Corra Laurel, Corra!

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— Oi tio Mica, oi tia Soph. — Laurel tinha uma mochila nas costas, o cabelo preso em Maria-Chiquinhas. — Onde está a Ann?

— Ela está se trocando, colocando o pijama. — Micael respondeu. — Você já jantou?

— A minha mãe não quis me dar janta, ela disse que ia atrasar o voo dela pra Chicago. — Retirou a mochila. — Você já jantou, tio Mica?

— Eu vou preparar um prato pra você. — Sophia andou até a cozinha, Micael a seguiu. — Isso é... Palhaçada. — Ligou o microondas.

— Só por que a Dinah não deu janta pra ela? Amor. — Achou graça. — Ela está super ocupada.

— A menina vem pra nossa casa, sem jantar, sem ter tomado banho e você ainda acha que é cisma minha?

— Cisma sua? — Cruzou os braços. — Eles só estão ocupados com os parentes da Dinah, só isso! Vai ficar tudo bem.

— Ok, eu não vou dizer nada. — Rendeu as mãos, tirou o prato do microondas.

Sophia andou até a mesa de jantar.

— Laurel? Seu jantar! — Deixou o prato em cima da mesa.

— E o suco? Na minha casa a gente janta com suco.

— Aqui nós jantamos primeiro, depois vem o suco. — Sorriu falsa, estava perdendo a paciência.

[Sinais Annora] — Laurel, você veio!! — Abraçou a menina. — Você vai dormir comigo hoje?

— Vou sim, Ann. — A menina sorriu.

— Você sabe falar em libras, Laurel? — Sophia quis saber.

— Aprendi por causa da Ann, nós ficamos muito juntas nesse período que você sumiu. Eu pensei que a mãe da Ann tinha virado um anjo, como todo mundo dizia. — A loira ficou boquiaberta. — O bife tá duro!

— Eu vou arrumar a cama delas. — Micael interviu indo até o quarto de Annora.

O silêncio reinou na sala de jantar. Sophia esperou que Laurel comesse, fez a menina tomar um banho quente e colocar o seu pijama. Annora e a menina escovaram os dentes e foram pra cama.

— Essa menina me dá nos nervos. — Sophia arrumava a cama. — Tinha que ser filha da Dinah.

— Você tá com ciúmes dela? — Micael deitou-se.

— Eu? Claro que não! Ela ficou toda ridícula depois que teve a Laurel. — Deitou-se junto com ele. — Essa garota não é companhia pra Annora.

— Pode me dizer o por quê? — Queria saber.

— Micael, ela é respondona. Mal educada, e ainda faz coisa errada.

— Isso tudo é da sua cabeça, eu já passei por essa fase. — Deu um beijo em seus lábios. — Vamos dormir e amanhã nós cuidamos das duas feras.

Micael virou-se e dormiu, tranquilamente. Logo após Sophia.

Mas Laurel, essa não tinha dormido...

— Ann, Ann. — Cutucou Annora que quase dormia. Ligou o abajur. — Acorde! Seus pais já dormiram.

Annora sentou-se na cama sem entender, colocou os aparelhos auditivos novamente. Franziu o cenho para Laurel.

— Quero te mostrar uma coisa que eu aprendi. — Laurel ficou de pé, retirou a calça do pijama, junto com a calcinha de flores. Annora abriu a boca. — Cala a boca, isso é segredo!

[Sinais Annora] — Isso é errado. Coloca a calça de novo.

— Não é errado. — Sorriu maléfica. — Vou te ensinar uma coisa que eu aprendi. — Deitou-se de novo no colchão, teve um travesseiro prensado no meio de suas pernas. — Aprendi isso com outra amiga minha, ela disse que isso é o que os seus pais sentem quando estão fazendo os seus irmãos. — Movimentou-se com o travesseiro, indo e voltando.

Annora ficou boquiaberta, era coisa de outro mundo. Negou com a cabeça e desligou o abajur, não queria ver aquilo, mesmo não sabendo, sabia que era errado.

E que não deveria repetir coisas feitas por Laurel.

— Ann, por que desligou a luz? — Bufou. — Você tem que aprender! Quando for adolescente já vai estar pronta pra todos os meninos. Não vai precisar perguntar à sua mãe.

A luz acendeu novamente, Laurel sorriu mas logo ficou em choque ao ver Micael, de pé, com os braços cruzados.

— O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now