, que eu me recorde.

— Você conseguiu o que queria. — Bateu palmas, em deboche. — Trouxe Micael pro seu time.

— Ele é um bom rapaz. — Sentou-se no sofá. — Mas e você? Deve estar se sentindo incapaz de modelar.

— Eu não ligo pra isso. Eu quero saber o que você está tramando!

— Eu? Tramando? Jamais! — Riu leve. — Eu só quis ajudar Micael, assim como eu te ajudo.

— Me ajuda? Como tem a capacidade de dizer que me ajuda? — Esbraveceu.

— Você está nessa vida por causa de mim. — Sorria em vitória. — Se não fosse por isso...

— Eu já sei a história ridícula que você vai contar. — Pausou. — Eu sou uma idiota de te receber na minha casa.

— Não é! — Levantou-se, aproximando de Sophia. — Eu te dei o melhor, e você correu, como sempre faz. Você corre de todos os problemas, Sophia!

— Eu já disse pra você não encostar em mim. — Soltou seu braço.

— E você vai fazer o que? Vai me deixar na mão como na outra vez? — Relembrou. — Quando você saiu do hotel as pressas, dizendo que estava drogada.

— Eu estava drogada sim!

— Não estava não. — Cerrou os dentes. — Você quis, teve consenso em fazer e conseguiu!

A loira respirou fundo, não adiantaria se gritasse.

— Eu amo o Micael. — Fechou os olhos, absorvendo sua raiva. — E você não vai tirar ele de mim.

— Eu não vim aqui pra tirar ninguém, eu vim aqui pra conversar educadamente. — Alertou. — Pare de fazer essas birras e deixe o coitado trabalhar.

— Por que você quer tanto ele? Hein? Não sabia que você tinha virado gay! — Ele voltou a segurar os braços de Sophia.

— Eu não sou gay e você sabe muito bem disso! — Pausou. — Você ainda vai ser minha, Sophia. E eu quero te exibir como um troféu.

— VÁ PRA MERDA! — Se soltou. — Quero que saia da minha casa, agora.

— Tudo bem. — Rendeu-se. — Eu vou ir mas espero que você tenha anotado a lição de casa. — Atravessou a sala antes de deixar o apartamento.

Era um inferno, literalmente!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora