115- Lua Negra e a Segunda Inquisição

7 2 5
                                    

Não vai ser música de rock hoje, um pianinho combina mais com a atmosfera :/


******************************


Os corvos tomaram conta do telhado da velha igreja abandonada, seu crocitar incessante afastava quem ousasse chegar perto, isso não era um bom sinal.

— Nosso pai vai vir atrás de nós, você tá ferrado! — Ameaçou Ártemis.

Ártemis e Diógenes estavam acorrentados no chão, se soltar não seria o problema, mas sendo vigiados por quatro criaturas criadas por Franklin'stein adicionava uma dificuldade a mais. Elas tinham a aparência de homens grandes e corpulentos, era possível ver costuras em suas peles, provavelmente o cientista louco costurou partes de outros corpos em um só, criando aquelas aberrações sem mente e sem alma que apenas seguiam ordens. Caminhando quando nem deveriam respirar.

Atrás deles um homem com aspecto corvídeo portava uma grande lança de dois gumes, a lança do destino. Ele, junto às criaturas, atacaram o colégio mais cedo causando um verdadeiro pandemônio. Os dois irmãos o atacaram assim que o viram portando a lança do destino, conseguir a posse daquela arma seria um grande trunfo para a lua negra, contudo o demônio foi mais forte e esperto, conseguindo render e capturar os dois. O que leva à atual situação.

Raum caminhou até os dois, por trás de sua máscara de corvo era possível ver a maldade em seus olhos negros, cobertos por duas películas de vidro que formavam os orifícios oculares da máscara.

— Seu pai não passa de um tolo achando que pode frear o avanço do ano zero, todos vocês da lua negra são tolos e ingênuos demais, e ainda se dizem satanistas. — Raum dá uma gargalhada alta e intervalada, como a de um homem louco. — Vocês, vampiros, vivem com um rei na barriga, achando que são os donos do mundo. Mas quando o ano zero vier, verão a face dos verdadeiros deuses!

— Deuses? Você não passa de um demônio de nível baixo, nem pra fazer pacto serve. — Debochou Diógenes.

— Pode até estar certo sobre mim garoto, mas este demônio de nível baixo será o responsável por acabar com toda a sua raça! — Ele aponta o gume da lança para os dois. — Uma alma com o próprio destino sabe o quanto faz estrago, e falando em estrago...

Ele recolheu a lança e deu as costas aos vampiros.

— É uma pena que aquele garoto necromante não estava no castelo, eu mesmo teria o matado com esta lança se o encontrasse, seriam dois coelhos em uma tacada só. Aqueles bastardos do monastério devem tê-lo tirado de lá quando perceberam que eu estava para invadir, e infelizmente eu não posso subestimar os mortos vivos, tenho que reconhecer, o culto de extus tem peças poderosas ao seu dispor.

Garoto necromante? Ele provavelmente se referia a Ângelo. De fato seria bom se este demônio conseguisse matá-lo, destruir Falcifer também fazia parte dos planos da lua negra.

O som de portas se abrindo levou todos os olhares aos portões da igreja, um homem de preto estava de pé, encarando Raum. Ele tinha cabelos ruivos em corte curto e um par de olhos com a íris vermelha.

— Pai! — Diógenes e Ártemis clamaram em uníssono.

— Solte os meus filhos seu demônio miserável! — Ordenou Vlaew.

O recém-chegado analisou a situação, seus filhos estavam acorrentados, mas não seria problema para eles quebrar aquelas correntes, quatro criaturas de poder desconhecido os cercavam e havia um demônio com a lança do destino em mãos, se ele pudesse pôr as mãos naquela arma seria fácil matar todos os inimigos, mas duvidava que isso seria uma tarefa fácil.

Creature FeatureOnde histórias criam vida. Descubra agora