68 - Alucarda Blair

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Epsilon estava no que parecia ser o seu auge, um mundo bastante desenvolvido, tanto tecnologicamente, quanto magicamente. Depois que aceitaram a ideia de que as ciências ocultas não precisavam ser rivais da ciência ortodoxa tudo mudou, alterando os rumos da história.

Após passar por idade média, moderna, idade contemporânea, agora era a vez da "idade da luz" marcar seu ponto na história da humanidade, aprimorando os modelos das eras antigas à nova energia mais atual, melhor que vapor, melhor que a nuclear, melhor que a eólica e até mesmo os combustíveis derivados do petróleo. A magicita veio para ficar e assumir a tarefa de juntar magia com tecnologia. Prédios gigantes, automóveis superiores, as pedras de magicita eram a principal fonte energética para suprir a sociedade, Epsilon estava vivendo o futuro.

E o futuro demanda uma alta quantidade de pessoas inteligentes para que possa ocorrer, é aí que Alucarda entra como uma pesquisadora do meio científico. Era um trabalho árduo, mas que compensava bastante todos os anos que passou estudando e se preparando para o cargo.

A instituição onde ela trabalhava tinha a focada em encontrar, estudar e neutralizar anomalias perigosas para Epsilon. A equipe de Alucarda em específico focou sua a atenção em pesquisas sobre os tecidos da realidade e do espaço, mais precisamente, estudar a realidade e também outras dimensões.

Epsilon já sabia que existiam outros mundos e dimensões além das já conhecidas, os próprios ocultistas já sabiam disso desde tempos antigos quando estes invocavam espíritos de outros mundos para realizar seus trabalhos.

Mas o ofício deste grupo não seria algo tão simples assim. Eles precisavam mapear a realidade, atribuir um peso ou força, qualquer coisa que a fizesse entrar como variante em alguma equação e, principalmente, recursos. Por estes fatores a pesquisa demorou um pouco mais do que o esperado, mas finalmente conseguiram.

Alucarda e seus colegas descobriram uma maneira de criar um portal grande o bastante para uma criatura física atravessar o véu que separa os mundos, pelo menos na teoria. Havia um grande muro entre ter a máquina e fazê-la funcionar. Fizeram muitos testes, e falharam na maioria deles.

Enquanto eles estudavam uma maneira de criar uma ponte entre os mundos, outro grupo da mesma instituição que era mais focado na parte de conter ou neutralizar criaturas sobrenaturais invasoras ou anomalias começava a descobrir uma coisa assustadora.

— Começou com coisas pequenas, no início eram apenas avistamentos de umas poucas criaturas estranhas em locais bem remotos, nada muito difícil de procurar e destruir, mas a coisa foi ficando maior, eles começaram a notar um padrão nos acontecimentos.

Havia um evento raro que acontecia a cada mil anos, os planetas do sistema solar se alinhavam de forma que ficassem alinhados, abaixo do brilho de uma constelação em formato de cruz, este evento era chamado de "cruz celeste". Se tem uma coisa que Alucarda aprendeu em seus anos de estudo é que a posição dos astros são muito importantes de se observar eles pois afetam o véu que da realidade.

— Para resumir, a aparição daquelas criaturas começou no especificamente no ano da cruz celeste, alguma coisa aconteceu que tornou mais fácil para seres do outro lado se manifestarem no nosso mundo.

Foi quando descobriram algo ainda mais aterrorizante, algo que os povos antigos de Epsilon já sabiam e tentaram nos avisar por vários meio ao longo da história. Manuscritos apócrifos, imagens gravadas em templos, calendários se civilizações esquecidas pelo tempo. Eles alertavam a chegada de uma era de perdição e expiação, uma era que teria início quando a cruz celestial se fundisse com o sol negro de um eclipse solar.

— E iria ter um eclipse naquele ano?

— Sim, e este foi o maior dos nossos temores, a chegada do dia em que o sol se uniria com a cruz celeste.

Creature FeatureWhere stories live. Discover now