23 - Caçadores Caçados

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Então pessoal, o capítulo que eu estava escrevendo para essa semana acabou ficando grande demais então optei por dividi-lo em dois então esse capítulo talvez tenha ficado pequeno. Mas achei melhor fazer isso já que a outra parte escrita tem um tom completamente diferente desta aqui, ficaria estranho lançar as duas juntas no mesmo cap.

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O som das rodas de madeira girando era o único ruído que competia com o trotar dos cavalos, a floresta estava totalmente em silêncio. Os pássaros noturnos não quiseram sair de seus ninhos, nem mesmo o canto dos grilos era ouvido.

Cerca de cinco carruagens faziam a travessia noturna em direção a cidade de Risteria, guiadas pela luz dos lampiões pendurados na ponta das hastes de cada uma delas. O número de passageiros variava em cada uma, mas havia pelo menos um ou dois caçadores dentro delas. Um total de oito caçadores foram contratados para proteger a caravana contra ladrões e animais noturnos, mas no total havia vinte e oito pessoas na viagem contando com os mercadores e aqueles que guiavam os cavalos.

Na carruagem da frente um caçador girava uma pequena faca na mão, observando a lua vermelha reluzir na lâmina prateada. Outro caçador que lhe acompanhava estava descendo uma garrafa de vinho garganta à baixo, quando a bebida acabou o homem deixou a garrafa cair e rolar.

— Posso pegar um dos seus? — O caçador olha para as grandes caixas de madeira que continham todos os tipos de bebidas.

— Pode, mas vai ter que pagar. — Responde um dos mercadores. — E você não deveria estar bebendo tanto, já imaginou se algum ladrão aparece? Como você vai lutar estando bêbado?

— Relaxa o coração cara, mesmo que eu esteja bêbado nenhum ladrão ou besta da floresta vai conseguir me derrubar tão facilmente. — O homem olha para o lado, encarando seu companheiro sentado na borda da carruagem que brincava com a própria faca. — Além do mais, duvido que alguma coisa realmente vai aparecer, a noite está tranquila dessa vez.

— Este é o problema colega, a noite está quieta demais. — Avisa o outro caçador. — Quando a floresta está em um silêncio como esse é porque os animais não quiseram sair, provavelmente porque há ladrões por perto ou um grande predador à espreita. Eu não abaixaria a guarda se fosse você.

Quase que como uma premonição a carruagem para abruptamente, os cavalos relincharam alto como se recusassem seguir adiante, as carruagens que vinham logo atrás pararam também. Os dois caçadores desceram do veículo em alerta para checar o motivo da interrupção.

— Os cavalos estão com medo, tem alguma coisa ali na frente. — Alertou o boleeiro enquanto tentava acalmar os animais.

Os caçadores das outras carruagens também desceram com a parada repentina da caravana, uma mulher fungava o ar como se farejasse algum odor.

— Sinto o cheiro de sangue, vem aí da frente! — Ela diz.

Os caçadores da carruagem da frente pegaram um lampião cada e se dirigiram mais à frente aonde estavam os cavalos, o boleeiro também desceu para checar. Ao caminharem por uns quinze metros os três notaram algo no chão, apressaram os passos para checar mais de perto.

As moscas já sobrevoavam o cadáver do animal, eram um grande lobo dente de sabre. Sua barriga estava aberta até as tripas saírem e um dos olhos havia saltado para fora da órbita. O caçador da lâmina analisou os detalhes ao redor do ventre do animal. Parece que foi morto por outro animal, mas a parte estranha é que o lobo foi despedaçado, mas sua carne não foi comida.

— Que tipo de criatura mata um lobo smilodon só por diversão? — Ele indaga.

— Ah, mas que merda! — O outro caçador à alguns metros a frente com uma expressão de nojo no rosto. — Que porra aconteceu aqui? Tem um monte de bicho morto nesse lugar, parece até um abatedouro...

Creature FeatureWhere stories live. Discover now