13 - Luna Acerbatos

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Meu pc finalmente voltou do conserto, para minha alegria que não aguentava mais ficar no celular. Caramba, celular é horrível pra fazer as coisas.

De qualquer forma, aqui está o capítulo atrasado. 

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A sacerdotisa dava seu sermão mantendo a voz firme e imperativa, direcionando-a para os fiéis que apenas escutavam em silêncio a história que já ouviram outras centenas de vezes, aquela sobre a queda do imperador que servia aos arcontes e a impiedosa punição divina que ele recebeu por tal ato de apostasia. A missa durou aproximadamente uma hora, terminando exatamente quando os sinos badalaram a meia noite.

As pessoas que agora deixavam a grande catedral estavam todas bem vestidas, damas e cavalheiros de alto status social sempre assistiam os cultos semanais no maior templo da cidade. Dentro dele alguns pequenos grupos ainda conversavam antes de saírem de fato.

— Já faz algum tempo que não vejo vocês, como têm passado? — A sacerdotisa perguntou mantendo um sorriso.

Isabel trocava ideias com a mulher, esta já era uma velha conhecida de seus pais, o que por consequência a tornou uma conhecida dos dois, entretanto isso não significa que todos os três gostavam dela. Ângelo não partilhava da disposição de sua irmã para a conversa, estava recostado na parede com os braços cruzados olhando os mosaicos e os vitrais das janelas, ilustrando as eternas batalhas de Cekhi e Seiras contra os arcontes.

— Ei Ângelo. —Sua irmã acenou. — Vem aqui, a Matilda quer falar com você.

O garoto saiu de sua pequena alcova fazendo o possível para não explicitar seu incômodo, talvez fosse só impressão, mas ele sentia que a sacerdotisa estava o analisando por completo como o júri e o juiz em um tribunal, apenas procurando por uma mísera falha.

Não sabia se sua suposição era verdadeira ou se apenas se tratava de uma paranoia gerada pelas situações que lhes foram expostas no colégio e em sua própria família, mas com certeza não gostaria de ter esta conversa.

— Você cresceu bastante, lembro-me de quando você era da idade que meu filho mais novo tem agora. —A sacerdotisa Matilda o analisou de cima a baixo. — Como tem passado?

— Bem, obrigado. —Ele respondeu sem emoção e com o olhar baixo.

— Que bom, os deuses realmente te... Amaldiçoaram.

— O quê?

Ele ergueu o olhar em confusão, tinha ouvido direito? Estava pronto para questionar quando notou algo estranho na sacerdotisa, seus olhos estavam totalmente brancos como se a esclera tivesse engolido a íris e a pupila. O rosto dela estava congelado naquela maldita expressão sorridente como uma estátua, isso lhe deu um grande arrepio.

A maldição está em você, ele está vindo, ele que vem de uma outra escuridão. —Avisou Matilda, sua voz que antes era límpida ficou rouca como a de uma velha doente. —Você está pronto para vê-lo sair do calvário?

— Ângelo? —Isabel o chacoalhou de repente, cortando o contanto visual entre ele e a sacerdotisa. — Tá pensando na morte da bezerra?

— Eu...

Ângelo balançou a cabeça e depois olhou de volta para Matilda, sua face estava normal exceto pela expressão confusa em seu rosto.

— O que foi que você disse? —Ele perguntou.

— Eu perguntei quando seus pais virão aqui novamente, faz tempo que não os vejo e queria conversar com eles sobre uns assuntos pessoais. —A sacerdotisa respondeu.

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