24 - Ghuleh

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E chegamos ao capítulo em que eu uso minha música favorita como trilha sonora, é sério, vocês precisam ouvi-la! (ela também é a abertura do melhor anime de vampiros que já vi na vida)

Ps: Esse capítulo ficou meio grandinho, mas não tinha como diminuir de jeito nenhum

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Já era o meio da semana, Ângelo não teve mais nenhum episódio de perda de controle, pelo menos por enquanto, apesar do alívio ele ainda mantinha na cabeça que esta inatividade não duraria para sempre. Estava decidido a telefonar para seus pais quando o final de semana chegasse, precisava saber não apenas se eles tinham notícia de Isabel como também saber mais sobre as catacumbas, essa pulga atrás da orelha o incomodava sempre que acordava de noite.

Mas enquanto isso não aconteceu o garoto se viu ocupado ajudando Lykania e suas amigas com o projeto de música, essa talvez tenha sido a tarefa mais complicada que já recebeu, embora soubesse tudo sobre melodias e escala musical ele não entendia nada de didática, ser professor é mais difícil do que parece. Além disso Ângelo sempre ficou nervoso com a presença das garotas já que não estava acostumado com a passar as noites acompanhado de tanta gente.

As garotas não apareceriam para a ajuda com a aula de música esta noite então ele estava livre das obrigações de "professor". Ângelo decidiu passar o resto da noite na biblioteca enquanto carregava seu livro nos braços. Até lá ele teve que cruzar vários corredores e em um deles topou com uma cena desagradável.

Ele viu Felícia e o pequeno grupo de estudantes que sempre a seguiam para onde ela fosse, eles riam de outro estudante caído ao chão com as roupas bagunçadas e alguns arranhões no corpo.

— Lembre-se que você é só um fracassado de bosta, seu esquizóide idiota! Ha ha.

Eles estavam rindo demais para nota-lo então Ângelo apenas deu a volta sentindo asco da situação, preferia não ter visto essa exibição doentia. Mas não havia muito o que pudesse fazer sobre isso, se ele interferisse então seriam dois esquizóides apanhando ao invés de um. Se meter nesse tipo de assunto é o trabalho do conselho estudantil, mas poucos são os monitores que fariam algo a respeito. Sabendo disso Ângelo apenas evitou ser a próxima vítima desistindo de ir à biblioteca

Ao andar mais um pouco algo chamou sua atenção, ele olhou para a escadas que desciam para o andar abaixo, era uma melodia tocada em violino. O garoto podia simplesmente ter ignorado e continuado até a biblioteca, mas algo naquela música chamou a atenção. Não sabia dizer se era o ritmo, a composição dos acordes ou a escala utilizada, mas algo era diferente. A mera escuta daquilo conduzia sua mente para uma terra de emoções estranhas e, ao mesmo tempo, familiares.

Ele desceu as escadas seguindo a bela melodia que hipnotizava seus ouvidos, uma música que lhe invocava um sentimento misto de melancolia e nostalgia. E então ele se viu diante do portão da capela, o violino responsável por produzir aquele som melancólico e profundo estava do outro lado. O portão abriu sem que suas mãos precisassem de muito esforço para empurrar.

Finalmente seus olhos encontraram a pessoa responsável por encantar seus ouvidos, ela estava diante do altar, olhando para a rosácea na parede acima que reluzia a luz vermelha de Deimos. A garota loira dedilhava e tocava com maestria o violino apoiado no ombro. Antes de perceber Ângelo já estava à poucos passos dela, como a garota estava de costas ele apenas a encarava enquanto ouvia a música.

— Se eu soubesse que só era preciso tocar uma música para você vir até mim eu teria feito isso antes. — A garota diz, parando de tocar.

— É uma bela música, não pude simplesmente ignorá-la.

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