79 - Não Me Deixe Roubar O Seu Coração

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Meses se passaram e a relação de Abel com Anastácia se tornou uma rivalidade, constantemente ambos se desafiavam para uma luta violenta no campo de treinamento e quase sempre eles iam além do ponto, indo parar na sala dos curandeiros.

E continuou assim por um bom tempo, até a chegada dos exames de fim de ano. Ocasionalmente as guildas mandavam missões para as universidades arcanas para testar os estudantes, e ainda ganhavam dinheiro quando completavam uma missão.

Mas havia um porém, devido as regras da universidade, as missões deveriam ser realizadas em grupos de pelo menos três pessoas e com um limite de cinco. Abel não teria problemas com isso já que ele iria com seu grupo de amigos, Anastácia por outro lado não tinha ninguém. Isso a forçou a engolir seu orgulho e procurar algum grupo.

Depois de algumas tentativas falhas de entrar em grupos já lotados ela precisaria engolir ainda mais seu orgulho, pois o grupo de seu rival ainda tinha uma vaga sobrando. Foi preciso muito esforço da parte dela em dizer as palavras "posso me unir ao grupo de vocês"?

Foi uma surpresa verem a orgulhosa loba solitária pedindo para entrar no grupo, mas eles a aceitaram de bom grado. Abel até fez uma piada para provocá-la, mas não demonstrou ser contra a entrada dela no time.

Quanto às missões, o grupo ficou em dúvida de escolher entre duas específicas, a primeira era caçar uma criatura que estava comendo o gado de uma região. A segunda era investigar uma série de eventos estranhos acontecendo em uma mansão abandonada.

Abel acreditava que a casa estava assombrada e por isso queria ir para lá, sendo ele um necromante, expulsar espíritos não seria problema. Ele e mais Barlowe e Annabeth escolheram a casa enquanto Vlaew e Anastácia foram pela caçada à criatura. No final, por decisão da maioria, e no crepúsculo todos foram para a casa assombrada.

— Eu não vou entrar aí! — Disse Vlaew ao ver a casa.

A mansão estava em estado de decadência, era muito escura e o vento fazia um som estranho ao soprar pelas janelas.

— Deixa de ser medroso! — Repreende Annabeth.

— Como você quer que eu entre aí dentro? Olha pra esse lugar, parece o tipo de lugar que demônios se esconderiam!

— Se tem fantasmas aí então meu dever como paladino é guiá-los para o divino. — Disse Barlowe, sendo o primeiro a entrar na casa.

Seguido por Abel e Annabeth, Vlaew e Anastácia ficaram para trás.

— Ah cara, eu não acredito que estou fazendo isso. — Pigarreou Vlaew, entrando na casa em seguida.

Agora sozinha do lado de fora, Anastácia analisava a casa de cima a baixo, toda aquela escuridão lhe dava calafrios, sentia algo ruim ao olhar para a casa, era como um mau agouro. Um sexto sentido lhe dizendo que havia algo maligno lá dentro.

Mesmo assim ela entrou, unindo-se ao grupo para começar a investigação. Primeiro analisaram cada cômodo da casa, nada de especial exceto o porão. Havia um caixão muito bem lacrado, não queria abrir de jeito nenhum, nem mesmo com magia.

— Esse deve ser o caixão mais resistente que eu já vi!

No final o grupo decidiu deixar duas pessoas cuidando do caixão enquanto os outros três realizariam o exorcismo das almas que assombravam a casa, Annabeth e Vlaew ficaram responsáveis pela vigia do caixão enquanto os outros três subiram para começar os rituais.

No final acabou sendo nada demais, os espíritos foram todos exorcizados sem dificuldade, chegou até a ser estranho.

— Só isso? — Questiona Anastácia — Isso foi fácil demais, alguma coisa está errada.

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