97 - O Selo do Zodíaco

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Saint Germain não teve folga durante essa semana, enquanto investigava a causa do estranho fenômeno que abalou a cidade. Quanto mais investigava, mais coisas estranhas apareciam, ele encontrou mortos-vivos perto do monastério, rastros de demônios e de um serial killer sobrenatural que drena o sangue de suas vítimas. Isso sem falar que agora havia um buraco negro no porão de seu castelo, estava estabilizado pelo menos, mas ele podia sentir a realidade enfraquecendo ao redor.

Ele não conseguiu encontrar aquela mulher que apareceu no portal, teve pesadelos com um demônio que não tinha face e pior ainda, agora havia essa presença esmagadora na cidade, algo ou alguém muito poderoso entrou aqui por aqueles portais, algo ruim. Era muita coisa para ele lidar sozinho, não sabia nem por onde começar.

— Deacon. — Ele chamou seu mordomo e amigo de confiança. — Cuide do castelo, sairei e não tenho hora para chegar.

— Vai tentar cuidar de tudo sozinho de novo?

— E que escolha eu tenho? Essas pessoas não sabem de nada e eu sou o único que pode fazer alguma coisa a respeito.

Deacon lamenta não ser de muita ajuda, os problemas de Saint Germain sempre são coisas que vão além do senso comum. Ele faz como lhe foi ordenado e cuida do castelo enquanto seu mestre pega uma espada e sai para investigar.

O objetivo hoje era procurar a fonte de toda aquela força opressora que inundou a cidade, estava claro para ele que isso não é algo que se deva lutar sozinho, mas se a coisa maligna que emitia aquela energia pesada não fosse impedida quem sabe o que poderia acontecer com a cidade, ou quem sabe até mesmo com o país.

Seguir a origem da aura o levou para a necrópole abaixo da cidade, estar num lugar como aquele adicionava uma tonalidade ainda mais macabra para seja lá o que o homem temia encontrar.

Ele caminhou pelos corredores escuros das catacumbas, milhares de caveiras faziam-lhe companhia, silenciosas, sinistras como sempre. A sensação de estar lá pode ser comparada à de ser enterrado vivo, o sussurro vazio dos mortos era de arrepiar.

Após um tempo de caminhada o homem sentiu que estava se aproximando da fonte daquela energia opressiva, e conforme chegava mais perto seu corpo hesitava em continuar. Suas pernas começaram a errar as passadas e o coração batia tão rápido quanto uma bateria batendo a todo vapor, sua respiração solfejava em respiradas intervaladas. Ele pôs a mão em sua espada, pronto para desembainhá-la a qualquer momento. Era o medo, o sentimento primordial do homem funcionando em seu modo mais primitivo.

Andando mais um pouco ele chegou a uma câmara aberta, iluminada pelo luar provindo de uma entrada no teto, mas o que realmente importava era o corredor frente a Saint Germain, ele não estava sozinho.

Era uma criatura grande e larga, tinha o corpo de uma serpente vermelha gigante, mas com braços, pernas e um par de asas de couro. Era ela quem emanava todo aquele miasma opressor, ele só sabia de uma coisa, aquilo não era um Kin.

Saint Germain imediatamente sacou sua espada, o monstro sibilou para ele, circundando o grande salão. Era maior do que ele pensava, como uma coisa daquelas conseguia se mover entre os espaços apertados das catacumbas? Bem, isso não importava, agora era hora de lutar.

O monstro abriu sua bocarra cheia de dentes e emitiu um bramido tão forte que foi capaz de tremer a fundação da cidade, Saint Germain puxou sua espada e apontou para a criatura.

— Tempo, acelere!

Após dizer estas palavras o homem desapareceu, e vários cortes enormes apareceram no corpo da criatura, mas eram tão superficiais que ela mal reagiu.

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