83 - Aniquilação

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Os Kin nunca se deram bem com reino dos humanos, apesar de não ter acontecido nenhuma guerra recente entre eles e de haver inimigos maiores para se lidar, ainda assim os dois reinos eram inimigos. Só precisava de um pequeno incentivo para a guerra começar, e Caim sabia muito bem disso.

O demônio almejava alcançar o topo do inferno e os humanos eram seu segundo maior inimigo nesta guerra, o primeiro era um djinn que nasceu no inferno, seu nome era Iblis.

Caim não podia dar conta de dois inimigos ao mesmo tempo, por isso ele foi até reino dos Kin oferecer um pacto. Nem os humanos e nem os vampiros faziam ideia do que estava prestes a acontecer.

O inimigo não atacou diretamente, ele foi silencioso como uma serpente, infiltrando-se pelos cantos até chegar no coração, para então, explodir. Caim deu aos Kin uma habilidade que lhes permitiu entrar no reino humano sem serem percebidos, deu a eles a aparência humana.

Eles entraram no reino fingindo serem humanos, instaurando-se em cada canto da sociedade até o momento que revelaram suas verdadeiras formas. Os humanos não souberam como reagir ao ataque, as criaturas estavam em todos os cantos, e assim que o evento conhecido como "a guerra secreta" começou.

Essa guerra também pegou os vampiros de surpresa, os humanos eram inimigos, mas também sua principal fonte de alimento, seria ruim se os humanos fossem dizimados, eles precisavam decidir o que fazer nesta situação.

Mas para Abel a coisa era mais profunda, mesmo tendo se tornado vampiro a um bom tempo ele ainda não havia superado a perda de sua humanidade, aquele soldado humano ainda estava vivo em algum lugar dentro de sua alma, e saber o que estava acontecendo no reino humano o inquietava.

Agora ele e mais alguns vampiros estavam reunidos em uma grande sala para decidir o que fazer. Abel, assim como os outros caçadores, estava apoiado na parede com os braços cruzados e um olhar raivoso. Na grande mesa ao centro da sala os figurões entre os vampiros discutiam seus planos.

— O que faremos? Não podemos deixar aquelas bestas tomarem conta do reino.

— Por que simplesmente não entramos lá e matamos eles?

— Não podemos, nossos números são muito baixos se compararmos aos deles, o que nós precisamos é nivelar a guerra para que os humanos se reorganizem novamente e destruam as bestas por eles mesmos.

Abel continuava com aquele olhar severo, se dependesse dele, já estaria lá estraçalhando aqueles malditos um por um.

— Talvez não precisamos fazer alguma coisa, duvido que a humanidade seja erradicada mesmo que os kin vençam essa guerra, talvez virem escravos e vocês sabem, escravos podem ser negociados.

— Bobagem, a humanidade não vai cair tão fácil, e se cair, vai cair com os dentes fincados nos kin. Você sabe como são os humanos, orgulhosos e vingativos, é mais fácil eles atacarem até o fim em um golpe suicida do que se deixarem reduzir ao posto de escravos.

— Há também a possibilidade de substituirmos os humanos pelos kin, vocês sabem, foram casos raros, mas já bebemos o sangue kin antes e o resultado não pareceu muito diferente dos humanos.

— Está sugerindo trocar o gado humano pelas bestas?

Abel não estava gostando do rumo desta conversa, estava prestes a protestar quando o duque deu sua palavra.

— Isso seria uma péssima ideia por vários motivos, para começar, não poderemos aumentar nosso número se não houverem humanos. — Ditou o duque. — Nós vamos ajudar os humanos, vamos nivelar a guerra para que os humanos recuperem o controle do reino.

Creature FeatureWhere stories live. Discover now