50 - A Metempsicose de Abel Malebranche

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Esse talvez seja um dos capítulos mais importantes até agora (e um dos mais difíceis de fazer também kk), espero que gostem!

(mano essas músicas do rpg do cellbit são muito fodas cara!!)

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O pássaro amarronzado sobrevoou acima da floresta escura, a coruja parecia atenta ao terreno abaixo como se estivesse caçando seu jantar, mas não era bem este o caso.
Seus olhos grandes focaram-se na mansão surgindo aos poucos no horizonte acima das árvores, assim que viu a construção o pássaro se preparou para pousar.

A floresta estava estranhamente quieta por aqui, normalmente seria possível ouvir o canto dos grilos ou o coaxar dos sapos considerando que havia acabado de voar sobre um grande pântano, mas não, não havia um único som nesta região. Nem mesmo a brisa da madrugada estava uivando ao passar entre as árvores. Havia apenas a casa na colina, abraçada pela escuridão.

Em vez de pousar logo na entrada do lugar a coruja resolveu descer um pouco mais atrás pois notou as duas figuras de pé na frente da construção. Dois adolescentes tentavam a todo custo abrir a porta da frente, mas não obtiveram nenhum sucesso.

— Essa porcaria não abre!

O garoto chacoalhou a maçaneta da porta antes de bater três vezes com o punho na madeira, mas nada fazia a porta abrir. A garota vasculhava uma das janelas, mas apenas encontrou um interior vazio sem um único sinal de seus amigos ou da luta que aconteceu a pouco tempo.

— O que está acontecendo aqui?

Os adolescentes viraram em sobressalto, tomaram um susto quando, sem qualquer aviso de chegada, ouviram a voz de uma mulher atrás de si. Uma mulher de vestido preto estava não muito distante deles, acompanhada por um pequeno gato preto e carregando um livro estranho em um dos braços, estava a encará-los com um olhar enigmático. Ela tinha olhos estranhos que brilhavam cor de prata, pareciam duas jóias lunares, era bonito, mas igualmente medonho.

— Quem é você? — O garoto questiona, desconfiado.

Naquele momento ele imaginava o pior cenário possível, só havia dois motivos vinham em sua mente para mais alguém aparecer naquela mansão, o primeiro é de que aquela mulher era um fantasma e o segundo tem a ver com os dois criminosos de antes, nenhum dos dois cenários era bom.

— Moça, você precisa ajudar a gente! — Balbuciou a garota.

Parece que ela não compartilhava da desconfiança do amigo, ou talvez apenas estivesse desesperada por ajuda que não conseguia pensar direito.

— Essa casa tá assombrada e nossos amigos estão presos lá dentro!

A mulher de preto estudou os dois com aqueles olhos enluarados que insistiam em passar este ar enigmático, era impossível saber o que ela estava pensando, nem mesmo se era amiga ou inimiga.

— Deixe-me ver. — Ela finalmente diz alguma coisa, transpassando os dois até chegar à porta da mansão. — Vejamos...

Ela tateou a madeira, passando seu dedo indicador como um pincel revelador.

— Isso não é bom.

Alucarda observa os símbolos formados, eram bem complexos e exigiram tempo para que ela pudesse compreender todos os significados. Tudo o que uma análise superficial poderia revelar era que se tratava de algum tipo de portal para outra dimensão e que havia um sigilo macabro de um tridente e uma cruz passando por uma caveira. Neste momento o pequeno gato soltou um miado baixo.

— O que aconteceu exatamente lá dentro? — Ela finalmente pergunta aos jovens.

— Estava cheio de fantasmas, aí tudo ficou azul e...

Creature FeatureWhere stories live. Discover now