Família de Doido

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Micael saiu do carro vendo a localização em seu celular, o vento bagunçou seus cabelos de um jeito sexy. Entrou em uma cafeteria, o cheiro de cappuccino acordou seu estômago.

— Bom dia, o que vai querer? — A garçonete com uniforme preto e vermelho parou em sua mesa.

O bloco de notas despertou sua mente, ainda era cedo, deveria estar trabalhando.

— Um cappuccino, sem espuma. — Sorriu em agradecimento.

— Vinte minutos! — Alertou ao moreno que esperou por Eli.

Mexeu em seu Iphone enquanto Eli não chegava, checou os e-mails e pesquisou por seu nome no guia de navegação do Google.

Inferno, estava ficando famoso! Suas fotos na página inicial da Calvin Klein deixaram as menininhas de dezesseis anos com os hormônios gritando.

Não esperava por isso.

— Desculpe a demora. — O salto de Eli ecoou enquanto sentava.

— Estou acostumado. — Bloqueou o aparelho.

— Bom dia, o que vai querer? — Outra garçonete lhe parou.

— Um expresso, por favor!

— Já volto com seu pedido. — Estavam a sós novamente.

— Então... Você pode prolongar o que queria falar comigo?

— Vou te contar toda a verdade, sem delongas. — Gesticulou. — Eu gosto muito de você, de verdade, já discuti com a Sophia sobre isso mas... Essa não é a real questão!

— E qual é a real questão?

— Gregori ama a Sophia, muito! — Deu ênfase na última palavra. — Ele ficou encantado quando ela dormiu com ele, da primeira vez.

— Teve outras vezes? — Seu sangue ferveu.

— Deve ter tido, você sabe... Gregori é um homem muito bruto. — Deu de ombros. — Acontece que ele quer ferrar a vida de vocês.

— E você acha que eu vou acreditar nesse seu joguinho sujo?

— Não é joguinho sujo! O Gregori quer a Sophia pra ele mas vai acabar a matando. — Abriu a bolsa rapidamente. — Olhe isto! — Entregou a revista que Gregori havia dito, no dia do jantar. — Quando Sophia entrou na agência seu principal sonho era estampar essa capa, porém, só meninas doentes posam pra essa revista de merda.

— Uma revista com meninas... Anoréxicas? — Folheou a revista, incrédulo.

— Exatamente! Gregori conseguiu encaixar Sophia na lista, e agora, vai lhe chantagear.

— Esse cara é um doente! — Negou com a cabeça. — Ele precisa ficar longe da minha mulher.

— Então você tem que fazer alguma coisa, antes que seja tarde.

O cappuccino e o expresso chegaram.

— MERDA! — Jogou o líquido longe.

Todos na cafeteria o encararam, inclusive Eli, assustada.

— Desculpa, eu... Eu vou pagar por isso. — Tirou dez dólares da carteira. — Vou ir nessa!

— Espere! — Segurou em seus braços. — Que isso fique entre a gente.

— E vai ficar. Mas não posso ver Sophia se afundar com esse monte de merda. — Cerrou os dentes, nervoso.

Saiu da cafeteria às pressas, entrou no veículo e deu partida cantando pneus.

No apartamento Sophia estava recolhida, conversava com Rosa enquanto a mesma fazia faxina na cozinha, não podia fazer esforço físico, então... Ajudava Rosa na conversa, criando assuntos variados.

— Dona Sophia, a senhora já experimentou esse chá? É uma delicia! — Mostrou o pacote para a mulher.

— Eu não! — Riu leve. — Micael que era abitolado em comidas orgânicas e saudáveis, meu negócio era um belo Snickers acompanhado com um lanche de presunto e queijo, e depois uma torta de limão. — Umedeceu os lábios, lembrando.

— Jesus! Eu também gosto de besteira mas não tanto como a senhora. — Continuou a limpar. — E vem cá, como que a senhora conheceu o seu Micael?

— Eu fui barriga de aluguel dele, entre trancos e barrancos.

— Barriga de Aluguel? — Chocou-se. — Faz tanto tempo que eu não escuto isso.

— Pra você ver! Ele era louco pra ser pai mas não achou a pessoa certa, até achou mas... Ela não o quis.

— Que doideira. Enquanto isso a caloteira da irmã dele não me paga um centavo se quer! — Varreu o chão. — Família de doido, viu!

Sophia gargalhou. Rosa era uma ótima companhia!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now