12 - O Verdadeiro Festim

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As faíscas elétricas brilharam até o ponto de formarem pequenos raios azulados que salpicavam do corpo do garoto, os olhos de Arseth se esbugalharam em tamanha fúria quase saltavam para fora das órbitas.

— A festa acabou seus idiotas! — Berrou, seu grito cobriu a mansão inteira.

Arseth rosnava como um animal, suas gengivas rasgaram e os dentes cresciam afiados da mesma forma que faziam as garras em suas mãos, a boca se deslocou como um focinho de um cão. Seu corpo também cresceu à medida que pelos esbranquiçados emergiam de sua pele. Os outros que estavam na sala onde toda essa confusão começou assistiam a cena sem saberem como prosseguir.

Arseth não era alguém que eles podiam simplesmente desafiar para uma briga, não só por ser o mais poderoso entre todos eles, mas também por ser o sobrinho de um criminoso temido na região. Mas eles não podiam simplesmente deixá-lo agir como quisesse depois de todas as merdas que já fez antes, arquitetar toda essa festa estúpida na morada da fera como se fosse o dono do lugar foi só o estopim.

Todos que assistiam a cena agora estavam em algum estado de apreensão, mesmo quem não o conhecia saberia reconhecer só pelos raios elétricos de que aquele garoto não era qualquer criatura. Sua presença era tão forte que aqueles de constituição mais fraca foram tomados por um desejo avassalador de fugir antes que o pior pudesse acontecer.

Após ser totalmente envolvido por seus próprios raios um clarão brilhou intensamente no salão o que obrigou todos a cobrirem os próprios olhos. Quando a luz abaixou todos ouviram um uivo, o garoto deu lugar a um ser bípede que juntava as características de lobo e de homem.

— Aquilo é um lobisomem?! — Alguém da platéia questionou com certa surpresa na voz.

— Nunca vi nada parecido com isso antes!

O recheio de jovens dispersos no andar inferior olhavam atônitos para a criatura de pelos brancos que causava arrepios, tanto por sua aparência poderosa quanto pelo campo eletrônico emanado por ele. Era um lobisomem sim, especificamente, um tipo de lobisomem conhecido como Raiju.

A fera soltou um rugido estridente para o grupo acima antes de saltar na direção deles, mas no exato momento em que a fera estava parada na frente do buraco algo saltou de lá e o acertou com força, caindo com ele de volta para o salão. Aconteceu tão rápido que poucos conseguiram entender o ocorrido.

Agora haviam duas criaturas no salão, de um lado o lobisomem branco que se reerguia do golpe que recebeu e do outro havia... Outro lobisomem?

Este era diferente, o pelo era pardo e seu tamanho era ainda maior que o outro, facilmente chegando aos três metros e meio. Havia uma aura etérea e fantasmagórica emanando dele como se fosse algum tipo de ser espiritual, era um Varcolac.

Raijus e Varcolacs são duas raças diferentes de lobisomens, o primeiro se destaca por ser um manipulador de raios e por sua velocidade, à primeira vista este seria o mais poderoso dos dois, mas não é bem assim. Varcolacs são bem mais resistentes, possuem mais força bruta e uma regeneração quase instantânea. Mas seu verdadeiro trunfo era aquela aura astral emanada por seu corpo, se fosse bem utilizada aquilo facilmente lhe daria a vitória.

— Vai Lykania, quebra esse desgraçado! — Gritou uma garota no primeiro andar, esse foi só o primeiro de vários que se sucederam; alguns torcendo por ela e outros por seu rival.

As duas feras rosnaram uma para a outra antes do embate começar de fato, o Raiju fez o primeiro movimento e em um instante Lykania já fora acertada no torso, a celeridade dos golpes deixava para trás apenas a imagem em movimento de seus ataques e um rastro de raios elétricos no ar. Mas ela não demorou para contra atacar e o acertou de volta com uma força tão avassaladora que arremessou o Raiju para trás. Lykania mordeu-lhe o ombro, derrubando-o no chão enquanto o chacoalhava de um lado para o outro.

Creature FeatureWhere stories live. Discover now