102 - Onde Anjos Mortos Repousam

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A enfermaria estava um completo caos esta tarde, estava lotada dos alunos que foram feridos com o ataque do bestial. As dríades enfermeiras tentavam controlar o fluxo e o refluxo dos estudantes que iam e vinham à procura de atendimento, isso fora os que já estavam em leito e ainda não acordaram, como Anatoly e seus amigos.

Do lado de fora a diretora e os membros do conselho estavam ocupados tendo uma conversa pesada sobre o incidente.

— Por que o diretor está demorando tanto? — Perguntou um dos monitores.

— Acalme-se, ele vai chegar. — Disse a vice diretora, embora ela mesma estivesse ansiosa para a chegada de Deacon.

Como eles lidariam com essa situação? Não havia como esconder este incidente dos pais dos alunos, como eles explicariam isso?

Enquanto eles pensavam em como sair dessa situação, Diego, André e Akira apareceram trazendo consigo o corpo mumificado de Ângelo para a enfermaria.

A vice diretora pediu para que alguém trouxesse o que sobrou do corpo do bestial para dentro do colégio, afinal os pais dele precisariam velar o corpo. Mas em vez de perguntarem onde deveriam deixar o corpo, eles tentavam levá-lo para dentro da enfermaria.

— O que estão fazendo?

— Ele precisa ir para a enfermaria. — Respondeu Diego.

— Enfermaria? Ele já está morto!

Foi nesse momento que a múmia suspirou, assustando todos a sua volta.

— Essa coisa ainda tá viva?! — Kaori questiona surpresa.

— Como isso é possível? Nós jogamos ele no sol!

De fato, era para ele estar morto. Porém quando um vampiro morre por exposição ao sol seu corpo inteiro se torna cinzas, mas este aqui não, o corpo dele estava apenas mumificado.

— Mas não podemos deixá-lo aqui, se ele acordar ele vai atacar os estudantes de novo!

— É verdade, ele é um perigo!

Vendo que o cenário estava ficando ruim para Ângelo os três tinham que pensar em alguma desculpa para salvarem-no. Apesar do que ele fez, ele ainda era seu amigo e os três recusavam a ideia de que ele simplesmente virou um bestial do nada.

Foi André quem deu o argumento que salvaria seu amigo.

— O nome dele é Ângelo e ele é o filho do duque, não podemos simplesmente deixá-lo morrer.

— Filho do duque?! — A vice diretora exclamou, surpresa.

Isso complicava ainda mais as coisas, se ele fosse o filho de algum burguês comum isso já causaria problemas, mas este era o filho do duque, a figura mais importante do país depois do próprio Czar. Imagine ter explicar isso para os pais dele, "o filho do duque virou um bestial e agora está morto", o escândalo tomaria proporções inimagináveis.

Mas também não é como se ela pudesse simplesmente deixá-lo se recuperar apenas para causar outro incidente.

— Levem ele para dentro! — Ordenou.

A vice diretora guiou as enfermeiras no processo, fecharam as cortinas e o colocaram em uma cama onde o sol não alcançava. Mandou pegarem algo para amarrá-lo quando acordasse e pediu para as enfermeiras que, quando ele estivesse acordado, injetassem uma seringa com Bepril, um medicamento que inibe as capacidades de se transformar. Isso deveria conter os poderes dele e impedir outro incidente.

— Como é possível ele ainda estar vivo neste estado? — Questiona uma das dríades enfermeiras.

— Eu não faço ideia, esse incidente todo está muito estranho. — A vice diretora diz, olhando para os outros enfermos.

Creature FeatureWhere stories live. Discover now