95 - O Porão do Castelo

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Finalmente chegou o final de semana, quando os estudantes desciam para a cidade e o castelo ficava quase vazio. Esta era a noite em que Alucarda e o diretor marcaram para tentar abrir a porta do porão, a qual estava sempre fechada e os segredos guardados em seu interior permaneceram selados desde quando Saint Germain desapareceu.

Restava apenas esperar até o castelo se esvaziar por completo, Ângelo e Lykania estavam encostados no corredor, de frente para a dita porta de ébano.

— Vamos fazer uma aposta pra ver o que tem aí dentro? — Sugeriu a garota com um sorriso travesso.

— Vou ficar desapontado se tudo isso for pra encontrar um monte de quinquilharias velhas.

— Eu aposto que é uma masmorra onde Saint Germain torturava seus prisioneiros.

Ângelo a encarou com estranheza.

— Tu é psicopata, sabe disso não é?

A garota ri enquanto Ângelo a admira, como ele nunca notou antes o quão bonita e maravilhosa ela era? A garota que esteve ao seu lado esse tempo todo era a mais bela e incrível de todas, Ângelo se sentia abençoado por ter alguém como ela em sua vida.

Ela se aproxima e dá uma leve mordida na orelha do garoto, enviando arrepios por todo o corpo.

— Eu sou bem pior que isso. — Ela sussurrou em seu ouvido. — Eu sou uma garota má!

Lykania passou o braço envolvendo o pescoço do garoto e o puxou para mais perto, a respiração pesada foi sentida quando seus lábios suavemente se tocaram, Lykania o puxou com mais força, aumentando ainda mais o contato entre eles e o que antes eram um leve roçar de lábios se tornou um beijo profundo.

Não demorou muito para que este desejo todo se manifestasse fisicamente em seus corpos, as garras de Lykania o apertavam no abraço e seus dentes começavam a se tornar afiados, a fera ameaçava sair. Já Ângelo estava, pouco a pouco, sendo tomado pela eterna sede de sangue de um vampiro, era difícil resistir a dar uma mordida quando o desejo está à flor da pele.

— Eu não queria interromper o namoro dos dois pombinhos, mas já está na hora abrirmos a porta. — Alucarda aparece e os dois param o que estavam fazendo. — Só estamos esperando o diretor chegar.

Alucarda precisou dedicar um tempo para convencer o diretor a deixar os dois jovens entrarem lá também, convencê-lo não foi uma tarefa fácil.

E falando nele, o homem acaba de aparecer, sem perder tempo ele diz:

— O colégio está quase vazio, é melhor irmos logo com isso.

Alucarda acenou positivamente com a cabeça e caminhou em direção à porta, estendendo suas mãos para frente ela começa a desenhar com os dedos, traços luminosos eram deixados para trás em cada movimento. Pouco a pouco ela desfazia os selos que mantinham aquela porta impenetrável, demorou um pouco, mas ela finalmente terminou.

A mulher e o diretor se encaram por um instante até o homem lentamente envolver sua mão na maçaneta e depois puxar, a porta se abriu.

Finalmente, depois de um século ansiando em saber o que o aguardava atrás da escuridão daquela porta, ela estava aberta. Ele a puxou até estar totalmente aberta, a luz dos castiçais revelavam o início de uma escadaria que levava a uma descida escura em espiral.

A curiosidade era maior do que qualquer coisa e Alucarda entrou primeiro, foi seguida por Ângelo e Lykania, o diretor ficou por último para checar se não tinha ninguém por perto antes de fechar a porta novamente, selando o lugar em uma completa escuridão.

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