Coisas na Cozinha

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Sophia estava quase dormindo quando o som da TV lhe acordou, a loira revirou-se na cama achando um jeito de dormir, nem reparou que Micael a sondava, queria mexer em seus cabelos.

— Sua febre já passou. — Tocou, delicadamente, sua pele branca. — Quer alguma coisa?

— Hum, nada. — Fechou os olhos. — Pode ficar com a sua namorada. — Suspirou.

— Deixe ela. — Sorriu leve. — Hoje vou cuidar de você.

— Ok. — O sono veio, tinha os lençóis no corpo, iria dormir tranquilamente.

E Micael, apenas a sondava. Como era linda! Assistiu alguns minutos do filme que não demorou para acabar, desligou a TV e aconchegou-se ao lado de Sophia, puxando o lençol e cobrindo suas pernas. Os dois desmaiados!

— Alô? — Micael acordou assustado, tinha o celular no ouvido, o toque tinha despertado.

— Oi, gracinha! — Dinah riu. — Onde você tá? Eu tô indo aí.

— Aí aonde? — Levantou depressa.

— No seu apartamento. Eu comprei vinho e queijo, já tô com saudade!

— Dinah, é que aconteceu uma coisa muito ruim. — Olhou Sophia que ainda dormia. — Minha prima estava no hospital, ela tá aqui em casa, eu tô olhando ela.

— E ela tá bem? — Sua voz estava preocupante.

— Ela tá sim. — Pausou. — Quer dizer, ela tá meio grogue pelo remédio. Mas vai ficar bem.

— Então, o que vamos fazer?

— Amanhã eu passo aí e tomamos o vinho, pode ser?

— Pode! Eu vou ficar no aguardo. — Pausou. — Beijo.

— Beijo, tchau. — Desligou a ligação. — Por pouco, Micael. — Bufou, foi quase.

Sophia remexeu-se, abriu os olhos azuis para Micael que sorriu.

— Aconteceu alguma coisa? — Bocejou.

— Dinah me ligou, eu disse que vou vê-la amanhã. — Sorriu. — Você tá melhor?

— Eu tô sim.

— Fico feliz.

— Semana que vem eu tenho médico. — Disse calma. — Vou trazer o ultrassom pra você.

— Vamos começar a nossa aula de ioga, hoje à noite. Se você estiver melhor.

— Eu tô bem, podemos ir! — Sorriram.

— Que ótimo. — Pausou. — Você precisa comer, já está tarde. — Micael levantou da cama, andou até a cozinha. Sophia o seguiu, sentou-se em uma cadeira, esperando ele fazer alguma coisa.

O silêncio reinou.

— Sabe... Você não me disse o que conversou com a minha irmã. — Quebrou dois ovos, tinha uma frigideira em fogo baixo. — Algo importante?

— Ela só queria ser uma boa amiga. — Suspirou.

— Conversaram bastante? — Estava curioso. Remexeu os ovos junto com algumas verduras. Salpicou com alguns temperos.

— Por que quer tanto saber? — Achou graça. — Sua irmã é legal, agora tenho uma amiga.

— Você precisa conhecer a minha mãe. — Tirou os ovos mexidos do fogo. Os colocou em um prato, dando à Sophia. — Ela é meio doida, mas dá pra conviver com ela. — Sophia riu.

— Hum, você cozinha muito bem. — Tinha as mãos na boca, Micael achou estranha sua atitude.

Se fosse a Sophia que tinha conhecido, estava comendo de boca aberta e ainda falando, tudo ao mesmo tempo.

— Você gostou? — Entregou um copo de suco à ela, que sorriu. — Eu gosto de fazer coisas na cozinha.

— Que tipo de coisa? — Seu olhar azul foi diretamente ao dele, castanho.

— Ah, de tudo um pouco. — Avançou o sinal, roubou um ovo de Sophia que achou graça, seus olhos focaram em seu maxilar.

Ela coçou a nuca, achando um jeito de não pensar em nada.

— Você sabe cozinhar? Acredito que não.

— Ei! Eu sei cozinhar um pouco, miojo é muito difícil.

— Miojo? — Riu. — Tá, dessa vez passa! Eu vou ensinar a você tudo que eu sei.

— Vou esperar. — Bebeu o suco. — Que horas é a nossa aula de ioga?

— Sete e meia, você tem roupas de ioga?

— Eu nunca fiz ioga, Micael.

— Então... Vamos às compras!

— Você e eu? Fazendo compras? — Achou estranho.

— Algum problema?

— Eu...

— Você é minha responsabilidade agora! Eu preciso cuidar de você.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Where stories live. Discover now